Os professores da rede municipal de Murici, na Zona da Mata alagoana, passaram a ter outro olhar sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A observação foi feita durante a pesquisa de mestrado de Mayara Teles Viveiros de Lira sob a orientação da professora Cleide Jane de Sá Araújo Costa, do Centro de Educação da Ufal (Cedu).

A dissertação Formação continuada: uma análise da formação de professores e o uso das TICs na Educação do Campo do Município de Murici - AL​ pretendia compartilhar os resultados obtidos da formação continuada com o apoio das TICs, especificamente os laptops que chegaram, em 2015, à Secretaria de Educação para uso dos docentes no campo. O trabalho teve como base teórica a discussão sobre o papel do professor por meio de sua ação pedagógica.

“​O estudo discute a ação pedagógica dos professores frente ao desafio da sociedade da informação, assim como traz uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas por eles em relação à infraestrutura, o acesso à Internet e a inclusão das TICs no currículo”, explicou a professora Cleide Jane.

Para realizar a pesquisa, Mayara observou os professores durante o curso de formação continuada e aplicou um questionário para obter as informações que seriam analisadas e interpretadas.

Motivação e resultados

Enquanto docente contratada da Semed de Murici, Mayara Teles viu chegar equipamentos que poderiam mudar as metodologias de ensino dos professores na educação do campo. Os laptops adquiridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) despertaram o interesse dela em saber como as ferramentas mudariam a rotina dos professores, visto que o município era o primeiro no Estado a disponibilizar esse recurso.

“A maioria dos professores que participaram da formação continuada afirmaram que as discussões serviram como possibilidade para repensarem o uso das TICs”. Como resultado, os docentes introduziram no seu planejamento o uso de recursos tecnológicos e permitiram mudanças em suas práticas pedagógicas.

A pesquisa também contextualizou os desafios da educação do campo, que surge a partir e reivindicações dos movimentos sociais e permite aos alunos a reflexão e a preparação conforme suas vivências nos espaços escolares da zona rural.

Desde então, as aulas no campo passaram a ser pautadas na “facilitação, colaboração e interação com o aluno”, assim como aponta o trabalhoa. A formação continuada com abordagem no uso das TICs reforçou para os docentes as imensas possibilidades de reestruturação pedagógica utilizando recursos como a internet no planejamento das aulas; imagens para facilitar a compreensão de textos; vídeos para discussões aprofundadas; e HQs e filmes para estimular o aprendizado dos alunos.

“Ocorreu a mudança no planejamento e na interação em sala com os alunos como resultado do ressignificar a prática docente, inclusive percebiam os alunos mais motivados e interessados nas aulas”, contou Mayara em suas considerações finais da pesquisa.

O trabalho completo pode ser encontrado ​ no Repositório da Biblioteca da Ufal, aqui.