Consulta para escolher reitor da Ufal será dias 7 e 8 de agosto

Assessoria de Comunicação entrevistou candidatos; Confira
Por Diana Monteiro - jornalista
26/07/2019 11h21 - Atualizado em 02/08/2019 às 09h25
Comissão da consulta para reitor da Ufal

Comissão da consulta para reitor da Ufal

A condução do processo de Consulta ao cargo de reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está sob a responsabilidade de uma comissão composta por representantes, entre titulares e suplentes, dos três segmentos universitários: docentes, técnicos-administrativos e estudantes.

A consulta à comunidade acadêmica será realizada nos dias 7 e 8 de agosto, com segundo turno marcado para os dias 14 e 15 do citado mês. A consulta transcorrerá nos três campi da Ufal e respectivas unidades de ensino.

No Campus Arapiraca, além da sede, estarão disponibilizadas urnas nas Unidades Educacionais de Penedo, Viçosa e Palmeira dos Índios. As urnas do Campus do Sertão ficarão na sede, em Delmiro, e na Unidade Santana do Ipanema. No Campus A. C. Simões, o Espaço Cultural e o Centro de Ciências Agrárias (Ceca) também estarão com urnas disponibilizadas para a consulta.

Quatro chapas, com seus respectivos candidatos, estão na disputa: Chapa 1 ( Ufal Mais) Josealdo Tonholo e Eliane Cavalcanti; Chapa 2 (Outra Ufal Resiste) Valéria Correia e Ângela Canuto; Chapa 3 ( Endireita Ufal) Alexandre Toledo e  Célia Nonata; e Chapa 4 (Compromisso e Ação) José Vieira e Tânia Voronkoff.

Sobre a consulta

Nesta consulta, estão aptos a votar cerca de 30 mil pessoas da comunidade universitária, entre alunos, técnicos-administrativos e docentes. O Conselho Universitário (Consuni) definiu o dia 22 de outubro para a assembleia extraordinária para escolha dos nomes que vão compor a lista tríplice destinada ao Ministério da Educação (MEC). Desta lista, sairá a nomeação do futuro reitor ou reitora da Universidade Federal de Alagoas.

Na lista tríplice estarão os três nomes indicados e referendados pelo Consuni e caberá ao governo federal a escolha de um entre os três indicados. Desta forma, a escolha de quem vai ocupar o cargo máximo da Universidade Federal no quadriênio 2020 a 2024 será realizada pelo Conselho Universitário em outubro, respeitando integralmente a legislação vigente e a Nota Técnica nº 400/2018 do MEC.

Também estão acompanhando o processo, delegados das chapas envolvidas, cada uma com direito a dois representantes (titular e suplente).

São membros da comissão, pela Associação Docentes da Ufal ( Adufal) os titulares Sandra Lira, Ailton Galvão e Abdízia Barros; e como suplente, Querino Mallmann. Pelo Sintufal, são titulares Fátima Leobino, Jarman Aderico e Ricardo Moresi; e o suplente dos representantes desse segmento é o servidor Flávio Lins. Estão na comissão como representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), os seguintes titulares: Maria Clara Lopes, Gian Carlos Nascimento e Alex Silva. O estudante Daniel Pereira é o suplente da categoria na comissão.

Entrevistas

A Assessoria de Comunicação da Ufal realizou entrevistas com cada candidato, para que a comunidade possa conhecer ainda melhor os perfis e propostas de cada um.

Confira as entrevistas:

Josealdo TonholoChapa 1 – Josealdo Tonholo

Formado em Química (Bacharelado e Licenciatura) pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto-USP (1988). Mestrado (1991) e o doutorado (1997) em Físico-Química, São Carlos - USP. Pós-doutorado em Eletroquímica na Loughborough University, Inglaterra. Professor Titular da Universidade Federal de Alagoas, vinculado ao Instituto de Química e Biotecnologia, desde 1993. Foi pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa por duas ocasiões. Foi diretor da Anprotec e ajudou a criar o Núcleo de Inovação e Tecnologia da Ufal. Coordena o mestrado profissional em rede nacional (Profnit). Coordenou vários eventos no Brasil e no exterior. Atua em ensino, pesquisa e extensão nas áreas de eletroquímica e em gestão de ciência tecnologia e inovação.

Ascom: Tendo em vista à conjuntura econômica e fiscal adversa, como o candidato pretende enfrentar os possíveis contingenciamentos das verbas destinadas à Ufal?

