Ufal e Sociedade entrevista Betânia Brito sobre Extensão Universitária

Programa vai ao ar na Rádio Ufal toda segunda-feira, às 11h com reprise às 17h

29/07/2019 11h30 - Atualizado em 23/09/2019 às 11h38
Entrevista com Betânia Brito no Ufal e Sociedade. Foto: Renner Boldrino

Entrevista com Betânia Brito no Ufal e Sociedade. Foto: Renner Boldrino

O programa Ufal e Sociedade, pela radioweb da Ufal entrevistou a professora Betânia Brito, coordenadora de Extensão da Universidade.Confira como foi:

Lenilda Luna: Professora, bem-vinda, obrigada por estar aqui na Rádio Ufal. Vamos começar falando sobre esse conceito de Extensão ao longo da história recente das universidades brasileiras. Então pode começar. 

Betânia Brito: Isso, obrigada Lenilda, sejam muito bem-vindos, os nossos ouvintes. Nós estamos aqui para trazer um pouco do que é a política de Extensão. O Brasil se transformou desde a década de 70 até os dias atuais, tendo a nossa universidade como uma das pioneiras em política de Extensão no país. Sobretudo colocando que a Extensão se inicia a partir de uma demanda da comunidade, mas essas demandas eram voltadas para serviços prestados às comunidades. Nós temos aí alguns exemplos, o programa do Crutac [Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária], projeto Rondon, que foram grandes programas pioneiros da política de extensão no Brasil. E nós íamos, através desses programas, até as comunidades, ofertar os serviços que a universidade, como a grande condutora do conhecimento no Brasil, se prestava a ofertar de uma maneira organizada para essas comunidades ribeirinhas, quilombolas, sobre a questão agrária, para os produtores.

Foi dessa forma até certo momento da história da Extensão no Brasil.

A partir da década de 80, nós vamos ter uma ressignificação dessa política de Extensão e passamos por profundas transformações. É quando a gente vai ter a Constituição de 88, que vem trazer também a característica da autonomia universitária e a partir dessa autonomia universitária, a universidade começa a construir a sua política de Extensão, com três elementos fortíssimos, que é a indissociabilidade entre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Ou seja, a Extensão universitária, a partir desse momento,  não é mais apenas uma prestação de serviço às comunidades, mas é em si um processo de diálogo permanente com as comunidades. E para que isso se materialize dentro da universidade, é necessário que nós possamos construir a política de Extensão.

Nós vamos ter espaços importantíssimos nesse processo, como o Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão, que é o Forproex. Lá vai se dar o grande debate, é onde os grandes protagonistas da política de Extensão no Brasil aparecem, que são os pró-reitores de Extensão das universidades públicas brasileiras. E eles vão dar sentido e significado a essa nova política de extensão dentro das universidades, construindo os indicadores, construindo as formas de diálogo, definindo quais são as comunidades mais importantes para esse processo de diálogo que nós vamos organizar e, sobretudo, a partir do PNE é que nós vamos, de fato, materializar como, onde e de que forma se dará essa política de Extensão. 

Lenilda Luna: Só pra explicar melhor o que é o PNE e qual a relação então da Extensão dentro do PNE. 

Betânia Brito: O PNE é o Plano Nacional de Educação. Nós tivemos o primeiro Plano Nacional que vai ser logo a partir do momento de redemocratização do país. Nesse primeiro PNE já vem com uma meta definindo que as universidades terão 10% de sua carga horária voltada para os projetos, para os programas de Extensão. Dentro da formação curricular. Essa situação vai construir, na verdade, uma forte demanda dentro das universidades, garantindo, assim, que os currículos dos cursos tenham esse olhar voltado para essas demandas sociais. E nós vamos ter esse PNE finalizado logo após 10 anos da sua vigência. Em 2010 para 2011, nós vamos finalizar o primeiro PNE e vamos partir pra construção do segundo PNE, que  vai ser, na verdade, validado apenas em 2014, porque ele vai passar por um processo de construção coletiva e de participação de toda a comunidade civil organizada. Nesse segundo PNE, mais uma vez, a Extensão é garantida como parte dos currículos dos cursos, com 10% da Extensão nos projetos, nos PPCs dos cursos de graduação das universidades públicas. E, sobretudo, lá está colocado que será feito a partir de programas e projetos de Extensão.

