Ufal e Instituto Pró-Algas se reúnem para implantar o cultivo de algas no Estado

Projeto deve gerar mais de 60 produtos e muitos empregos
Por Jacqueline Freire - jornalista
08/08/2022 11h32 - Atualizado em 24/08/2022 às 15h25
Reunião realizada no gabinete do reitor Josealdo Tonholo

Reunião realizada no gabinete do reitor Josealdo Tonholo

Uma reunião entre a gestão central da Universidade Federal de Alagoas e o Instituto Pró-Algas aconteceu na última quarta-feira (5), com o intuito de implantar o cultivo de algas no estado. A intenção é de que o acordo de cooperação seja assinado em breve. O reitor da Ufal, professor Josealdo Tonholo, destacou a importância do projeto e reforçou o apoio da Universidade.

Segundo Elica Amara Cecília Guedes, professora da Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal, coordenadora-geral do Projeto Kappaphycus no Nordeste, o objetivo do projeto é cultivar a biomassa marinha da macroalga denominada kappaphycus alvarezii, com a finalidade de determinar a capacidade de adaptação e esporulação e riscos ambientais da alga no meio ambiente. “Ela é uma alga exótica que já foi introduzida aqui no Brasil há algum tempo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Piauí, por exemplo. Para conseguirmos isso aqui em Alagoas precisamos do aval do Ibama, por isso já encaminhamos o projeto para eles e aguardamos os trâmites finais”, disse.

“Atuaremos como pesquisadores para desenvolver o projeto aqui no estado e o instituto nos convidou para participar uma vez que sou especialista em algas, sempre trabalhei com elas e, agora, com parceria do professor Fernando [Pinto Coelho], que fez doutorado em tecnologias energéticas e sua linha de pesquisa voltada a aproveitamento de biomassa de algas”, contou a pesquisadora.

Inicialmente será feita uma implantação prévia no sentido de verificar se a alga vai esporular ou não. “Se ela não esporular significa que ela não vai afetar a fauna e a flora que já existem no ambiente. Essa é a nossa preocupação com a alga, que veio da Indonésia, mas que conseguiu se adaptar bem no Brasil”, relatou a professora.

Com o cultivo da alga será possível a extração de Potássio, um mineral muito importante e aqui no Brasil é praticamente todo importado. “Além disso, ela é utilizada na indústria alimentícia, farmacêutica, cosméticos, uma infinidade de indústrias. Com isso, teremos uma cadeia produtiva que vai gerar mais de 60 produtos e muitos empregos diretos e indiretos”, afirmou.

Também estiveram presentes no encontro o professor do Centro de Engenharias e Ciências Agrárias Cícero Alexandre da Silva e o estagiário e aluno do curso de Agroecologia do Centro de Engenharias e Ciências Agrárias Felipe dos Anjos Cardoso, que deverão fazer parte do projeto futuramente.

O Instituto Pró-Algas tem como presidente o administrador Luiz Alberto Santos da Silva. Já o Projeto Kappaphycus, parceiro do instituto, é coordenado pela professora Elica Amara Cecília Guedes-Coelho e tem como coordenador adjunto o professor Fernando Pinto Coelho. Também atuam nas pesquisas os pesquisadores da Paraíba, professor George Emmanuel Cavalcanti de Miranda; do Ceará, professora Marjory Lima Holanda Araújo; do Piauí, as professoras Janaína de Araújo Souza Santiago e Margarida Monteiro e o professor André Prata Santiago, além do biólogo Bruno Moreira Soares.