Um espaço digital tem projetado mulheres cientistas de todo o mundo para falar sobre ciência de forma simples. O Soapbox Science é uma plataforma internacional que ganhou organizadores e público cativo no Brasil. Os debates ocorrem frequentemente no Youtube e são divulgados na página oficial do Instagram. Em Maceió, a equipe prepara um final de semana inteiro de programação, nos dias 27 e 28 de novembro. Mas, já na próxima quarta-feira (3), às 17h, uma live com a professora Marília Goulart, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), vai encerrar os debates ao vivo, no Youtube, que antecedem o evento.

A docente do IQB é considerada patrimônio da Ufal e, recentemente, apareceu no topo da lista dos 15 pesquisadores mais influentes da Universidade. A professora Juliana de Lima, do Instituto de Matemática (IM), uma das coordenadoras do projeto Soapbox Science Maceió, vai entrevistar Marília na live, com apoio técnico dos professores Elton Malta e Socorro Pereira, ambos do Instituto de Física (IF) da Ufal.

O título da palestra já chama atenção: Sou uma molécula e quero levar um choque, por favor! Marília resume: “A vida é baseada em uma série de interações moleculares e o processo de transferência de elétrons é universal e essencial para a vida. Moléculas não são boas ou más. Tudo depende do uso que fazemos delas. Estas moléculas, muitas vezes, estão adormecidas e precisam de estímulos: impulsos elétricos, luminosos, térmicos, entre outros. Aí, cheias de energia, elas exercem suas funções e se transformam.”

Na live, a docente promete mostrar como algumas das moléculas, após ativação, em presença de oxigênio, podem curar ou destruir; e como tirar o melhor de sua natureza. O debate vai trazer a relação disso com uma série de doenças, a exemplo do estresse oxidativo; além da química de alimentos, na perspectiva de trabalhar com modelos que possam ser extrapolados para uma situação real.

Clique aqui para acessar o canal do Youtube onde a live será transmitida.

Sobre o projeto

A plataforma digital Soapbox Science promove as mulheres que trabalham na ciência e as pesquisas que fazem. Os eventos transformam os espaços públicos em espaços de aprendizagem e debate, no espírito do Speakers Corner, situado no Hyde Park, em Londres, onde qualquer cidadão pode fazer um discurso criticando qualquer um, com exceção da Família Real e do governo inglês.

A ideia do projeto é dar voz à ciência, especialmente às mulheres. “Durante a época pandêmica, a fim de não cancelar a divulgação científica das mulheres, que já foi afetada pela ação remota, como mostrado em pesquisas, vários lugares que propagam o evento decidiram fazê-lo de forma on-line”, ressaltou Juliana.

A professora Fernanda Selingardi Matias, do Instituto de Física da Ufal, é a coordenadora do Soapbox Science Maceió e adianta que a segunda edição do evento, marcada para 27 e 28 de novembro, traz lives com cientistas mulheres de todas as áreas.

“O objetivo é uma conversa sobre suas pesquisas, de forma que qualquer público seja capaz de compreender as ideias, fazendo com que a ciência feita nas universidades, chegue mais perto de nossa sociedade e essa compreenda também a importância para o desenvolvimento social e científico do país. Em época de fake news, isso é muito importante”, reforçou Fernanda.