Brasileiro está acima do peso, com doença crônica e dorme pouco, diz pesquisa

Estudo já está na terceira fase; podem participar brasileiros com idade entre 18 e 65 anos
Por Jacqueline Freire - jornalista
26/05/2023 14h37 - Atualizado em 26/05/2023 às 14h39

A pesquisa Sonar-Brasil, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Cronus da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Fanut/Ufal) entra agora na terceira fase, mas nas duas fases anteriores o estudo já revelou que 45% dos participantes estavam com excesso de peso, 20% tinham alguma doença crônica, como diabetes, doença cardíaca, colesterol alto, hipertensão, síndrome metabólica e 66% praticavam exercício físico regularmente (em média quatro dias por semana)

Após avaliar a saúde, o sono e a alimentação de mais de dois mil brasileiros, o grupo pretende continuar a investigação de como se relacionam os hábitos de sono, de alimentação e o estado nutricional da população de estudo. A ideia é que a pesquisa sirva de base para a criação de ações estratégicas que promovam a valorização social e a melhoria da qualidade destes determinantes de saúde, e você, que tem entre 18 e 65 anos e não está gestante, pode participar respondendo o formulário no link. O formulário eletrônico tem duração média de 15 a 20 minutos, e foca em perguntas como horários do sono e refeições, tipo de alimentação e histórico de saúde.

Segundo a professora Giovana Longo, coordenadora da pesquisa, o que se verificou nas etapas anteriores, se verificou que em média os brasileiros acordam às 7h06 e dormem 23h20. O tempo médio de sono por noite é de 7h48, mas 22% dormem menos que sete horas por noite, que é a quantidade mínima recomendada. “Não houve diferença nos horários de dormir entre as macrorregiões do Brasil, no entanto nas regiões Norte e Nordeste os brasileiros acordam mais cedo e, por essa razão, dormem menos também. Na região sul os participantes acordavam mais tarde e dormiam mais. O interessante é que a hora de acordar parece ter influência do horário do nascer do sol, que acontece mais cedo nas regiões norte e nordeste e mais tarde no Sul do País”, afirma.

Segundo a professora, isso provavelmente ocorre porque a melatonina, hormônio do sono, é inibida pela presença de luz. Assim, quando o dia amanhece ela cessa e os hormônios que nos despertam são liberados concomitantemente. “Verificamos uma relação estatisticamente significante entre duração e horários do sono e peso corporal. Quando menor a duração do sono e quanto mais tarde os brasileiros dormem e acordam, maiores os valores de índice de massa corporal”, alerta.

Alimentação

Sobre a alimentação do brasileiro, a professora explica que a refeição em que os brasileiros comem mais é o almoço, seguido do jantar e café da manhã. “O ideal é que se coma menos no jantar, já que, devido aos ritmos circadianos, a noite as secreções de enzimas e hormônios não favorecem a digestão, pois nosso corpo está em preparo para o sono e repouso. Assim, comer muito no jantar pode aumentar o risco de obesidade, diabetes e outras doenças metabólicas”, diz.

Ela alerta também que 15% dos brasileiros referiram que pulam o café da manhã. “Nós identificamos que entre os que não realizam essa refeição a prevalência de obesidade foi maior. Além disso quanto mais tempo eles demoram para comer o primeiro alimento do dia, maiores são os valores de peso também. Também vimos que aqueles que almoçam mais tarde também apresentam mais obesidade”, conclui.

Saiba mais

Acompanhe as notícias sobre a pesquisa no perfil @cronus_sonar. O grupo Cronus também tem um canal no Youtube com dicas semanais de saúde para os participantes da Sonar-Brasil.