Estudantes criam perfis no Instagram para orientar sobre Assédio e Burnout

O trabalho nas redes sociais faz parte dos projetos desenvolvidos pela turma do 8º período de Medicina do Campus Arapiraca
Por Lenilda Luna - jornalista
12/04/2021 16h51 - Atualizado em 12/04/2021 às 16h52

Com a orientação das professoras Roberta de Albuquerque Wanderley e Maria Deysiane Porto, os estudantes do 8º período de Medicina do Campus Arapiraca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estão desenvolvendo projetos para orientar aos trabalhadores e trabalhadoras sobre assédio moral no trabalho e Síndrome de Burnout. Com as dificuldades para realizar  atividades presenciais, os estudantes optaram por criar perfis no Instagram onde eles produzem vídeos e artes gráficas para alcançar a comunidade. 

Os projetos se alinham com o currículo de Medicina da Ufal que passou por reformulações para garantir uma formação mais humanizada. As ações desenvolvidas pelos estudantes estão integradas às práticas do eixo Integração, Ensino, Saúde e Comunidade.  “Professores,  Médicos e profissionais da Segurança Pública estão bastante expostos à situações de estresse e ansiedade, por isso, uma campanha relacionada ao tema é muito importante”, destaca a professora Roberta Wanderley. 

Segundo a professora Roberta Wanderley, o assédio moral consiste na exposição dos trabalhadores, no ambiente de trabalho, a situações constantes de humilhação e constrangimento. “Essas pressões são feitas de forma repetitiva e por períodos prolongados, e podem gerar adoecimento físico e psíquico. Profissionais de várias ocupações podem sofrer o assédio moral, que pode vir de um chefe, mas também acontece por parte de colegas e até de um subordinado”, relata a professora. 

Já a Síndrome de Burnout, é uma síndrome de esgotamento profissional. “Um distúrbio emocional que provoca uma exaustão extrema, que é resultante de um trabalho desgastante ou com muita competitividade e responsabilidade. Os profissionais podem apresentar vários sintomas que caracterizam a síndrome. É comum um sentimento de fracasso, de incompetência, que levam à falta de apetite, alteração do sono, e outros comprometimentos. É importante conscientizar as pessoas sobre a síndrome para reconhecer o momento de procurar ajuda médica”, ressalta Roberta. 

O cenário da pandemia de Covid-19 agravou bastante a ocorrência de esgotamento relacionado ao trabalho, principalmente para profissionais da área de Saúde, Segurança Pública e Educação. “Professores tiveram que se adaptar à modalidade EaD. Parece que só ficou a parte dura do ensino, a de elaboração do conteúdo. Perdemos a interação presencial e o relacionamento com os estudantes. Já os profissionais de Saúde tiveram até as férias suspensas pela alta demanda e estão trabalhando sem descanso, sob uma alta demanda, fora a grande responsabilidade com as vidas, num momento de tanta mortalidade pela Covid-19. Tudo isso é adoecedor”, reflete a professora. 

Para mais esclarecimentos ouça e divulgue a entrevista da professora Roberta Wanderley ao programa Ufal e Sociedade

Os projetos desenvolvidos pelos estudantes de Medicina estão nos perfis: 

Turma do 8º semestre de Medicina - Campus Arapiraca

Projeto de combate ao assédio moral no trabalho