O que isso quer dizer? Isso quer dizer pra gente que não são apenas atividades pontuais, porque a Extensão trabalha com eventos, trabalha com cursos, trabalha também com prestação de serviços, com várias modalidades de atividades. Mas os programas que agregam os projetos são formas mais fortalecidas para que essa Extensão seja consolidada, porque a partir dos projetos nós vamos criar diálogos permanentes com essas comunidades. Então não serão apenas ações pontuais, mas nós vamos ter ações continuadas, sobretudo na Ufal, porque aí nós vamos, com esse novo PNE 2015, quando a nossa gestão assume a universidade, ele vai estar bem visível, todas as atenções voltadas para esse documento. Então o documento provoca uma inquietação dentro do Fórum de Pró-reitores de Extensão no Brasil. E esse Fórum demanda para as universidades as metas, os princípios, as diretrizes.

E é com esse diálogo que nós, dentro da Pró-reitoria de Extensão, vamos construir a resolução 04 no ano de 2018, que é a resolução que vai orientar o processo de curricularização ou creditação, porque aí a Extensão não vai ser apenas uma ação que vai acontecer se o aluno quiser, se o docente quiser. Não. A Extensão vai ser um componente curricular. E todos os estudantes que entram na universidade através da matriz curricular 2019 vão ter uma experiência significativa e fundamental dentro da sua área formativa, com o seu campo de atuação que é a Extensão. 

Lenilda Luna: A Extensão se consolida como uma mão dupla, né? Tanto a sociedade começando a ter mais espaço para trazer conhecimentos populares, para participação, demandas dentro da universidade, como a universidade aprendendo a se relacionar com as comunidades de uma forma mais permanente, não fazendo visitas e dando atendimento, mas participando de um processo de organização, de um processo de crescimento. Então a Extensão ela se consolida dessa forma, com continuidade... 

Betânia Brito: Isso mesmo, Lenilda. A Extensão é uma política de continuidade das ações que nós já vínhamos desenvolvendo, mas que muitas vezes estavam dissociadas do currículos dos cursos. Então, sobretudo quando a matriz curricular aponta qual é o seu programa de Extensão, a Extensão tem suas linhas, a Extensão tem suas áreas, são 8 áreas, são 53 linhas, então nós temos definidos alguns elementos que vão ser primordiais nesse processo. E quando os cursos convergem dentro dessas definições eles dialogam entre si. E, sobretudo, a Extensão vai ser bem pontual, dizendo que nós precisamos trabalhar com as escolas de educação básica. Esse vai ser um grupo que nós vamos dialogar, enquanto universidade, diretamente. Porque nós entendemos que esse será nosso público-alvo dentro da Universidade. Nós vamos também dialogar com os movimentos sociais, porque está lá na política nacional de Extensão. São esses aspectos. E com as comunidades que estão em vulnerabilidade social.

Esses elementos vão ser marcantes dentro dessa política de Extensão. E quando nós direcionamos, aí não é apenas a Proex. Nós temos também um cuidado, porque é também um processo de formação e a Pró-reitoria de Graduação está diretamente envolvida. Então Proex e Prograd conversam, elas se organizam para orientar esses cursos junto com os coordenadores de curso e os coordenadores vão demandar esses diálogos com os seus estudantes, eles vão dialogar com seus docentes, eles vão chamar essas comunidades para ouvir essas demandas, porque a universidade não pode trabalhar de uma maneira exclusiva, de uma maneira individualizada. Ela precisa se abrir para essas demandas, porque não adianta a gente ofertar uma atividade de Extensão que não vai provocar um interesse dessas comunidades.

