Programação diversificada marca acolhimento e recepção aos novos alunos da Ufal

Programação para calourada dando início ao segundo semestre letivo de 2019 também envolveu alunos veteranos
Por Diana Monteiro - jornalista
23/09/2019 17h32 - Atualizado em 24/09/2019 às 14h20
Aula magna lotou o auditório Nabuco Lopes nesta segunda

Aula magna lotou o auditório Nabuco Lopes nesta segunda

Apresentação artístico-cultural, ações solidárias, exibições de vídeos e aula magna movimentaram na manhã desta segunda-feira (23), a concorrida solenidade de recepção e acolhimento aos alunos do Campus A. C. Simões no hall da Reitoria e auditório Nabuco Lopes. A programação foi iniciada com uma performance do grupo de alunos do curso de Dança (licenciatura) e participantes do Projeto de Extensão Experimento II, seguido de um café da manhã.

Na oportunidade, a pró-reitora de graduação Sandra Paz, que conduziu a solenidade de acolhimento e de recepção, ao dar boas-vindas aos estudantes, destacou algumas ações da instituição, a exemplo do Núcleo de Acessibilidade (NAC), destinado a pessoas com deficiências, como também a importância de doação de sangue, pelo Hemocentro de Alagoas, que integrou o primeiro dia de atividades da calourada, com uma unidade instalada no hall da Reitoria. Sandra aproveitou para fazer orientações acadêmicas aos novos alunos reforçando a importância da assinatura da lista de frequência e confirmação de matrícula.

A solenidade teve como ponto alto a aula magna proferida pela reitora Valéria Correia que abordou o polêmico Programa Future-se elaborado pelo governo federal para as universidades públicas. Segundo a reitora, o programa é considerado por todas universidades federais do país como um risco à autonomia e ao ensino superior  público e gratuito. Com o tema “Eu vejo o Future-se repetir o passado”, Valéria enfatizou que, com a implantação do programa as universidades não têm futuro. Disse na oportunidade, que o tema da aula magna foi escolhido pelo movimento estudantil da Ufal.

Ao contextualizar o tema, na oportunidade Valéria discorreu sobre a Ufal, enfocou os avanços obtidos durante a atual gestão e o que a instituição oferta à sociedade alagoana por meio dos seus três campi nas áreas de ensino, pesquisa e extensão e internacionalização. A positividade das ações empreendidas fez a Ufal ganhar destaque no ranking mundial na lista das melhores universidades e o patamar alcançado pela conquista da nota 4, conforme última avaliação do Ministério da Educação (MEC), também reforça a projeção da instituição no cenário nacional.

Atualmente estão matriculados na Ufal 30 mil estudantes distribuídos em 100 cursos de graduação e 14 cursos de Educação a Distância (EaD). Na área de pós-graduação estão em funcionamento 42 mestrados e 17 doutorados e em atividade 363 grupos de pesquisas e 346 projetos de extensão. Envolvidos nas atividades acadêmicas e administrativas, respectivamente, 1.640 docentes e 1.766 técnicos.

Eixos do Future-se

Com foco no tema central a reitora centralizou sua palestra em seis pontos: “Universidades Federais: Presentes (na e ) para a sociedade”; “A Ufal do presente: qualidade acadêmica e inclusão social”; “Ataques à autonomia e ao financiamento das universidades públicas”; “Sem presente, não há Futuro: Saída é Future-se por conta do mercado?”; “A Reação ao desmonte das universidades públicas: em defesa da Universidade Democrática, Pública, Gratuita e com financiamento público”; e “Com Future-se as universidades não têm futuro”. Sobre o Future-se, Valéria destacou:

“O Programa Future-se é dividido em três eixos: Gestão, governança e empreendedorismo; pesquisa e inovação; e internacionalização. A Ufal já faz isso muito bem. Portanto, não precisa do Future-se. Todas as universidades têm uma posição bastante crítica em relação ao programa, pois ele aponta como saída que os dirigentes têm que buscar nas empresas financiamento para suas pesquisas. Entretanto, o empresariado brasileiro não tem tradição de fazer investimento voltado a esse foco. O Programa ignorou o Plano Nacional de Educacional, que norteia as políticas do MEC”, frisou Valéria ao fazer a defesa do financiamento público.

Aproveitou para adiantar que a universidade que aderir ao Future-se será obrigada a utilizar a organização social (os) para dar suporte às atividades nos três eixos do programa, o que, segundo Valéria, configura-se como um conflito de funções entre reitoria e organização social. Informou da luta que vem sendo travada em nível nacional em parceria com parlamentares, a exemplo da Frente Nacional pela Valorização das Universidades Federais presidida pela deputada federal Margarida Salomão, que esteve recentemente na Ufal fazendo palestra sobre o Programa Future-se.

Sobre o desbloqueio de recursos anunciados pelo governo, frisou que estão aquém das necessidades das instituição. “Em 2015 eram mais de R$ 60 milhões para investimento e em 2019, para essa área, destinou-se um pouco mais de R$ 6 milhões, os quais foram bloqueados e, destes, serão apenas liberados R$ 2 milhões”, disse.

Reforçando ser a universidade patrimônio da sociedade brasileira e especificamente a Ufal, patrimônio do povo alagoano, Valéria finalizou a aula magna citando Paulo Freire, considerado o mais influente filósofo da educação brasileira e uma das figuras mais importantes da educação contemporânea mundial: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. A reitora Valéria Correia estará presente nas solenidades de abertura de todos os campi e suas respectivas unidades para recepcionar os alunos recém-chegados.

Ações e serviços

Representantes das pró-reitorias de Extensão e Estudantil, respectivamente, Betânia Brito e Manuela Aragão, também participaram da solenidade discorrendo sobre serviços e ações acadêmicas à disposição do segmento estudantil. A diretora da Biblioteca Central (BC) Cristiane Cirino, também integrou a programação e fez uma breve explicação e orientação sobre o Sistema de Bibliotecas (Sibi) da Ufal.

Vídeos institucionais sobre o papel abrangente e determinante que a Ufal desempenha junto à sociedade alagoana, assim como voltado ao segmento estudantil, também marcaram a solenidade de abertura. A defesa da universidade pública, do ensino superior gratuito e de qualidade pautaram a participação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na concorrida calourada. Os novos alunos, em visita guiada, também conheceram espaços universitários instalados no Campus A. C. Simões.

Ouça depoimentos dos novos estudantes aqui