Grupo Covid Ufal : Junho fechou com alta de casos em Alagoas

Avaliação é do geógrafo Esdras Andrade, do grupo de Trabalho sobre a Covid do Igdema/Ufal
Por Lenilda Luna - jornalista
01/07/2021 16h25 - Atualizado em 01/07/2021 às 16h26

Segundo o pesquisador Esdras Andrade, do grupo de Trabalho sobre a Covid-19 do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em junho, superamos a quantidade de casos e mortes em comparação ao mês anterior. “Voltamos ao nível de fevereiro, mas em Maceió a quantidade de casos é menor que a média do estado, o que significa crescimento de casos no interior”, alerta o geógrafo. 

Com os dados divulgados pelo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), nesta quarta-feira (30),  o estado de Alagoas tem 5.340 óbitos registrados desde o início da pandemia. “ Junho foi o 3º pior mês em Alagoas com relação ao acumulado de casos. Foram contabilizados 23.671 casos. Este mês perde apenas para Junho/20 e Julho/20”, avalia Esdras Andrade. 

O pesquisador destaca que os casos voltaram a crescer depois de dois meses de queda, impondo a necessidade de avaliar as últimas medidas tomadas. “Ou seja, a pandemia está em franca expansão. Estamos no mesmo ritmo de quando a doença estava no auge, no ano passado. E o que preocupa é que a população não está mais em confinamento”, ressalta Esdras. 

Em relação aos óbitos, também houve um crescimento de quase 20% em relação a maio/21, equiparando-se ao mesmo mês do ano passado. “Junho de 2021 foi o 3º mês em que mais morreram pessoas por Covid-19 em Alagoas, ficando atrás apenas de Abril/21 e Junho/20”, esclarece o professor, indicando que, mesmo com o avanço da vacinação, não podemos descuidar das medidas de distanciamento, uso de máscara e higienização frequente das mãos. 

Monitoramento espacial da doença 

Esdras Andrade explica que identificar geograficamente onde os casos de Covid-19 ocorrem com mais frequência, contribui para que os gestores tomem medidas específicas. “Esses documentos são, ao menos, consultados. Esperamos que eles estejam contribuindo efetivamente com as estratégias para proteger a saúde da população”, reflete o pesquisador. 

O grupo de estudo do Igdema se encarregou de espacializar os números da ocorrência da Covid-19 no território alagoano. “Com isso, é possível observar a manifestação espacial da doença nos municípios, o que permite fazer interferências, correlações e outros tipos de análises geográficas. O monitoramento vem sendo realizado desde o início da pandemia para os municípios do Estado de Alagoas e dos bairros de Maceió. Recentemente, iniciamos o acompanhamento, também, dos bairros de Arapiraca e Palmeira dos Índios”, informa Esdras. 

O trabalho de monitoramento espacial foi iniciado em março do ano passado. “Quando do lançamento do edital voltado para projetos relacionado à pandemia da Covid-19, submetemos uma proposta de “Story Map”, que foi aprovada como projeto de extensão e que teve uma duração de apenas 3 meses. Porém, com a continuidade e expansão da doença, o projeto está sendo continuado internamente com poucos voluntários, mesmo sem bolsas, a fim de não se perderem os dados e informações que contam a história da evolução espacial da doença na cidade de Maceió”, relata o pesquisador.