Então a Extensão é um termômetro importantíssimo para que a gente possa ver se essa relação que você destaca aí, ela de fato se consolida. Porque caso a comunidade não se envolva, não se interesse, porque eu também quero destacar que esse é um processo de construção, de aprendizagem, que é muito novo. Não é algo que vai se dar automaticamente. Você dizer “quero trabalhar com a comunidade indígena de Palmeira dos Índios e vou lá e vai dar certo”. Tem que haver todo um planejamento antes. Precisa organização para dizer qual é o objetivo do trabalho, qual é a metodologia que vamos utilizar, quais são os dias em que vamos estar lá, principalmente no momento que a universidade vive hoje, que é de tão poucos recursos, de pouquíssimas condições que nós temos. Então todas as ações que nós vamos realizar têm que ser bem pensadas e planejadas. E, sobretudo, a gente orienta que as comunidades venham para a universidade, porque é muito importante que elas percebam o espaço que nós estamos, que essas comunidades também sintam uma vontade de estar aqui. Essas escolas de educação básica, tragam esses estudantes para que eles percebam que o que nós fazemos aqui.

Por que é importante ter um curso de Química, de Física, de Matemática? Por que a universidade constrói essas políticas? Por que esses profissionais são tão fundamentais na organização do estado brasileiro? Esse elemento vai ser indispensável, porque é esse diálogo que vai suscitar nas pessoas o interesse, o envolvimento e o engajamento com as práticas extensionistas que nós vamos ofertar. Não adianta eu ofertar apenas aquilo que eu gosto, que eu tenho interesse, mas os cursos vão ter que, sobretudo, buscar as demandas que essas comunidades têm dentro de si. 

Lenilda Luna: Betânia, e quando a universidade se democratiza e amplia o acesso às camadas mais populares, facilita também para a Extensão, né? Porque, por exemplo, hoje nós temos alunos quilombolas, alunos indígenas. Então não é um diálogo de um ente estranho que vai visitar uma comunidade, mas são pessoas dentro da Ufal que representam essas comunidades. A ponte fica mais sólida, né? Mais abrangente.

 

Betânia Brito: Com certeza, Lenilda. Você toca num ponto fundamental. A universidade é parte desse processo de redemocratização da década de 80, aí nós vamos avançando, com o PNE, com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), com algumas modificações. Nós temos essa abertura, esse democratização do acesso das pessoas. E principalmente para o estado de Alagoas. Nós temos 102 município, e a política de Extensão está direcionada para atuar dentro desses municípios. A cada ano nós vamos construindo metas para alcançá-los. Nós já temos mais de 50% dos municípios envolvidos em ação de Extensão dentro da Ufal, mas nesse novo PDI que nós construímos, que vamos estar mobilizando, nós vamos ampliar esse contato. E aí para que se facilite esse acesso, temos os nossos estudantes, né? Nós temos aqui, no próprio Campus de Delmiro Gouveia, grandes representantes de comunidades indígenas que estão ali no Sertão de Alagoas, nós temos grupos fundamentais e são eles que estão protagonizando esse processo dentro da universidade.

Nós temos em Arapiraca e no agreste também, muitos grupos indígenas, quilombolas, os ribeirinhos, então a universidade hoje ela se modificou. Ela se amplia, ela tem um novo público, ela tem uma nova cara. Não é possível mais ignorar essas pessoas. Assim é muito mais fácil se nós quisermos dialogar com esses grupos, partir desses que aqui estão. E, sobretudo, e aí eu vou colocar que nós temos as políticas afirmativas, que é um elemento fundamental para pensar nessa relação com essas comunidades e fortalecer (esse contato). Não é apenas dizer que eu tenho uma relação com as comunidades, mas como essas relações se fortalecem. E aí nós temos o nosso edital Zumbi e Maninha Xukuru-Kariri. É um edital da Extensão específico para trabalhar com as comunidades ribeirinhas, quilombolas, e está diretamente ligado a questões afirmativas. E dentro desses editais nós priorizamos que a Extensão atue dentro dessas comunidades.

