Grupo de Pesquisa da Ufal obtém patente de protetor de brocas odontológicas

O professor Olavo Barbosa, do Setor de Anatomia Humana do ICBS, foi o inventor e o depositante da solicitação de patente
Por Lenilda Luna - jornalista
19/06/2023 14h10 - Atualizado em 21/06/2023 às 21h12

Mais uma importante conquista para a pesquisa e a inovação desenvolvidas na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi alcançada. Trata-se da patente obtida para o Protetor de Brocas Odontológicas para Canetas de Alta e Baixa Rotação, que foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O depósito da patente foi feito pelo inventor da broca, professor Olavo Barbosa, quando ainda era estudante, em março de 2016, e a concessão da Carta Patente aconteceu em fevereiro deste ano.

A broca inventada por Olavo Barbosa, que agora é professor do Setor de Anatomia Humana do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal, foi desenvolvida como parte das ações do grupo de pesquisa Morfologia Aplicada à Saúde, coordenado pelo professor Célio Rodrigues. “Contei com a colaboração de outros professores do Setor de Anatomia Humana, um professor da Faculdade de Medicina (Famed) e, até mesmo, de um professor de outra instituição de ensino superior de Maceió”, complementou.

Segundo o inventor, o protetor foi idealizado para prevenir a ocorrência de acidentes perfurantes associados a algumas brocas odontológicas, como a Gates, utilizada em tratamentos endodônticos. “Esses equipamentos são facilmente danificados em movimentos inadvertidos do cirurgião-dentista, podendo causar acidentes perfurantes. A ideia é que o protetor seja de baixo custo e de fácil uso, podendo ser amplamente utilizado por profissionais dessa área”, explica Olavo Barbosa.

O Protetor de brocas odontológicas para canetas de alta e baixa rotação funciona como acessório de biossegurança. “O objetivo é evitar acidentes que podem colocar em risco a integridade física do cirurgião-dentista visto que sangue e fluidos teciduais do paciente podem eventualmente ficar retidos nas brocas odontológicas e, em última análise, transmitir patologias do paciente para o profissional através de um acidente perfurocortante”, complementou o pesquisador.

Para obter a patente, foi preciso comprovar que não se encontram disponíveis no mercado atual acessórios com essa forma e função do protetor apresentado. “Alguns acessórios que foram adaptados com essa função, não apresentaram a eficiência e a segurança necessárias ao desenvolvimento do trabalho. O protetor que eu desenvolvi consegue propiciar proteção confiável das pontas ativas da maioria das brocas utilizadas em odontologia aliada à praticidade na colocação e remoção com uma adequada adaptação às canetas odontológicas”, detalhou Olavo Barbosa.

Outra patente em andamento

Conquistar uma patente na Universidade traz benefícios significativos para o inventor e para a instituição. A proteção legal é uma delas, garantindo os direitos exclusivos sobre a invenção por um determinado período de tempo. Isso protege contra o uso não autorizado, produção ou comercialização da invenção por terceiros. Ao obter uma patente, a universidade e o inventor têm a capacidade de defender seus direitos caso alguém tente copiar ou explorar comercialmente a invenção sem permissão.

Outra questão relevante é a transferência de tecnologia. A Carta Patente garante que o conhecimento desenvolvido na universidade pode ser aplicado no setor privado ou em outras instituições de pesquisa. Além disso, existe o aspecto do prestígio que a obtenção de uma patente pode trazer para o inventor e para a universidade. Patentes são consideradas um sinal de inovação e contribuição para o avanço do conhecimento em determinada área.

O grupo de Morfologia Aplicada à Saúde, coordenado pelo professor Célio Fernando Rodrigues, professor titular do Setor de Anatomia Humana do ICBS da Ufal e atual superintendente do Hospital Universitário, aguarda a liberação de outra Carta Patente resultante de debates realizados pela equipe. O Acessório de Biossegurança para Óculos de Grau foi apresentado ao Inpi, em 2014, pelo professor Fernando Wagner da Silva Ramos, mas o inventor foi o professor Fernando José Camello de Lima, do Setor de Anatomia Humana.

Segundo Olavo Barbosa, após a Carta Patente, o próximo passo será a oferta dos produtos para empresas de potencial interesse para produção e comercialização. “Atualmente, no Brasil, as patentes de Invenção, que foi o caso dessas duas patentes, possuem validade de 20 anos a partir da data do depósito, enquanto a patente de Modelo de Utilidade tem validade de 15 anos a partir da data de depósito. Durante esse período, os inventores podem usufruir de seus direitos comerciais, sendo que, após a transferência para a Ufal, são definidos os percentuais para a Instituição e para os inventores”, finalizou o pesquisador.