Oficina de roteiro cinematográfico é iniciada pelo Circuito de Cinema

Ministrada pelo roteirista Tairone Feitosa, atividade aconteceu na comunidade quilombola Tabuleiro dos Negros de Penedo
Por Eduardo Afonso Vasconcelos – Ascom Circuito
25/11/2020 20h14 - Atualizado em 25/11/2020 às 20h15
Oficina com moradores da comunidade quilombola Tabuleiro dos Negros, de Penedo

Oficina com moradores da comunidade quilombola Tabuleiro dos Negros, de Penedo

A comunidade quilombola Tabuleiro dos Negros, de Penedo, recebeu nesta quarta (24), na Escola Municipal Santo Antônio, o roteirista Tairone Feitosa para comandar a oficina Construção do roteiro cinematográfico. A atividade reuniu 14 pessoas e acontece até sábado, das 14h às 17h, como parte da programação do Circuito Penedo de Cinema para o 10º Encontro de Cinema Alagoano.

Tairone Feitosa é alagoano natural de Delmiro Gouveia e já escreveu roteiros de filmes como O Homem da Capa Preta e Luzia Homem. Em seu trabalho, é comum perceber a exploração de razões políticas em terrenos místicos a partir de um movimento atento aos elementos que compõem a identidade do povo brasileiro.

Foi dessa percepção que o oficineiro utilizou-se para propor aos participantes um olhar aguçado em relação à comunidade local e sua origem nos quilombos. Para iluminar o entendimento sobre o passado, Jonas, morador tradicional do povoado, foi logo convocado por uma das participantes da ação e prontamente passou a compor a sala de aula da Escola Santo Antônio.

O ponto de partida estabelecido por Tairone é que os envolvidos com a oficina devem apossar-se de uma ideia para, então, iniciar a produção escrita. Em meio a provocações divertidas, comunicação dinâmica e pausas para o cigarro — que mais pareciam estratégia pedagógica (ou teatral) —, o roteirista conseguiu fazer com que os integrantes aderissem ao propósito da atividade.

Nos breves intervalos, houve discussões acaloradas sobre as decisões acerca do roteiro a ser construído, que deve ser concluído até sábado, como resultado final da oficina. Sobre esse processo de composição, Tairone parece propor algo simples, sem necessidade de grandes alegorias: "A arte, a escrita, é crua; um objeto da expressão pessoal. Você não deve ir fantasiado de ninguém", garantiu.