Parceria entre Ufal e Fundaj abre caminhos para pesquisas em sítios arquelógicos

Comunidades quilombolas e indígenas do Baixo São Francisco também estão nas áreas de pesquisas
Por Ascom Ufal com Ascom Fundaj / Fotos Renner Boldrino
25/04/2022 18h59
Reunião realizada na Reitoria na última quarta-feira

Reunião realizada na Reitoria na última quarta-feira

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) assinaram, na última quarta (20), uma parceria para Identificação e Caracterização do Patrimônio Cultural do Baixo São Francisco. Orçada em R$ 366 mil, a pesquisa foi iniciada no dia 16 deste mês nos sítios arqueológicos da cidade de Delmiro Gouveia. Os 12 sítios arqueológicos analisados estão igualmente divididos, sendo quatro em cada uma das três cidades – Delmiro Gouveia, Petrolândia e Canindé do São Francisco.

"Estamos pesquisando os sítios de pinturas rupestres para identificar similaridades gráficas que indiquem aproximações culturais dos povos que habitaram a região", explicou Flávio Morais, coordenador do Projeto de Pesquisa e professor do curso de História da Ufal no Campus do Sertão.

Firmada em dezembro do ano passado, a parceria, realizada por meio de um Termo de Execução Descentralizada (TED), estabelece estudos e pesquisas sobre os povos que habitaram e habitam a região do Baixo São Francisco, por meio da análise de 12 sítios arqueológicos, seis comunidades indígenas e quatro comunidades quilombolas nos municípios de Delmiro Gouveia, em Alagoas, Canindé do São Francisco, em Sergipe, e Petrolândia, em Pernambuco.

Já em relação às comunidades indígenas e quilombolas, a pesquisa será focada nos municípios de Inhapí, Água Branca e Delmiro Gouveia. O levantamento de dados será realizado por meio de entrevistas e observações dessas comunidades. "Vamos mapear os territórios pontuando os lugares de fortalecimento da tradição dessas comunidades", ressaltou o professor.

A partir dos dados levantados será construída uma cartografia dos povos da região, produzido acervo fotográfico e de peças para o Museu do Homem do Nordeste e, após a conclusão dos estudos, elaborados três livros, um sobre cada tema pesquisado, para publicação pela Editora Massangana.

No encontro da quarta-feira (20), os representantes da Fundaj, Allan Jones, diretor de Planejamento e Administração, e Albertina Lacerda, diretora substituta de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), foram recebidos pelo reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, pelo professor Flávio Morais, coordenador da pesquisa, e por Ivan Barbalho, diretor da Editora da Universidade, a Edufal.

Pela Ufal, também participaram do encontro Cézar Nonato, o pró-reitor de Extensão, Danilo Marques, professor de História e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), e Sérgio Onofre, historiador e professor da Ufal em Penedo. Pelo Iphan de Alagoas, participaram a superintendente Melissa Mota, a arqueóloga Rute Barbosa e o historiador Maicon Marcante. A Fundepes, fundação responsável pelo repasse dos recursos da Fundaj para a Ufal, foi representada por Rosa Tenório, coordenadora de Relacionamento e Projetos.

"Esse projeto nos traz alegria pela importância. São temas caros, ricos para o Nordeste. E a Fundaj tem a obrigação de tratar dessas temáticas indígenas, quilombolas e de sítios arqueológicos", destacou Albertina Lacerda, do Dimeca.