A abertura do Novo Ensino Suplementar (NES), projeto de extensão em Matemática, coordenado pelo professor Krerley Oliveira, reuniu 57 estudantes do ensino médio, na manhã desta sexta-feira (24), no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Os estudantes, de escolas públicas e particulares, têm em comum a paixão pela Matemática. A maioria já participa de eventos que promovem o ensino da matéria, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) , desde o ensino fundamental. Outros já desenvolvem projetos em suas escolas na área de Física ou Ciências da Computação.

Para atrair esses talentos, o professor Krerley visitou escolas e divulgou a oportunidade de complementar os estudos e desenvolver projetos nos laboratórios de Matemática e Ciências da Computação da Universidade. O projeto envolve escolas de mais de 20 cidades de Alagoas. “Nosso foco é criar um centro de excelência para estudantes do ensino médio. Nós oferecemos um curso de três anos para os que foram selecionados para aprender essas disciplinas com abordagem em Inteligência Artificial e Ciência dos Dados. Assim eles podem entrar mais preparados nos cursos de Exatas da Ufal”, relata o coordenador do NES.

Os cursos no projeto são gratuitos e existe a previsão de bolsas para os que precisarem de auxílio financeiro para frequentarem as aulas, já que metade dos selecionados possui renda familiar de até dois salários mínimos e 20% não possuem computador ou internet cabeada em casa. “Temos atividades três vezes por semana, no turno vespertino, e ao final vamos emitir certificados para que eles tenham novas oportunidades. É um estímulo para a formação, pois vão ter contato com conteúdos que não são ensinados no ensino médio”, ressalta Krerley.

Edeilson Costa é estudante de Engenharia de Computação da Ufal e vai atuar no projeto como monitor. “Vou acompanhá-los nas atividades, tirar dúvidas e dar todo esse suporte que é muito necessário. Eu também fui um aluno do ensino médio que participei de Olimpíadas, tenho seis medalhas da OBMEP e quero contribuir com os conhecimentos que aprendi nessa experiência. Isso também ajuda na minha formação, porque meu projeto de vida é dar continuidade nesse projeto que me trouxe onde estou hoje”, relata o universitário.

Anthony Souto é estudante do ensino médio em escola particular e sempre gostou muito de Matemática. “Um professor viu que eu estava estudando cálculo e me indicou o NES. Eu fiz a inscrição, fui selecionado e estou muito feliz de estar aqui. Na minha situação socioeconômica, não vou precisar da ajuda financeira, mas considerei muito importante que esse projeto tenha tido a preocupação de garantir bolsas para os estudantes que muitas vezes perdem oportunidades como essa por não ter condições de se manter, pois exige deslocamento e dedicação no contraturno”, opinou o estudante.

Já os colegas Jayme William da Silva e Maria Emily da Silva são estudantes do Instituto Federal de Alagoas e estão entusiasmados com o início das atividades do NES. “Sempre gostei de Matemática, participei da Obmep desde o fundamental e estou muito contente de integrar esse projeto”, disse ela. “Eu sou do interior e participei de uma palestra em que o professor Krerley divulgou o projeto. Decidi na hora que queria fazer. É muito bom ter contato com esses pesquisadores renomados que atuam aqui na Ufal”, concluiu o estudante.