Estudantes participam de aperfeiçoamento na Língua Brasileira de Sinais

Sinais-termo e expansão vocabular em Libras foi tema do evento
Por Paulo Canuto, estudante de Jornalismo
28/02/2020 15h56 - Atualizado em 28/02/2020 às 16h01
Língua Brasileira de Sinais em debate (Fotos: Paulo Canuto)

Língua Brasileira de Sinais em debate (Fotos: Paulo Canuto)

A fim de promover um aprofundamento na área da teoria linguística aplicada na Língua Brasileira de Sinais (Libras), alunos do primeiro período do curso de Letras-Libras da Ufal promoveram o “Glossário preliminar de sinais-termo para os níveis linguísticos e suas unidades de análise: Variedades sinalizadas por universitários da Ufal”, sob a orientação e coordenação da professora Edineide Silva, o evento aconteceu no CIC e contou a interpretação de Meire Santos Pereira e Maykew Douglas Assis De Gusmão.

Os alunos apresentaram de forma prática todo o conceito do que se chama de “sinais-termo”, terminologia e configuração de mãos ao realizar os sinais, as similaridades e diferenças entre os sinais. Diversas questões foram levantadas, como as dificuldades em encontrar termos para situações comuns como na Medicina e em outras áreas e a importância de pesquisas dessa natureza para compor e diversificar o glossário. Dúvidas também foram expostas e sanadas, além da sugestão de buscar outras plataformas de disseminação desse conhecimento através de dispositivos como Youtube, por exemplo, pois assim haveria registro desse conhecimento e a disseminação massiva, prestando assim um serviço mais amplo para a sociedade de uma forma geral.

Aluna do 7º período de Letras-Libras e monitora na organização do evento, Thamires Campos conta como foi a construção desse evento e de como ele vai ajudar aos alunos novos: “a professora trouxe essa proposta, primeiro num ponto de vista mais teórico e depois prático, já que na Libras os alunos estão em processo de aprendizagem, eles não conhecem muitos termos referentes à linguística; então a ideia é que os alunos do primeiro período possam aprender como são esses sinais em Libras” conta.

A aluna do primeiro período de letras-Libras Emili Jaiane contou sobre as dificuldades ao entrar no curso e de como a troca de conhecimentos ajudou no seu processo de adaptação dentro da Universidade “Tive muitas dificuldades quando entrei no curso, mas a interação com meu amigos surdos e ouvintes me ajudou bastante, e hoje apresentando um trabalho nesse evento foi muito importante para estabelecer uma relação entre os alunos e a comunidade surda que não faz parte da Ufal, sendo de grande importância essa troca de experiências”, diz.

Graduado em Matemática, Maykew Gusmão, intérprete Ufal e do evento, revelou como foi o aprendizado adquirido na ocasião, “quando comecei a atuar no curso de Libras eu senti muita dificuldade pelo meu não envolvimento a fundo nas questões linguísticas, mas graças às pesquisas na área eu consegui me aproximar mais desse conhecimento e me tornar um profissional melhor e os trabalhos apresentados aqui só vieram a contribuir pois tive acesso a sinais que ainda não conhecia e que serão de grande valia na minha vida profissional” afirma Maykel.

O evento finalizou com três propostas para continuação dos estudos sobre o glossário. A professora Edineide contou mais sobre essas propostas: “saíram propostas para a sociedade surda, a expansão desses estudos, institucionalizar esse glossário e continuar na coleta de dados e sua sistematização e fazer usos de plataformas midiáticas para a divulgação desses dados e do glossário em si com a comunidade surda alagoana através dos veículos midiáticos massivos”, explica.

"Eventos como esse de extensão são importantes porque é chance da comunidade vir para dentro da Universidade e discutir sobre o conhecimento que nós produzimos aqui, aliando o conhecimento externo ao que a instituição produz em ciência, de forma que ambos os conhecimentos se tornem um só”, conclui a professora.