Consuni realiza sessão extraordinária para debater os cortes no orçamento

Na mesma sessão, foi aprovada a proposta de concessão de título de Doutor Honoris Causa à Arquiteta Zelia Maia Nobre da Faculdade de Arquitetura
Por Lenilda Luna - jornalista
06/09/2019 12h49 - Atualizado em 02/10/2019 às 17h56
Comunidade acadêmica lotou auditório Nabuco Lopes (Foto: Renner Boldrino)

Comunidade acadêmica lotou auditório Nabuco Lopes (Foto: Renner Boldrino)

A sessão extraordinária do Conselho Universitário (Consuni) foi realizada nesta quinta-feira (5), no auditório da reitoria, para garantir um espaço mais amplo para os professores, estudantes e técnicos que estavam interessados em acompanhar o debate sobre a situação financeira da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). As entidades da comunidade universitária, como o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e a Associação dos Docentes da Ufal (Adufal) também estavam representadas.

A presidenta do Consuni, reitora Valéria Correia, abriu a sessão destacando a importância da participação de toda a sociedade na defesa da Universidade. “Estamos diante de uma conjuntura onde a Educação, a Ciência e a Cultura estão sofrendo cortes e não estão recebendo a atenção prioritária que merecem. Precisamos pensar em ações para defender a importância de investimentos na Universidade, para garantir a soberania e o desenvolvimento social”, declarou a reitora.

Em seguida, Luísa Oliveira, coordenadora de programação orçamentária da Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), apresentou um painel com a situação financeira da Ufal. “O orçamento de funcionamento da universidade bloqueado significa mais de 24 milhões de reais formalmente aprovados na lei orçamentária anual. Não é um pedido de crédito adicional. Estamos lutando pela liberação do  que é nosso, por lei”, ressaltou Luisa

Diante desse quadro, a reitora Valéria Correia explicou que já foi necessário renegociar o contrato com a empresa de segurança, reduzir a matriz de diárias e passagens, diminuir as demandas de transporte, reduzir a contratação de recepcionistas, reduzir o custeio de manutenção e limpeza. “Mas a Universidade tem que continuar realizando seu trabalho. Vamos iniciar o próximo semestre com uma grande recepção aos novos estudantes e teremos também o projeto Ufal de Portas Abertas, para convidar as escolas do Ensino Médio a conhecerem a Ufal”, destacou a reitora.

Luisa Oliveira reforçou que a comunidade alagoana precisa atentar para a importância social da universidade antes que seja concluído um processo de desmonte que vem sendo articulado há alguns anos. “Um orçamento sem ajuste anual não consegue suprir as demandas mínimas de funcionamento de uma Ufal, que tem mais de 30 mil estudantes. O bloqueio desse orçamento já defasado é uma atitude cruel que inviabiliza qualquer tipo de planejamento administrativo”, ressaltou ela.

Após a exposição, alguns conselheiros, além de estudantes, técnicos e professores, que estavam acompanhando a sessão, fizeram suas intervenções sobre a necessidade de unir forças e garantir o funcionamento da Universidade em todas as suas ações, necessárias para a sociedade que é atendida pela instituição. A Reitora propôs a criação de uma comissão para redigir um documento que será apresentado no início do próximo período letivo, em outubro.

Honoris Causa

A sessão extraordinária contou com a presença de muitos estudantes, professores e técnicos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), que apresentaram a proposta de concessão do título de  Doutor Honoris Causa à Arquiteta Zélia Maia Nobre, uma das fundadoras de curso de Arquitetura e Urbanismo.

A votação do pedido atraiu a presença de professores e alunos da FAU, entre eles o professor Heitor Maia, que atualmente ocupa a presidência do atual Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas, bem como da professora aposentada Geísa Brayner e das aulas formandas da primeira turma, de 1978, Regina Coeli Lopes, Valeria Barbosa, Rosario Reis, Julia Tenório e Zair Cerqueira.

A reitora Valéria Correia convidou para a mesa as professoras Morgana Pita Cavalcante, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,  e Adriana Capretz, que fez parte da comissão que fez a indicação para o título, além da estudante Cecília Rossé, representando os discentes da Unidade Acadêmica. As representantes destacaram a importância não apenas local, mas nacional da arquiteta.

A comissão elaborou um dossiê contando a trajetória de Zélia, a partir de coletas de dados que o grupo de pesquisa em que atuam já faz há alguns anos, o Grupo de Pesquisa sobre Representações do Lugar (Relu). Também foi entregue um abaixo-assinado composto de 1091 assinaturas da comunidade concordando com o pedido. 

Confira o vídeo apresentado aos presentes na sessão.

Valéria parabenizou as professoras e estudantes pela iniciativa e lembrou que na inauguração do novo prédio da Escola Técnica de Artes, a professora Zélia Maia Nobre esteve presente. “Ela foi homenageada porque aquele prédio é um projeto arquitetônico dela. Ela não pode estar presente hoje, mas será convidada para a concessão do título”, destacou a reitora.

A votação foi feita por cédulas, e a indicação foi aprovada por unanimidade. “É um momento muito importante, não só para a FAU, mas para toda a Universidade, já que a professora Zélia Maia Nobre é a primeira arquiteta mulher na Ufal a receber o título de doutora honoris causa”, comemorou a reitora Valéria Correia.