Nós temos essa preocupação de todos os anos apresentarmos esses projetos, trabalhando dentro da universidade e dentro dessas comunidades. Um diálogo permanente dentro dessas ações. Nós temos também editais voltados para a área artística e cultural, que é o Proinart. Esse  também é um dos grandes editais que faz com que a questão artística das comunidades indígenas, das comunidades quilombolas apareçam e se destaquem. No edital nós construímos indicadores que façam com o que esse docente ou esse técnico que propõe a ação, se preocupe como é que essa representação vai ser inserida dentro dessa construção. E precisa apresentar resultados, precisa apresentar indicadores que fortaleçam essa política de Extensão no formato das diretrizes nacionais da Extensão, que foi um grande marco da Extensão, aprovado ainda no ano passado, no final de 2018. Essas diretrizes estão disponíveis para os nossos estudantes, professores e técnicos, para que eles se apropriem. E quando as ações vão ser construídas, eles estejam atentos ao que está sendo colocado pela política nacional. Isso é fundamental, extremamente importante, porque é um fortalecimento coletivo das práticas extensionistas, dentro não apenas da Ufal, mas das universidades públicas brasileiras. 

Lenilda Luna: Falando então dessas práticas extensionistas, desses programas que estão sendo desenvolvidos, existem cursos que já têm uma vocação natural, né? Serviço Social, Enfermagem, Medicina, por exemplo,  na formação desses profissionais eles têm que estar em relação com a sociedade, com a comunidade. Tem alguma área de conhecimento na Ufal onde isso é mais difícil, onde existem menos programas e menos consciência extensionista, digamos assim, que são cursos mais voltados, talvez, para uma ciência mais dura, no laboratório. Existe um caminho que tem que ser feito por esses cursos? Como é que é essa situação? 

Betânia Brito: Eu gostaria de destacar que nós nos surpreendemos. É inegável que os cursos que lidam com a saúde, o curso de assistente social, também é uma característica indispensável, essa relação com a comunidade. Os cursos de medicina, os cursos que são extensionistas por natureza. Nós temos esse viés e a gente considera que é fundamental e que, de fato, vai provocar uma diferença nas atuações de cada curso desse. Mas é inegável que as ciências exatas apresentam uma certa dificuldade… talvez não tenham uma tradição dentro dessa relação [de extensão]. E aí, quando a gente vai pra esse processo de curricularização, muitas vezes os docentes, os técnicos, os discentes perguntam “como é que eu vou até a comunidade?”, “que comunidade é essa?”, “como é que eu vou buscar?” e nós temos assim que nos colocar disponíveis e buscar trazer essas pessoas para dentro da universidade, para que eles dialoguem e vão encontrando os caminhos. Porque quando você pensa, por exemplo, em uma cooperativa, que nós temos algumas aqui que os cursos orientam: as cooperativas não precisam apenas aprender a construir aquele processo de produção, vamos dizer assim, mas elas também precisam aprender matemática, elas também precisam aprender sobre a questão financeira, elas precisam lidar com cálculos. Então elas precisam de uma Extensão que se debruce sobre esses elementos. E que o curso de Serviço Social não vai ter, o curso de Enfermagem também não vai dominar. Então por isso que nós lidamos na Extensão, é um dos princípios da Extensão, que é a interdisciplinaridade entre as áreas do conhecimento, e além da interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade, que são elementos fundamentais. E a interprofissionalidade. São profissionais de diversas áreas do conhecimento, de maneira que se sobrepõe a um conhecimento fechado.

Nós temos um diálogo entre os cursos e na nossa própria construção de política de Extensão na Ufal, a gente coloca que não seja apenas um curso lidando com aquela comunidade, que os cursos procurem dialogar entre si. Geralmente vai aparecer uma comunidade indígena que precisa também da matemática atuando ali. Isso é um processo que vai se dar ao longo dessa caminhada. Não estar pronta é difícil, e a gente entende e compreende os nossos limites, mas nós vamos lidar com isso para vencê-los.

