Ufal chega à marca de 81 pesquisadores bolsistas por produtividade do CNPq

Edital 9/2020 aprovou mais 22 bolsas PQs, das quais oito são novas concessões
Por Manuella Soares - jornalista
17/12/2020 15h15 - Atualizado em 18/12/2020 às 19h11

Mais uma boa notícia na reta final de 2020: A Universidade Federal de Alagoas passará de 73 para 81 bolsistas de produtividade a partir de março do próximo ano. É que na chamada 9/2020 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 22 pesquisadores da Ufal foram reconhecidos com mérito dentro do limite orçamentário para perceber bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ).

Entre os contemplados, oito bolsas foram novas concessões e um pesquisador com ascendência de nível. As demais aprovadas foram renovações, que podem acontecer a cada 3 ou 5 anos, a depender do nível.

“Apesar da escassez de recursos no CNPq e no MCTI [Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação], a Ufal vem fazendo novos PQs. E em tempos de exiguidade e, sobretudo, num ano de copiosas perdas, é vital reconhecer estes cientistas como vitoriosos, uma vez que a avaliação leva em conta o mérito do projeto submetido e a produção científica. E tornando mais valioso o feito, em tempos de crise econômica e mais recentemente de crise sanitária”, destacou a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Iraildes Pereira Assunção, que também teve sua bolsa renovada, ratificando a valiosa contribuição como pesquisadora da Universidade.

A bolsa PQ é parte da política do MCTI, por meio do CNPq, para incentivar e valorizar pesquisadores com relevante produção científica e de destaque em suas respectivas áreas do conhecimento.

“Permite que o pesquisador tenha visibilidade e expressão nacional e internacional, pois serve de ‘passaporte’ para angariar financiamento para seus projetos de pesquisa no Brasil e no mundo, incluindo projetos institucionais, como os financiados pela Finep, além de ingresso em programas de pós-graduação como orientador/pesquisador”, ressaltou a coordenadora de Pesquisa da Ufal, Magna Suzana.

E acrescentou: “Também permite melhorar os indicadores da Instituição, refletindo na qualidade da produção científica e proporcionando a consolidação dos programas de pós-graduação e incremento da graduação, pois atuam intensamente em programas institucionais de bolsas de iniciação científica e/ou tecnológica e inovação”.

Mérito e reconhecimento

Para pleitear uma vaga nesse seleto grupo de PQs, o pesquisador deve atender aos critérios propostos pelo CNPq que é de mostrar capacidade para captar recursos e coordenar projetos, manter produção científica relevante e constante, contribuir fortemente para a formação de recursos humanos em níveis de graduação, mestrado e doutorado.

O pesquisador também precisa coordenar grupos de pesquisas consolidados, ter gradual inserção nacional e internacional, por meio de palestras e assessorias Ad hoc, a revistas nacionais e internacionais e de órgãos de financiamento à pesquisa, bem como envolvimento em atividades de gestão científica, incluindo a organização de eventos, participação em comitês estaduais ou nacionais, sociedades científicas, revistas científicas, assessoria de órgãos de governo, e conferências proferidas a convite e/ou em plenárias de congressos.

O bolsista PQ ainda deve atuar de forma contundente em atividades didáticas, com aulas na graduação e pós-graduação. Na lista dos 22 aprovados no último edital, está o professor Osvaldo Anibal Rosso, do Instituto de Física (IF), recém-citado na lista dos cientistas mais influentes do mundo, de acordo com um estudo realizado pela Plos Biology.

Entre as novas bolsas concedidas para a Ufal, duas vão para Arapiraca e duas para o Instituto de Física (IF). O Instituto de Matemática (IM), o Centro de Tecnologia (Ctec) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) receberam uma bolsa cada, e pela primeira vez, um pesquisador colocou a Unidade Educacional de Penedo no grupo de PQs da Ufal.

Confira no anexo a lista completa dos contemplados na chamada 9/2020

Com isso, a Ufal completa 81 bolsistas PQs, concentrando no Instituto de Física o maior número, com 15 no total. O Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) tem 10 pesquisadores produtividade e no Instituto de Química e Biotecnologia (IQB), 8.

Clique aqui para saber quem faz parte do grupo geral e no gráfico em anexo confira como as bolsas que estão distribuídas por unidade.

Contribuição científica

Pesquisadores de todo o país concorrem em diversas áreas do conhecimento e são avaliados por seus pares dos Comitês Assessores (CAs). Muitos docentes da Ufal, com reconhecida produção científica, não alcançaram níveis suficientes para conquistar a bolsa PQ, mas a equipe da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) destaca a importância e a participação destes pesquisadores para a ciência do país, e suas contribuições para a formação de recursos humanos altamente qualificados.

“É fundamental apoiar nossos pesquisadores e dar condições para que outros possam alcançar o reconhecimento, haja vista, que muitos tiveram mérito reconhecido, mas não atingiram o limite orçamentário”, salientou a pró-reitora.

A professora Magna enfatiza também que o resultado sugere a ampliação do debate sobre a necessidade de maiores investimentos na ciência e nos responsáveis por ela. “Esta ideia ressalta a necessidade e importância de apoiar não só a pesquisa, mas o pesquisador, que acumula funções ao longo de sua carreira acadêmica, ainda que, ocasionalmente, não tenha sido reconhecido como bolsista PQ. O não reconhecimento de muitos pesquisadores com alta produção reflete o sofisma de investimento em ciência e tecnologia e ainda, como o nosso país não investe em pesquisa e no pesquisador a contento. É preciso reforçar a necessidade de maior investimento, por parte do poder público, naqueles que se dedicam integralmente às atividades, não apenas de ensino, mas, sobretudo, da geração de conhecimento e/ou desenvolvimento de produtos com alto valor agregado, contribuindo para a inovação incremental ou radical, o que assiste a resolução de problemas sociais de todas as áreas do conhecimento e favorece a melhoria das condições humanas e o bem-estar global”, concluiu.