Homenagem e muita emoção marcam celebração de 30 anos de Paespe

Criador do programa, professor Roberaldo, foi muito aplaudido ao receber o reconhecimento da comunidade universitária
Por Lenilda Luna – jornalista / fotos Simoneide Araújo
20/12/2022 14h29 - Atualizado em 20/12/2022 às 15h26

Com a presença do reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, a comunidade universitária se reuniu, na manhã de segunda-feira (19), para celebrar os 30 anos do Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado (Paespe), que foi idealizado pelo professor Roberaldo Carvalho, em 1992, e começou a ofertar turmas de cursinho pré-vestibular para estudantes das escolas públicas, a partir de 1993.

 Na solenidade, a mesa de honra foi presidida pelo reitor Joxsealdo Tonholo e composta pelo professor Eduardo Lucena, do Ctec, que representou os tutores dos grupos PET; o pró-reitor de Extensão, Cezar Nonato; o criador e coordenador do Paespe, Roberaldo Carvalho, homenageado do dia; o diretor do Ctec, Vladimir Caramori; o reitor honorário Rogério Pinheiro; Geiza Correia, ex-aluna da segunda turma do Pespe e, hoje, professora voluntária da Ufal; e a presidente do Crea-AL, Rosa Tenório, ex-aluna de Engenharia Civil. 

Roberaldo contou como surgiu a ideia de realizar esse programa. “Encontramos uma prima de uma funcionária da limpeza, numa sala de aula do Centro de Tecnologia (Ctec), usando a lousa para estudar. Daí pensamos, por que não ajudar essas pessoas a se prepararem para o vestibular? Então, fizemos contato com a direção da Escola Laura Dantas, onde a menina estudava, e formamos a primeira turma, na escola, no horário noturno e nas manhãs de sábado, com ajuda de professores do Ctec e de outras Unidades Acadêmicas, como Letras, Física, etc”, narrou o professor. 

O professor disse que a partir dali, o programa foi crescendo e começou a ser realizado numa sala destinada ao Paespe no campus da Ufal. “Fazemos provas de seleção por meio da Copeve, com muitos interessados. Começamos a agregar outras atividades, como visitas guiadas para conhecer os cursos, acompanhamento psicológico e até atividades físicas. O Paespe hoje é muito maior do que as palavras, pela contribuição com a inclusão social na Universidade. Hoje são sete grupos de Programa de Educação Tutorial (PET), envolvidos no Paespe”, informou Roberaldo. 

Continuidade 

Poucos programas de Extensão alcançaram a longevidade do Paespe. De tal forma que uma aluna da segunda turma do programa, atualmente é a vice-coordenadora. Geiza Gomes faz questão de ressaltar o quanto o Paespe foi importante na vida dela. “O Paespe foi responsável por mudar minha visão de mundo. Eu não tinha perspectiva de ingresso no Ensino Superior, inclusive, sou a primeira pessoa da minha família a cursar uma Universidade. Hoje, sou a vice-coordenadora do Programa e estou concluindo meu doutorado”, celebrou Geiza, ex-aluna da segunda turma do Paespe. 

O pró-reitor de Extensão, Cézar Nonato, destaca o exemplo dado pelo Paespe. “Essa longevidade é uma grande conquista, e também é preciso considerar a relevância social desse programa para a vida de adolescentes e jovens de baixa renda, que recebem apoio para o acesso à Universidade. Para a formação dos estudantes da Ufal também é muito importante. Temos vários ex-alunos do Paespe que hoje são monitores do programa”, destacou Nonato. 

O reitor da Ufal ressalta que o Paespe é um programa que muito orgulha toda a instituição. “A liderança é do Ctec, mas a participação é de várias unidades da Universidade. Um trabalho integrado, multiprofissional, que contribui com a formação de jovens da nossa comunidade, cumprindo o papel social que cabe à Ufal, por meio da extensão Universitária”, declarou o reitor. 

A professora Adriana Weber, do Ctec, fez um relato emocionante sobre sua trajetória até chegar à Ufal. Ela foi aluna da primeira turma do Paespe, em 1992. Ela passou para o curso de Engenharia Civil e contou que o professor Roberaldo conseguiu encontrar sua casa numa comunidade muito carente, coisa que nem os carteiros conseguiam chegar, tão difícil era o acesso. Adriana contou que o professor deu a notícia que ela havia passado no vestibular e a convidou para fazer o curso de nivelamento, um preparatório para ajudar no acompanhamento das disciplinas da graduação em Engenharia. 

Homenagem

 O momento da entrega da placa em homenagem ao professor Roberaldo Carvalho foi o ponto alto da emoção, durante a solenidade. Ele foi surpreendido ao ser convidado pela ex-aluna e colega de trabalho, Geiza Gomes, professora voluntária da Ufal e vice-coordenador do Paespe. Sob fortes aplausos, ele agradeceu a todas as pessoas presentes pelo reconhecimento. 

Ouça aqui uma das entrevistas de Geiza Gomes para a Rádio Ufal