Reunião entre pesquisadores discute pulverização aérea de agrotóxicos em AL

Campanha está colhendo assinaturas para encaminhar projeto de lei de iniciativa popular sobre a questão
Por Izadora Garcia - relações públicas
08/04/2022 14h40 - Atualizado em 08/04/2022 às 18h23

Na última terça-feira (5), o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, se reuniu com docentes ligados à área da agroecologia para discutir sobre a pulverização aérea de agrotóxicos no estado. Na ocasião, eles apresentaram a campanha “Basta de chuva de venenos” e solicitaram o apoio da Ufal para a divulgação e a elaboração de ações relativas ao tema.   

Estiveram presentes na reunião os pesquisadores José Roberto, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), Leiko Assakura, Islândia Bezerra e Maria Alice Araújo da Faculdade de Niutrição (Fanut) e Ricardo Ramalho. A campanha tem por objetivo conscientizar a população sobre os riscos do uso de defensivos agrícolas, trazer a sociedade para um debate acerca da agroecologia como uma alternativa sustentável e incentivar a participação no projeto de lei de iniciativa popular sobre a proibição da pulverização aérea de agrotóxicos no estado de Alagoas. 

Se o PL for aprovado e a lei sancionada, em caso de descumprimento, fica prevista a apreensão dos equipamentos utilizados bem como a aplicação de multa, com valor revertido ao Fundo Estadual de Combate ao Câncer. 

“Aqui em Alagoas, de 2015 até 2021, já foram notificados mais de 600 casos de intoxicação aguda por agrotóxicos e isso apenas em relação aos trabalhadores, sem falar na questão cumulativa pela presença nos alimentos”, afirmou Leiko Assakura, professora da Faculdade de Nutrição da Ufal. 

“A gente sabe que essa é uma questão muito abrangente e que nos prejudica, enquanto sociedade, de diversas formas. Existe um impacto na saúde dos consumidores [pelos alimentos contaminados por agrotóxicos], mas precisamos pensar no próprio impacto disso no desequilíbrio ambiental. Quando passam os aviões pulverizando os agrotóxicos, o chão fica coberto de abelhas mortas. Sem elas, não há polinização e não vai ter comida, acabou”, frisou José Roberto, professor do Ceca. 

Os professores explicaram que estão fazendo um trabalho de conscientização pelos campi da Ufal e passando nas salas de aula, pedindo apoio aos alunos para impulsionar a campanha.

Ao final da reunião, o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, assinou o PL e convidou a comunidade universitária a fazer o mesmo: “Precisamos turbinar essa campanha e realizar ações que promovam essa discussão, fazendo uma série de seminários, trazendo as lideranças estudantis”.

As assinaturas estão sendo colhidas pelos professores participantes do GT Agrotóxicos. Para participar, entre em contato pelo e-mail itviva@itviva.org.br