O nosso grande desafio hoje é trazer essas comunidades para dentro das universidades, e aí eu vou dar um exemplo: nós temos cursos, por exemplo, de matemática, que é tão, às vezes, distante, vamos dizer assim, um bacharelado, dos nossos estudantes da educação básica. A licenciatura por si só tem um campo fértil de atuação, que são as escolas, mas quando você olha para os bacharelados de Química, Física e Matemática, você pergunta: como esses bacharelados vão atuar? Mas aí [tem projetos como] as Mulheres na Ciência que é um desafio permanente. Você lida com as questões de gênero, você lida com questões do envolvimento dessas mulheres, você quebra paradigmas. É importante nós termos professores aqui que aprovam projetos fundamentais para que as meninas que estão na educação básica compreendam que a ciência não está apenas para os homens, ou não está apenas fechada por princípios de quem sabe fazer cálculo, mas essa ciência se reconstrói, ela precisa propor diálogo diferenciado, ela precisa estar em um diálogo que as pessoas entendam. E muitas vezes essas meninas que estão em escolas de educação básica, elas têm um potencial incrível para dialogar com esses estudantes que lá estão. Nem sempre o professor que está aqui consegue, mas quando a gente traz as crianças, os adolescentes e os jovens pra universidade, e a partir deles a gente cria um diálogo, vai ser muito mais fácil nós desenvolvermos essa prática extensionista, a partir dos cursos de formação, a partir dessa aproximação com a comunidade, porque é um desafio constante.

Nós não fazemos ciência mais para ficar entre as quatro paredes da universidade. Não é mais aceitável esse tipo de conhecimento científico. Nós construímos a ciência em benefício das comunidades, em benefício das populações, em benefício do homem, da mulher, da vida. Esse é o grande desafio da ciência. E a Extensão aí se coloca como um grande articulador dessa ciência, porque a Extensão está na sala de aula e está fora da sala de aula. A Extensão também demanda para a Pesquisa e ela também traz a pesquisa para a comunidade, porque nós chegamos a uma comunidade de agricultores e eles perguntam “como é que nós podemos fazer para produzir mais de uma maneira que seja sustentável” e vem um grande desafio: a universidade precisa demandar para essas pessoas, porque essas pessoas também são partícipes desse conhecimento. São elas que vão construir a alimentação saudável, são elas que vão demandar que a gente possa viver mais nesse planeta. Então, para que a vida seja possível, não é possível mais continuar no isolamento. A universidade vai precisar de todas as formas: se garantir, se reformular.

Nós precisamos, a cada dia, nos movimentar em direção a essas pessoas, e esse é um desafio permanente. Tem sempre áreas que vão estar mais próximas, mas elas vão demandar para as áreas que não têm tanto acesso. Nós vamos fazer um seminário sobre a curricularização, esse é o nosso desafio para o próximo semestre. Vamos trazer os cursos que têm mais facilidade para que eles compartilhem as experiências e os outros que estão com algumas dificuldades possam se perceber dentro desse processo, porque é assim que a gente constrói o conhecimento, dialogando. Não existe nada pronto, nada acabado. Todo conhecimento é construído. E a gente topou esse desafio. As universidades públicas brasileiras estão vivendo um momento decisivo da sua história e nós não podemos nos isolar, nós precisamos caminhar em direção a essas pessoas que precisam dessa universidade. 

Lenilda Luna: É isso, Betânia. Muito obrigada por essa exposição. A gente percebe o quanto a Extensão tem tudo a ver com esse processo de Ufal e Sociedade que é a abordagem aqui desse programa. É Extensão, né? Esse diálogo permanente com a sociedade. Eu agradeço os esclarecimentos. Com certeza você vai voltar aqui para detalhar cada um desses programas, desses desafios, dos seminários, da elaboração coletiva que está sendo feita. 

Betânia Brito: Isso mesmo. Obrigado, Lenilda, pela oportunidade. E eu quero só colocar que esse processo é uma construção coletiva, não é algo que a Proex esteja sozinha, mas nós estamos dialogando com o Comitê de Extensão da universidade, nós estamos dialogando a partir do Fórum Popular Universitário. Nós tivemos o primeiro encontro na Ufal a partir das demandas populares, então nós estamos num processo permanente de construção. Esse talvez seja um dos maiores desafios dessa história recente da Extensão no Brasil. Teremos muitos diálogos, porque o diálogo é fundamental na formação do ser humano. 

Lenilda Luna: Isso é ótimo. O programa Ufal e Sociedade vai ao ar todas as segundas, 11h, com reprise às 17h. Até o próximo!

Ouça a entrevista aqui