O Museu de História Natural (MHN) da Ufal vai espalhar conhecimento por todas as regiões de Alagoas a partir do ano que vem. É que o projeto SBPC vai a escolas alagoanas, proposto pelo biólogo do MHN, Carlos Fernandes foi contemplado no edital da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que selecionou algumas iniciativas de divulgação científica. Esse foi o único da Ufal escolhido para participar do Programa entre as 41 propostas selecionadas no Brasil.

A ideia é promover ações de educação e divulgação científicas itinerantes em municípios
alagoanos com baixos índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM).  De acordo com Carlos, as atividades já terão início em fevereiro.

“Começaremos com a organização das oficinas e produção de materiais didáticos. A parte itinerante, de campo, está prevista para ser realizada no segundo semestre, entre julho e novembro nas cidades selecionadas. A confirmação das cidades se dará a partir do estabelecimento de parcerias com escolas públicas dessas localidades, o que será feito também entre fevereiro e junho de 2023”, explica.

O projeto vai contemplar as áreas de Ciências Biológicas; Educação Científica; e Educação
Ambiental e vai contar com nove colaboradores, entre mestres, doutores e graduandos que desenvolvem atividades em parceria com o Museu.

Com a seleção no edital, o projeto terá o financiamento de materiais de custeio como artigos de papelaria e impressões, bem como diárias e passagens para os membros da equipe nas viagens que farão durante a etapa itinerante.

“Em um cenário de recursos escassos para a área da educação, ter um projeto financiado acaba sendo uma das poucas formas de continuar ampliando a nossa atuação institucional em favor da alfabetização científica. Acreditamos que o acesso a bens científico-culturais é também uma forma de inclusão social”, contou Jorge sobre como receberam a notícia da contemplação com alegria.

Como será desenvolvido o projeto

O projeto proposto pelo Museu de História Natural está alinhado com a missão institucional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência de contribuir para o enriquecimento científico da população, à medida que tem como objetivo difundir resultados de pesquisas, despertar a curiosidade, promover o conhecimento científico e o cuidado com a natureza, bem como disseminar valores e comportamentos voltados para a preservação,
a educação e a cidadania socioambiental.

Serão nove municípios atendidos onde serão desenvolvidas quatro oficinas e um minicurso. As atividades são baseadas na execução de cinco Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Educação de Qualidade; Cidades e Comunidades Sustentáveis; Ação contra a Mudança Global do Clima; Vida na Água e Vida Terrestre.

De acordo com a projeto escolhido, a expectativa também é contribuir com a popularização das ciências em municípios alagoanos afastados dos grandes centros urbanos e com a formação de professores.

As oficinas vão ser realizadas com alunos da educação básica de escolas públicas. A primeira será Herpetofauna para crianças, sobre a biodiversidade de anfíbios e repteis de Alagoas com o objetivo de desmitificar crenças equivocadas que sustentam comportamentos de medo e aversão, responsáveis pela perseguição e morte de diversas espécies que pertencem a esses grupos de animais

Na oficina Meu primeiro herbário, as crianças vão aprender mais sobre a diversidade da flora alagoana com o objetivo de apresentar o que é um herbário e destacar a importância de coleções científicas botânicas.

O tema Sustentabilidade para crianças vai utilizar quadrinhos da Turma da Mônica para abordar a agenda dos ODS. E a última oficina será Quelônios de Alagoas, que vai focar na conscientização para a conservação das espécies de tartarugas alagoanas.

Para encerrar a programação, o grupo promoverá o minicurso Ensino de Ciências da Natureza em contexto híbrido: possibilidades e desafios. Todas essas atividades serão desenvolvidas na modalidade presencial e de curta duração.