Reitor reúne museus da Ufal para discutir proposta de nova matriz orçamentária

Comissão da Andifes quer garantir no orçamento das Ifes rubrica específica para manutenção desses equipamentos culturais
Por Simoneide Araújo - jornalista
11/11/2022 09h52 - Atualizado em 11/11/2022 às 09h57
Professor Jorge Luiz, diretor do MHN, o reitor Josealdo Tonholo e Hildênia Oliveira, diretora do MTB

Professor Jorge Luiz, diretor do MHN, o reitor Josealdo Tonholo e Hildênia Oliveira, diretora do MTB

A Universidade Federal de Alagoas faz parte de um dos quatro grupos de trabalho - o GT de Financiamento - criados pela Comissão de Museus da Andifes, cujo intuito é buscar garantir no orçamento das Instituições Federais de Educação Superior (Ifes) uma rubrica específica para manutenção desses equipamentos culturais. Por isso, o reitor Josealdo Tonholo se reuniu com representantes dos museus e de setores que possuem coleções diversas para discutir uma nova matriz orçamentária e como a Ufal vai agir, a partir de agora, para que todos sejam contemplados.

A reunião também serviu para compartilhar os desdobramentos do 1º Seminário Memória, Museus e Patrimônios Culturais, Artísticos e Científicos, realizado em setembro, no Rio e Janeiro, pela Comissão de Museus da Andifes, planejado de acordo com as questões tratadas no Plano de Ação do Ministério da Educação (MEC). “Sabemos que esse trabalho não vai trazer a solução dos problemas enfrentados pelos nossos museus, mas isso vai fazer com que todos nos conheçamos no âmbito da Ufal e no âmbito federal também. Precisamos saber o que há nos nossos museus, o que são equipamentos culturais, o que são coleções, o que está catalogado. Temos de puxar essas discussões para não sermos atropelados pelo processo”, justificou o reitor.

Tonholo também destaca que é preciso fazer alguns deveres de casa para garantir ter uma matriz orçamentária. “Quando tivermos tudo equacionado, a expectativa é que isso componha a matriz da Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior] e que se resgate um pouco do orçamento da Cultura. E que os museus universitários passem a ser atendidos pelo MEC e não mais pelo Ibram [Instituto Brasileiro de Museus]”, completou.

O reitor revela ter clareza que o orçamento da Universidade não vai sustentar os museus e coleções. “Os nossos equipamentos culturais, coleções e acervos vão precisar, de um lado, ter esse orçamento garantido, a exemplo da Escola Técnica de Artes e a área de assistência estudantil já vem reservado e ninguém mexe, e ter também esse orçamento específico. Claro que esse orçamento do governo federal não será suficiente, mas teremos o apoio fundamental da Fundepes para esse trabalho de ir em busca de projetos e editais para conseguirmos recursos extraorçamentários para garantir a manutenção dos nossos acervos e equipamentos”, disse.

A reunião aconteceu no Museu de História Natural (MHN) e teve a participação de seu diretor, o professor Jorge Luiz Lopes, docentes e técnicos desse equipamento, além de representantes do Museu Théo Brandão (MTB), da Pinacoteca Universitária, do Memorial do HU, das pró-reitorias de Extensão (Proex), e de Gestão Institucional (Proginst), do Arquivo Central, do Labmar, do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema), do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca) e da Fundepes.

Jorge Luiz dá as boas-vindas aos participantes e agradece a escolha do MHN para a realização desse encontro. “É um prazer vocês, mesmo que a nossa estrutura não esteja da forma como gostaríamos. É como o reitor falou, que aqui ninguém joga a toalha. Esse é um mantra de todos os equipamentos culturais. Sei do empenho e do esforço porque temos conversado bastante e sabemos o quanto está realmente difícil, principalmente nos últimos tempos que estamos vivenciando, mas, de uma forma ou de outra, esse é um dos compromissos que nós temos enquanto Universidade”, enfatizou.

E completa: “Isso é o que a escola está fazendo aí fora, visitando não só o MHN, mas os outros equipamentos também. Esse é um compromisso de extensão que mantemos, mesmo com todas as dificuldades. Não vamos desistir e a ideia é crescer cada vez mais. Os equipamentos culturais, principalmente os museus, são extremamente expansivos, não têm limite de tamanho porque as coleções vão aumentando por meio das pesquisas que desenvolvemos e pesquisa gera acervo. A luta é buscar recursos que nos permitam crescer e continuar nosso trabalho”. O diretor também agradece ao reitor Josealdo Tonholo pelo apoio que a gestão tem dado aos equipamentos culturais.

A diretora do MTB, Hildênia Oliveira, apresentou aos participantes um relato de sua participação no evento da Andifes, considerado por ela um marco histórico na proteção dos acervos universitários. Agora, a Ufal faz parte do GT permanente da Andifes, que trata de orçamento e financiamento para museus, coleções e acervos das Ifes.

Hildênia ressalta que a Ufal tem de seis a oito meses para entregar proposta da matriz orçamentária, que vai integrar a matriz própria para museus universitários que a Andifes vai encaminhar ao MEC. Ficou definido que até 16 deste mês será formada uma comissão que vai trabalhar no levantamento das informações sobre os museus, as coleções e os acervos. “Precisamos levantar tudo desde a questão da política de acervo, se está alinhada com o plano diretor e com o PDI [Plano de desenvolvimento Institucional], plano de gestão de risco, entre tantos outros itens. Nós temos quatro museus universitários na Ufal, mas também temos coleções em várias unidades acadêmicas e temos de levantar tudo”, finalizou.

No último dia 3, ela participou de mais uma reunião do GT e levou o que a Universidade já tem enquanto acervo, cadastrado e catalogado.