Chapa 1: Não se combate contingenciamento de forma isolada. Iniciativas para garantir o orçamento de uma universidade têm como uma primeira frente uma articulação junto a Andifes, sobretudo porque é raro que haja contingenciamento para uma única universidade. Dessa articulação, seguramente haverá desdobramentos que vão desde busca de diálogo com o Congresso a, especialmente, um próprio diálogo com o MEC e o Governo. Diálogo é essencial. Uma segunda frente é a articulação com a bancada federal do estado de Alagoas, para que seja reforçado este canal direto de diálogo com o MEC, bem como aporte de emendas de bancada. Por fim, buscar articulação com as entidades representativas dos três segmentos (Adufal, Sintufal e DCE) e a sociedade para construir uma mobilização em defesa da universidade pública e gratuita.

Ascom: Na sua proposta de ação, quais as prioridades para Ufal?

Chapa 1: Os/as nossos/as estudantes, técnicos/as e professores/as têm enfrentado todo tipo de adversidade interna para realizarem as suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e administração. Nós vamos retomar os serviços básicos e garantir os insumos necessários ao funcionamento digno da nossa Universidade. Hoje, está faltando de tudo, como: papel, fotocópia, cartucho de impressora, insumos de laboratório, manutenção de condicionadores de ar, energia, segurança, manutenção predial, etc. Com isso restabelecido, teremos condições de implantar ações para a permanência dos estudantes nos campi, tais como: o combate à evasão e a qualidade dos cursos. Entre elas, flexibilização curricular, autonomia, acesso ao Restaurante, atividades de prática acadêmica, científica, cultural, esportiva, econômica, política e social, entre outras.   

Ascom: O que o candidato pretende fazer em relação à assistência estudantil?

Chapa 1: Temos muitas ações nas propostas de campanha no tocante à assistência estudantil. A resposta a essa questão passa, necessariamente, pela garantia de bolsas para estudantes que se encontram em situação mais vulnerável e/ou necessitem de assistência em saúde, física e mental. Além, é claro, da vivência da cultura, do lazer e dos espaços de convivência. A assistência aos estudantes será um dos pilares fundamentais de nossa gestão. Não podemos esquecer que mesmo de forma indireta, vários elementos no âmbito do ensino precisam ser pensados nessa perspectiva ampla de assistência estudantil. O fenômeno da evasão é o principal deles. Ele tem afetado a vida de muitos estudantes e, assim, teremos que resolver as questões de ausência de sala de aula e as elevadas taxas de reprovação, dentre outros aspectos relacionados ao ensino.

Ascom: Qual o planejamento do candidato para a área de gestão de pessoas (servidores docentes e técnicos)?

Chapa 1: Primeiramente, gostaríamos de afirmar nosso compromisso com o direito adquirido pelos/as trabalhadores e trabalhadoras da Ufal ao longo de décadas. Lutaremos pelos direitos dos/as servidores/as até a última instância e até o último recurso. Dito isso, vamos implantar um sistema de gestão por competência. Isso nos permitirá a definição clara de tarefas e processos nos setores e unidades. De forma complementar, faremos a composição de um banco de talentos e competências junto aos/às servidores/as. Isso requer que a Ufal faça um estudo de dimensionamento de pessoal. Formaremos gestores universitários em cursos internos e externos, garantiremos a permanência do/a servidor/a em cursos de pós-graduação e ampliaremos os recursos de capacitação de servidores/as.

Ascom: Em relação à expansão da Ufal, quais os planos do candidato?

Chapa 1: Temos que resolver as questões não concluídas da expansão. Maceió, Rio Largo, Delmiro Gouveia, Santana do Ipanema, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Viçosa e Penedo (ainda sem sede) possuem problemas que não foram resolvidos pela atual gestão.  Teremos que construir espaços, ampliar bibliotecas, ampliar serviço de transporte na capital e no interior, melhorar a segurança e garantir o funcionamento desses novos espaços. A autonomia para os campi do Interior será garantida. Por outro lado, a ampliação de cursos e serviços da Ufal tem sido um grande vetor de desenvolvimento do estado de Alagoas. Temos que adensar o interior, seja pela execução do Campus do Litoral, seja pela oferta de novos cursos presencial ou a distância, seja pela emancipação de Unidades e campi.

Ascom: Candidato, qual a motivação do senhor para ser reitor da Ufal?

