Projeto do LCCV garante produção de mais 7,9 mil protetores faciais

Continuação do trabalho com novos recursos será executada pelos próximos três meses
Por Manuella Soares - jornalista
21/05/2020 15h34 - Atualizado em 09/06/2020 às 13h24
Professor Adeildo com pesquisadores na produção dos protetores

Professor Adeildo com pesquisadores na produção dos protetores

A pandemia avança no Estado, mas o trabalho para minimizar os danos continua na Universidade Federal de Alagoas. O Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) iniciou uma nova fase na produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) destinados aos profissionais de saúde.  A atividade terá continuação graças ao projeto aprovado numa parceria com o Ministério Público do Trabalho, que viabilizou o investimento de R$ 287,7 mil, garantindo a produção de quase oito mil protetores faciais.

O valor revertido de um processo na Justiça do Trabalho vai custear os equipamentos e materiais permanentes, material de consumo, serviço de terceiros e equipe executora, composta por membros do LCCV e do Fablab, estudantes e bolsistas. O projeto será executado pelos próximos três meses e pretende contribuir ainda mais com as demandas urgentes do sistema de saúde por meio da utilização de tecnologias de manufatura aditiva, que é a impressão em 3D.

“Com a viabilização desse projeto espera-se contingenciar e mitigar o risco à exposição, transmissão e morbidade do coronavírus Sars-Cov-2 entre os profissionais de saúde que, segundo dados do Ministério da Saúde e da OMS, estão sendo infectados em torno de 12% dos casos confirmados. Sendo assim, contribuir-se-á para mantê-los saudáveis e aptos para o enfrentamento da pandemia”, justifica o projeto enviado ao MPT.

Depois de mobilizar a equipe de trabalho, avaliar as condições de infraestrutura disponibilizada e medir o potencial de produção diária, a fase seguinte é a atualização das demandas dos hospitais e centros de atendimento aos pacientes de covid-19. As informações coletadas por meio de formulários online, preenchidos periodicamente pelas unidades de saúde, vão nortear a prioridade na distribuição dos EPIs.

O LCCV faz a impressão das estruturas e o Fablab executa os cortes a laser dos escudos, todos utilizando as três impressoras e equipamentos adquiridos com o financiamento do projeto. Os EPIs contribuirão com o trabalho de parte dos 35 mil profissionais da saúde de Alagoas, dos quais 12 mil estão envolvidos diretamente com o tratamento da covid-19.

LCCV na Pandemia

Desde o dia 22 de março o grupo denominado Fabmed desenvolve atividades técnicas voluntárias para contribuir no combate à covid-19. Em 57 dias de trabalho, foram produzidos 1.665 protetores faciais e distribuídos em 21 unidades de saúde de Maceió, incluindo o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa); duas unidades de saúde do interior do Estado e outras 12 instituições, contemplando ainda casas de idosos. Confira o relatório completo no anexo.

Nesta primeira fase, além de impressoras emprestadas pelo Sebrae, o Laboratório da Ufal recebeu a doação de filamentos para impressão da estrutura dos protetores, pela Algás; e filme de PET para confecção dos escudos, também pela Aloo Telecom.

O grupo coordenado pelo LCCV da Ufal contou com 16 membros do laboratório e cinco consultores externos que focaram nas atividades de produção, pesquisa, desenvolvimento e inovação, transferência de tecnologia, prospecção por fontes de financiamento e por parceiros tecnológicos.

Já a equipe de Gestão e Administração, ficou responsável pela parte estratégica, administrativa e financeira do projeto, com apoio da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes). Esse primeiro projeto encerrou no dia 18 de maio, mas o trabalho será continuado com os recursos garantidos pelo MPT.

“É uma satisfação estar participando dessa frente e o retorno que estamos tendo dos profissionais de saúde é muito bom. Como instituição isso representa um papel social importante. É algo muito relevante, especialmente numa situação crítica que estamos passando”, ressaltou o professor Adeildo Ramos Júnior, coordenador do grupo.