Expedição Científica do Rio São Francisco terá novidades na edição 2022

Barco-saúde e ampliação de atividades científicas estão entre as novidades da 5ª edição, que acontecerá de 3 a 13 de novembro
Por Diana Monteiro - jornalista
14/02/2022 11h41 - Atualizado em 18/02/2022 às 15h07
Chegada da 4ª Expedição ao povoado de Chinaré, em Igreja Nova. Foto: Rose Ferreira

Chegada da 4ª Expedição ao povoado de Chinaré, em Igreja Nova. Foto: Rose Ferreira

Os meses de fevereiro e março deste ano serão marcados por diversas reuniões entre parceiros públicos e privados e a coordenação da Expedição Científica, realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), na região do Baixo São Francisco. Na pauta central, a ampliação das diversificadas ações científicas e de extensão direcionadas às comunidades ribeirinhas de municípios alagoanos e sergipanos contemplados pelo evento.  

Estratégias para dotar a expedição com barco-saúde para a ampliação das ações nessa área vêm sendo trabalhadas. Isso garantirá atendimentos relacionados à saúde bucal, testes de RT-qPCR, prevenção de Acidente Vascular Cerebral (AVC), cirurgias de edemas cutâneos, dentre outros procedimentos. 

Este ano, a equipe está se empenhando para que as ações se estendam também à saúde da mulher e à realização de exames bioquímicos em comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas. A 5ª Expedição Científica acontecerá de 3 a 13 de novembro e é considerada o evento cientifico de maior projeção em águas brasileiras. O município sergipano Gararu foi incluído este ano no roteiro, para receber a equipe de pesquisadores. 

Sobre o trabalho empreendido, que visa a cada edição ampliar as ações em conexão com as demandas existentes na região, o coordenador-geral Emerson Soares ressalta: “Nas metas para a edição de 2022, estão o Selo de Indicação Geográfica de produtos como mel e bordados, como também a criação de um Bosque da Ciência. Outra meta, alvo do trabalho, é dar início às tratativas startup da água e aquário de integração com o Museu do Velho Chico”. Também estão programadas a produção de um livro, de dois documentários e de cartilha de informação para a população ribeirinha.  

As metas de ampliação contemplam também as tratativas para implementar o primeiro acordo de pesca no Baixo São Francisco. A discussão e a modernização de portarias de defeso das espécies reofílicas da região estão no alvo de atividades a serem realizadas pela equipe expedicionária.

Na pauta de discussão para a ampliação do evento está a seleção de novas áreas de pesquisa com a execução de projetos, como o de chipagem de juvenis de espécies nativas e o de acompanhamento das áreas povoadas. A criação de um novo Programa de Biomonitoramento  já está  em andamento, e no elenco de prioridades também estão a implementação do projeto para reaproveitamento das macrófitas aquáticas e o reflorestamento de duas áreas marginais na região do Baixo São Francisco.

Quanto ao empenho para a ampliação da edição de 2022, segundo o professor Emerson Soares, há perspectiva de parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) com selo da instituição. No contexto de parcerias com prefeituras ribeirinhas, com consolidada interação da equipe com o poder público, em diversas atividades, ele destaca  o interesse de impulsionar o turismo ecológico e de instalar o Fórum de Prefeitos do Baixo São Francisco, estreitando, cada vez mais, os laços com o poder público. “A exemplo das demais edições, prefeituras de Alagoas e de Sergipe estarão engajadas, marcando participação nas ações traçadas e realizadas em parcerias, com êxito”,  frisou. 

A doação de material escolar, de notebooks e outros equipamentos tecnológicos para escolas ribeirinhas continua na diversificada programação de atividades da expedição, assim como a continuidade do trabalho de catalogação e mapeamento dos sítios arqueológicos submersos.  Quanto à instalação de fossas agroecológicas, realizada por meio de parcerias, o coordenador diz que a meta este ano é que contemple mais seis comunidades ribeirinhas.  

Nas parcerias já confirmadas para a 5ª edição estão o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Alagoas (Semarh-AL), Pedreira Triunfo, além de algumas prefeituras ribeirinhas, universidades, instituições de pesquisa e também de assistência técnica. 

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) também são parcerias já confirmadas e de relevante importância para a realização do evento. 

Sobre o tema da próxima edição, mesmo ainda não definido, Emerson destaca que a ideia a ser trabalhada já foi definida: “Do Litoral ao Sertão, Ciência, Saúde e Educação". Ele aproveita para  anunciar outra novidade: “A  equipe está tentando construir projetos desenvolvidos dentro da expedição que poderão resultar na primeira defesa de mestrado em uma das cidades alvo dos estudos científicos durante a realização do evento, com temática dentro da linha de selo de indicação geográfica”.