Chapa 1: A Chapa 1 é motivada pela comunidade. Nós queremos e sabemos fazer mais. Resgatar a unidade da academia em defesa da Ufal. Resgatar as relações interpessoais, em todos os espaços da Ufal, inclusive o Hupaa. Acolher melhor as pessoas. Resgatar o senso de pertencimento. Valorizar os esforços dos/das seus/suas trabalhadores/as. Aumentar o nosso orgulho em ser Ufal! Queremos que a Ufal seja ainda mais reconhecida pela sociedade, tanto pela excelência dos seus cursos e de suas pesquisas, quanto pelo alcance das suas ações na vida dos cidadãos. Que a Ufal seja mais integrada e que a sociedade perceba a sua grande importância. Que os seus serviços alcancem cada vez mais pessoas. Queremos soluções efetivas, criativas, inovadoras e empreendedoras para velhos problemas. Quero uma Ufal Mais!

 

Valéria CorreiaChapa 2 – Valéria Correia

Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas (1982), tem mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (1997), doutorado também em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (2005), e Pós-doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2011). Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Serviço Social da Ufal e diretora da Faculdade de Serviço Social (Ufal). Desde 2006 é coordenadora do Grupo de Pesquisa e Extensão Políticas Públicas, Controle Social e Movimentos Sociais. Tem experiência na área de Serviço Social, com ênfase em Políticas Sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: controle social, política de saúde, serviço social, conselho de saúde e gestão e financiamento de políticas públicas.

Ascom: Tendo em vista à conjuntura econômica e fiscal adversa, como a candidata pretende enfrentar os possíveis contingenciamentos das verbas destinadas à Ufal?

Chapa 2: Sabemos que a conjuntura tem aprofundado os problemas de infraestrutura nas universidades. Nesse contexto, temos orgulho de dizer que mantivemos a Ufal funcionando sem cortar serviços, ao contrário, ampliamos: abrimos dois RUs no interior; concluímos 26 novas obras;  adotamos prioridades como o pagamento das bolsas estudantis e recursos para os cursos em avaliação, o que resultou uma Ufal com melhor indicador de qualidade que antes. Ampliamos bolsas do Pibic financiadas pela Ufal de 300 para 360; na monitoria, ampliamos de 415 para 475; ampliamos em R$1 milhão o orçamento de bolsas de extensão. Dobramos o números de títulos de livros de 30.316 para 62.180; investimos mais de R$1 milhão em acessibilidade; descentralizados mais recursos de manutenção predial para os campi do interior do que antes etc. Enfrentaremos o próximo período da mesma forma.

Ascom: Na sua proposta de ação, quais as prioridades para Ufal?

Chapa 2: Com os contingenciamentos e cortes, adotamos prioridades: concluir as obras em andamento, como a piscina do Campus Arapiraca, parada há dez anos; reforma/ intervenção em espaços existentes, a exemplo do auditório do Espaço Cultural, interditado em 2015; a reforma do Núcleo de Energias Renováveis no Ceca, etc. Captamos mais de R$ 35 milhões em recursos que garantiram a conclusão das obras, a exemplo do Complexo Esportivo que, sem os R$ 5,7 milhões adquiridos pela nossa capacidade de diálogo com setores do governo e da bancada, não teria sido concluído. Com a conclusão das obras, vamos priorizar a manutenção predial, renovação do parque de TI, equipamentos de laboratórios, mobílias, e fortalecer as ações em acessibilidade e acervo bibliográfico. Também queremos melhorar os indicadores da pós-graduação e trabalhamos para isso.

Ascom: O que a candidata pretende fazer em relação à assistência estudantil?

Chapa 2: Avançamos muito nessa dimensão! Acabamos a obrigação dos estudantes trabalharem para receberem bolsa; agora a bolsa é para estudar! Priorizamos o pagamento das bolsas estudantis.  Ampliamos os estudantes na Residência Universitária: de 82 em 2015 para 154 hoje; o número de estudantes atendidos pela Bolsa Permanência de 295 (2015) para 564 (2018); o número de estudante com bolsa Pró-Graduando de 2.467 para 5.261. O funcionamento de dois RUs ampliando a assistência estudantil; fortalecemos o NAC com nova instalação no CIC, compra de equipamentos, acolhimento aos estudantes com deficiência entre outros. Vamos dar continuidade à priorização do pagamento das bolsas estudantis; manter a ampliação do acesso aos RUs; garantir condições de permanência e aprendizagem de estudantes com deficiência.

Ascom: Qual o planejamento da candidata para a área de gestão de pessoas (servidores docentes e técnicos)?

