HU adequou estrutura física e de pessoal para atender pacientes durante pandemia

Equipe de Atenção à Saúde comemora elevado índice de alta hospitalar
Por Thâmara Gonzaga - jornalista
03/11/2020 14h33 - Atualizado em 05/11/2020 às 08h39
Médico Francisco Costa destaca que estrutura montada e empenho da equipe foram fundamentais durante pandemia

Médico Francisco Costa destaca que estrutura montada e empenho da equipe foram fundamentais durante pandemia

Muito trabalho e uma boa dose de vontade em fazer o melhor. Foram esses os compromissos assumidos pela equipe multiprofissional do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Ufal, ligado à Rede Hospitalar Ebserh, durante a pandemia de covid-19.

Profissionais reconhecidos pela qualidade dos serviços prestados, o desafio de lidar com uma nova doença contagiosa não desanimou o grupo consciente de suas responsabilidades e função. “Toda a equipe multiprofissional do HU encarou o desafio com coragem, abnegação, dedicação e entrega totais, sabendo estar lutando contra um inimigo invisível e desconhecido. Grande parte da nossa equipe adoeceu, mas em nenhum momento os ânimos foram arrefecidos”, relatou o gerente de Atenção à Saúde, médico Francisco de Assis Costa.

Passado o período considerado mais crítico, a unidade ainda recebe pacientes com o novo coronavírus. O número de atendimentos é menor, mas as lembranças dos dias intensos de trabalho continuam ecoando na memória dos que atuam na linha de frente.

O gerente relata que o hospital realizou um amplo atendimento, tanto de casos suspeitos ou confirmados da doença, que precisaram de internação em leitos clínicos, de terapia intensiva (UTI) ou semi-intensiva. A chegada dos pacientes ao hospital é gerenciada pela Central de Regulação do Estado, procedentes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e do Hospital Geral do Estado (HGE), sendo estabelecido um fluxo de transferência para o HU. Internamente, Costa informa que foi criado um Núcleo de Regulação, com funcionamento 24 horas, específico para regular tais pacientes, constituído apenas por médicos.

“Um grande quantitativo de pacientes foi acolhido no HU, sempre dentro do perfil de gravidade mais alto. Não apenas da capital Maceió, como de todo o Estado de Alagoas”, afirmou. Uma rotina de trabalho extenuante, mas recompensada pelo grande índice de curados. “Tivemos um elevado percentual de altas hospitalares”, comemorou o gerente.

Preparação para receber pacientes

Referência no atendimento em casos de média e alta complexidade, a exemplo das áreas obstétrica, neonatal e oncológica, a estrutura física e profissional do HU passou por um complexo processo de adequação para receber pacientes com covid-19.

“Praticamente, o HU montou um novo hospital: foram abertos 14 leitos de Unidade de Terapia Intensiva, oito de Unidade Semi-Intensiva, 16 de enfermaria e dois de UTI Neonatal. Para isso, foram disponibilizados todos os equipamentos necessários para o pleno funcionamento de todos esses ambientes”, enumerou o gestor da área de Atenção à Saúde ao destacar que “a UTI do HU é a única de atendimento ao coronavírus em Alagoas a dispor de pressão negativa”, o que aumenta a segurança no que se refere a contaminações evitando a propagação do vírus.

O trabalho gerido pela equipe de engenheiros do hospital foi fundamental para garantir que a unidade fosse um local seguro para trabalhadores e pacientes, atendendo às normativas vigentes para montagem dos leitos, como a que regula o quantitativo de equipamentos mínimos que se deve ter em uma UTI e a do tratamento de ar nos estabelecimentos assistenciais de saúde. Tudo constatado e verificado por empresa especializada nesse tipo de análise.

Já na área de pessoal, de acordo com Francisco, foi realizado um grande ajuste para remanejar a força de trabalho disponível. “Remanejamos profissionais capacitados para atendimento de todos os pacientes acometidos por covid-19: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, além da contratação de um considerável contingente de profissionais via Processos Seletivos Emergenciais, organizados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para que a assistência fosse a melhor possível”, relatou.

Para organizar o fluxo de atendimentos e adotar estratégias para conter a doença, a equipe gestora do HU elaborou um Plano de Contingência. O documento estabelece os procedimentos para diagnóstico e notificação de possíveis casos suspeitos ou confirmados na unidade, além de apresentar medidas preventivas para proteger os profissionais de saúde, colaboradores e demais pacientes na instituição.

Construído pelo Grupo de Trabalho (GT) para o Enfrentamento do Coronavírus, o Plano segue as orientações da Ebserh e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O GT foi instituído com a finalidade de se pensar em um plano estratégico para que os profissionais da instituição tenham conhecimento de como lidar com a doença. Além disso, foi instituído o Centro de Operação de Emergências (COE) com reuniões sistemáticas para tratar as questões referentes ao enfrentamento da covid-19, com a coordenação da Gerência de Atenção à Saúde”, disse o gerente, ao informar que os planos, fluxos e as ações que o HU vem adotando estão disponíveis no site do hospital.

Retomada do atendimento eletivo

O médico Francisco Costa ressalta que, apesar de toda demanda de atendimento de casos de covid-19, o HU não parou de atender as outras especialidades, mantendo ativa a maternidade de alto risco e o Centro de Oncologia (Cacon), por exemplo. “As cirurgias oncológicas de urgência e emergência prosseguiram sendo feitas, como de hábito, e foi elaborado um Plano de Retomada Responsável de diversas atividades, de acordo com os protocolos de saúde das autoridades sanitárias do país, com o objetivo preparar a instituição para retomada gradual da sua capacidade de assistência, ensino e pesquisa”, informou.

Ele argumenta que a retomada das atividades suspensas, a exemplo das consultas e cirurgias eletivas, exige um planejamento amplo e dinâmico capaz de orientar o retorno com medidas necessárias à segurança do paciente e do trabalhador. “Importante ressaltar que, nesse momento inicial de retomada, estão sendo priorizados os agendamentos dos pacientes que estavam na fila de espera do HU e os pacientes que tiveram suas consultas e exames cancelados por causa da suspensão das atividades em virtude da covid-19”, declara.

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