Reitor recorre à bancada para reverter corte de mais de R$5 mi no orçamento

Josealdo Tonholo pede que deputados e senadores intercedam junto aos relatores e à Comissão Mista de Orçamento para vetar os cortes previstos para 2022
Por Simoneide Araújo – jornalista
10/12/2021 13h21 - Atualizado em 13/12/2021 às 15h56

O que já foi ruim em 2021, pode ficar pior no próximo ano em relação ao orçamento. Se não houver mudanças, a Universidade Federal de Alagoas terá mais um corte que ultrapassa R$5 milhões, de acordo com a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Por isso, o reitor Josealdo Tonholo, faz um apelo à bancada federal para atuar junto à Comissão Mista de Orçamento no sentido de vetar os cortes impostos pela relatoria.

Em ofício encaminhado, ontem (9), a deputados e senadores alagoanos, Tonholo clama para que os valores destinados à Ufal cheguem, pelos menos, próximo ao que foi aprovado em 2019. “A situação está ficando cada vez mais difícil, mas estamos tentando reverter esses números. Vamos resistir! Temos que virar este jogo!”, disse, esperançoso, o reitor.

Há um reconhecimento da importância da Universidade para o Estado de Alagoas, mas, infelizmente, isso não se reverte em orçamento ideal ou próximo do que seria necessário para manter a instituição em bom funcionamento. “A sustentação financeira da Ufal tem sido um processo muito conturbado, particularmente nos  últimos anos, face ao arrocho orçamentário. Em 2015, recebemos R$126,24 milhões de orçamento discricionário e, seis anos depois, em 2021, tivemos que amargar um orçamento aprovado no valor de R$70,74 milhões, ou seja, redução progressiva de aproximadamente 44%, de acordo com os dados obtidos no Portal Oficial do MEC, Painel 360 Universidades”, lamentou Tonholo. 

No documento, o reitor apela aos parlamentares, mostrando que os cortes orçamentários impactam diretamente na qualidade acadêmica da instituição, pois representam redução considerável do número de bolsas de estudo [de pesquisa, de monitoria, de extensão e de assistência estudantil], desatualização de equipamentos didáticos e de pesquisa, além dos cortes realizados em serviços básicos como segurança, limpeza, entre outros.

Mas não é só isso. Tonholo também descreve a situação geral da Ufal: “A infraestrutura física e lógica [rede de internet] já apresenta sérios problemas técnicos devidos à falta ou insuficiência de manutenção, com vários prédios interditados, a exemplo do Museu Théo Brandão, da Usina Ciência, de parte do prédio da Reitoria, onde houve incêndio em 2020, do Almoxarifado de Produtos Controlados e do prédio anexo ao Instituto de Física. A estrutura de TI está à beira do colapso, com problemas na sala cofre e na rede”, desabafou.

E completou: “Esta situação se deve ao fato de que a maior parte dos novos prédios e da rede lógica foram construídos ou implantados como consequência do Programa de Expansão [o Reuni - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], que aconteceu entre 2006 e 2011. Esta infraestrutura apresenta os problemas naturais de desgaste das obras e obsolescência de equipamentos, que requerem agora um substancial investimento orçamentário. As atividades realizadas de forma remota, por ocasião da pandemia, trouxeram à tona a desatualização do nosso parque de TI, com apagões frequentes de internet”.

O reitor lamenta que a recomposição orçamentária gradativa jamais tenha chegado, ou seja, não passou de promessas ministeriais. “Isso é muito triste porque criamos uma expectativa para poder continuar tocando a instituição. Nossa esperança era que em 2022 o cenário pudesse melhorar, mas, infelizmente, pode piorar. Isso nos frustrou ainda mais porque a mensagem da PLOA, mesmo que em relatório preliminar, prevê um corte de R$ 5.269.153,00”, acentuou.

Essa previsão de corte é mais um baque nas contas da Universidade e trará sérios prejuízos à condução das atividades acadêmicas e administrativas. “Tudo isso nos dá uma tristeza muito grande porque coloca ainda mais riscos à qualidade da educação e dos serviços prestados. No entanto, estamos confiantes que essa situação será revertida porque a bancada federal de Alagoas tem sido grande parceira da Ufal, tem ajudado em várias conquistas e é sabedora da importância de uma universidade pública e de qualidade para o Estado. Contamos, mais uma vez, com nossos parlamentares para conseguir sensibilizar a Comissão Mista de Orçamento e vetar os cortes impostos pela relatoria”, finalizou o reitor.