Chapa 2: Adotamos importantes ações: Parceria com o Enap para capacitação; em 2018 foram 2.110 participantes nas capacitações; ampliamos as ações do Proford de 14 (2015) para 20 (2018); criamos editais para participação em eventos externos; Incentivamos a qualificação, com cota para servidor na pós e, editais para qualificação docente mediante a contrapartida de substitutos; aprovamos no Consuni a jornada de trabalho flexibilizada-30h; criamos editais para remoção garantindo transparência e isonomia para todos; criamos o Fórum dos Técnicos, espaço de diálogo entre a gestão e a categoria. Nesse próximo ciclo queremos aumentar a inserção dos servidores no ecossistema da pós-graduação; vamos priorizar a qualificação fortalecendo as ações existentes e adotando outras como a elaboração de Minter e Dinter; fortalecer o projeto de combate ao assédio moral implementado nesta gestão.

Ascom: Em relação à expansão da Ufal, quais os planos da candidata?

Chapa 2: Em consonância com o novo PDI Ufal (2019 - 2023), a ampliação da oferta de cursos de graduação com qualidade acadêmica deve considerar. Observamos que o processo de interiorização e expansão das Universidades, e de forma particular na Ufal, está em consolidação e tem na Ufal, ainda, problemas que precisamos enfrentar. Mas, não podemos abrir mão de capacidade transformadora que a Ufal tem no estado de Alagoas. Vamos incentivar e propor novos cursos de graduação e pós-graduação. Durante a atual gestão, dialogamos com o Governo sobre a viabilidade de retomada do projeto do Campus Litoral Norte, todavia, as condições econômicas e as medidas de cortes adotadas pelos governos , ainda, não viabilizaram o campus. Vamos continuar dialogando e mobilizar forças para que a Ufal esteja, também, no litoral Norte.   

Ascom: Candidata, qual a motivação do senhor para ser reitor da Ufal?

Chapa 2: Temos dito, ao longo desses anos, que somos todos Ufal, porque, de fato, somos! A realidade tem sido difícil e não se apresenta um cenário de que ela será mais branda. Ao contrário! A nossa experiência me deixou mais preparada para o enfrentamento ao autoritarismo, à possibilidade de cobranças nas universidades, ao elitismo, às ameaças à liberdade de cátedra, ao desmonte da pesquisa. Nessa conjuntura, a universidade precisa ter, junto à sua comunidade, representantes que sejam sensíveis às demandas e estejam na vanguarda do aprofundamento da democracia, da inclusão social, da liberdade de pensamento, da gratuidade na graduação e pós-graduação, da captação de recursos para a realização de projetos estruturantes comprometidos, sempre, com os interesses da maioria da população. Temos a convicção que o nosso projeto de gestão representa a resistência e o fortalecimento da universidade democrática, pública e gratuita.

Alexandre ToledoChapa 3 – Alexandre Toledo

Alagoano de São Miguel dos Campos, realizou formação fundamental e secundária na rede pública (Cepa e Etfal) e no Colégio Marista de Maceió. Arquiteto formado pela Ufal (1980-1985), com especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UFPB (1992-1993), mestrado em Arquitetura pela UFRGS (1998-2001) e doutorado pela UFSC (2001-2006). Atuou como arquiteto autônomo, no Brasil e em Portugal, e como pequeno empresário, de 1986 a 1996, no ramo hoteleiro e de cultura física. Iniciou a atividade de docência no ensino superior na rede privada. É professor efetivo da Ufal desde 1995, tendo coordenado os cursos de Arquitetura e Urbanismo (1996- 1998) e Design (2011- 2014) e a pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (2009). Participou de projeto de cooperação técnica com a Universidade de Caxias de Sul, em 2000.

Ascom: Tendo em vista à conjuntura econômica e fiscal adversa, como o candidato pretende enfrentar os possíveis contingenciamentos das verbas destinadas à Ufal?

Chapa 3: O novo reitor da Ufal precisará fazer mais com menos. É necessário reduzir o custo Ufal, por meio da otimização dos recursos e da minimização dos desperdícios. A verba de custeio precisa ser melhor aplicada, com priorização da infraestrutura e funcionamento dos serviços básicos de limpeza e vigilância. Alternativas de parcerias com os setores público e privado devem ser prospectadas, sobretudo, para a manutenção das unidades isoladas com funções adversas da missão principal da Instituição.  É preciso reverter o caráter patrimonialesco vigente e se desfazer dos imóveis que não têm utilidade prática, negociando a venda ou devolução à União. Não se descarta a possibilidade de utilizar os espaços ociosos com parcerias de comodato remunerado que possa se reverter em novas fontes de receitas. Será preciso, sobretudo, criatividade para encontrar soluções viáveis.

