MHN completa 30 anos de Pesquisa e Extensão em Alagoas

Diretor do Museu relembra acontecimentos e destaca contribuição da instituição
Por Jaci Lira – estudante de Jornalismo
07/05/2020 18h36 - Atualizado em 07/05/2020 às 19h30
Sede do MHN, antiga Faculdade de Medicina (1961)

Sede do MHN, antiga Faculdade de Medicina (1961)

Os 30 anos do Museu de História Natural (MHN) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), comemorados nesta quinta-feira (7), carregam um trabalho de muita dedicação voltado ao ensino, à pesquisa e à extensão no Estado. São diversos profissionais e estudantes que contribuem para o funcionamento da instituição, prezando pela ética, responsabilidade e, acima de tudo, paixão pela ciência.

Durante todos esses anos, vários professores, pesquisadores, estudantes e colaboradores contribuíram e também tiveram sua história marcada pelo MHN. Apaixonado pelo Museu e por tudo o que ele representa, o professor Jorge Luiz Lopes é diretor do MHN e um dos mais importantes paleontólogos do país. O pesquisador faz parte da história da instituição desde a sua fundação, há 30 anos, quando ainda era estudante de Ciências Biológicas da Ufal.

Foram os professores de Jorge Lopes que iniciaram a fundação do MHN, levando seus estagiários para auxiliarem no início do novo instrumento de pesquisa e extensão da Universidade. “Há 30 anos nós começamos limpando cadeira, arrumando, preparando sala de exposição, ajudando a preparar os laboratórios que passaram a funcionar com esses respectivos professores”, lembrou o diretor.

A partir de então, Jorge Luiz não parou mais. Depois de formado, atuou no MHN como voluntário. Precisou se afastar para o mestrado, mas no intervalo entre o mestrado e o doutorado voltou ao Museu. “Retornei como pesquisador colaborador para trabalhar com paleontologia e dar prosseguimento ao laboratório que estava sem ninguém. Em 2008 fiz o concurso para professor na Universidade (Ufal) e desde então estou efetivamente no Museu de História Natural”, explicou.

Realização profissional e pessoal

Ajudar a fundar o Museu de História Natural foi uma das maiores experiências profissionais e pessoais na vida do professor Jorge Luiz. Presente desde o início, o professor acompanhou todo o processo de estruturação e suas complexidades, além de entender a importância da instituição para a ciência e o cuidado necessário com o acervo. “São vários setores, vários objetos de trabalho diferentes, e é necessário ter cuidado com o patrimônio impressionante que temos. É importante entender e conhecer como, de fato, são os museus. Não são só aqueles espaços de visitação, tem todo um bastidor que são as coleções científicas e todo um trabalho de pesquisa envolvido nisso”, afirmou.

O diretor revela que o MHN foi responsável por moldar o profissional respeitado que o professor Jorge Luiz é hoje. Biólogo de formação e paleontólogo de atuação, ele aprendeu a fazer ciência com o Museu de História Natural da Ufal, cultivando experiência desenvolvida pelas atividades praticadas na instituição. “O Museu foi exatamente quem me ensinou a fazer ciência. Foi onde eu aprendi a fazer pesquisa científica, a trabalhar com ciência, a entender e a fazer trabalho de campo”, confirmou.

Mas não foi só no âmbito profissional que o MHN causou impacto na vida do professor Jorge Luiz. Atuar no Museu há 30 anos, desde a sua fundação, é um dos maiores prazeres da vida do paleontólogo, que não diminui o orgulho que tem ao falar da importância da instituição. “É a realização de um desejo de vida. É almejar não se tornar um milionário, mas se tornar um profissional de respeito, com credibilidade, por conta de um trabalho feito com seriedade”, destacou.

Momentos marcantes

Com 30 anos, há muita história para contar e se torna difícil separar momentos marcantes, mas o professor Jorge não exita em citar os mais memoráveis para a sua trajetória e de importância para o Museu. “Todas as viagens feitas a trabalho de campo, todos os momentos no campo, bons e complicados. A luta diária para manter o Museu aberto, ativo, recebendo o devido respeito e dar continuidade à essa conquista dos professores que o criaram. Não é fácil, então é importante manter essa dignidade passada por eles. É uma responsabilidade muito grande”, reforçou, acrescentando: “As grandes descobertas que foram feitas pelas equipes do Museu, os méritos e o reconhecimento e grandes profissionais das ciências que estiveram no MHN”.

Entre esses méritos, o MHN conta com reconhecimento estadual, nacional e internacional, incluindo o da professora Anna Klyukina, que é diretora do Museu de Darwin, localizado em Moscou, na Rússia. A pesquisadora já esteve no Museu de História Natural da Ufal duas vezes e reconheceu o valor da instituição.

Em 2016, o MHN passou a funcionar numa nova sede, ocupando um dos mais bonitos prédios da Ufal, tombado pelo Patrimônio Histórico e onde já funcionou a Faculdade de Medicina, o antigo Centro de Ciências Biológicas (CCBI) e o Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), que fica localizado em frente à Praça da Faculdade, no Prado, em Maceió.

A sede oferece espaço amplo e é capaz de abrigar o acervo, as coleções e a área de exposição que se expande ano a ano, através de pesquisa e trabalho de campo.