Ascom: Na sua proposta de ação, quais as prioridades para Ufal?

Chapa 3: A Universidade precisa apostar na qualidade acadêmica e científica dos seus cursos de graduação e pós-graduação. Quase sempre o problema do baixo desempenho recai na precariedade da infraestrutura e no funcionamento inadequado de laboratórios e demais espaços acadêmicos. É inadmissível a permanência de cursos com conceito 3 seguidamente. A integração intra campi deverá ser estimulada. A Universidade deverá minimizar as diferenças entre o campus Maceió e os campi do interior, promovendo maior intercâmbio de docentes e estudantes entre cursos semelhantes ou afins. O mesmo se aplica à estrutura organizacional. Não se sustenta operar com dois modelos tão distintos.  A integração externa com o mercado de trabalho e o setor produtivo será crucial para reaproximar a Universidade do mundo real, quebrando a bolha criada e preparando os estudantes para ingressarem num  mercado de trabalho cada vez mais competitivo.

 Ascom: O que o candidato pretende fazer em relação à assistência estudantil?

Chapa 3: Tendo em vista que o Enem possibilita o acesso de estudantes de diversos locais do país e de diversas faixas de renda, é fundamental manter um acompanhamento especial, por meio de equipe técnica especializada, que possa servir de apoio emocional e prático ao longo da jornada dos mesmos, minimizando as necessidades  e propiciando oportunidades de desenvolvimento pessoal e acadêmico. O estudante deverá ser estimulado à prática desportiva e artística, bem como ao engajamento nas diversas atividades oferecidas pelos cursos, como ensino, extensão e pesquisa. O estágio profissional deverá ser estimulado desde o início do curso, visando fonte de renda para o estudante e imersão no mercado real de trabalho. Estímulo especial deverá ser dado às iniciativas de formação espontânea de grupos de estudo organizados pelos estudantes. As empresas júniores e os programas PET deverão se ampliados.

Ascom: Qual o planejamento do candidato para a área de gestão de pessoas (servidores docentes e técnicos)?

Chapa 3: A maior mudança proposta é a forma de ocupação de cargos comissionados, que se dará por meio de edital público, considerando habilidades, competências e perfil de liderança. Não haverá indicação direta para nenhuma das posições atuais, exceto as de caráter eletivo, respeitando-se as normativas existentes. A Ufal já conta com quadro docente com qualificação adequada para alcançar melhores desempenhos nos cursos de graduação nas avaliações do MEC. A quantidade de doutores já supera a quantidade de mestres e especialistas; contudo, a formação continuada é desejável e a internacionalização é inevitável, para garantir pesquisas e intercâmbios visando melhores desempenhos na pós-graduação. O quadro técnico é cada vez mais qualificado; vários técnicos de nível médio já apresentam formação de graduação e pós-graduação.

Ascom: Em relação à expansão da Ufal, quais os planos do candidato?

Chapa 3: Em cenário de redução de investimentos, a expansão deve se dar por meio de parcerias com as regiões e cidades demandantes, sobretudo naquelas nas quais o Ifal já se instalou. O estudo da viabilidade de abertura de novos cursos deve atender às demandas regionais e se integrar ao desenvolvimento do estado de Alagoas. É preciso estudar a possibilidade de emancipação dos campi Arapiraca e do Sertão, transformando-os em uma nova Universidade; bem como a transformação das atuais Unidades de Ensino (Rio Largo, Penedo, Viçosa, Palmeira dos Índios) em novos campi. O projeto de expansão da Ufal para o litoral Norte precisa ser retomado. Por outro lado, a expansão também poderá se dar pela ampliação da oferta dos cursos EAD.

Ascom: Candidato, qual a motivação do senhor para ser reitor da Ufal?

Chapa 3: A maior motivação surge pela vinculação ao movimento nacional Docentes Pela Liberdade, cuja meta é restabelecer a pluralidade de ideias nas universidades brasileiras, dominadas pelo pensamento hegemônico revolucionário ou progressista, o que gerou um ambiente incompatível ao desenvolvimento científico. A ativa participação apartidária nos movimentos de rua pelo fim da corrupção e dos desmandos dos governos anteriores, sobretudo nas contas públicas, despertou para a necessidade de profundas mudanças na Universidade, a qual deve se pautar na convivência acadêmica aberta ao contraditório. Somos também a voz dos docentes, técnicos e estudantes silenciosos, que preferem se calar a encarar o enfrentamento com as correntes sectárias; mas que ainda acreditam na capacidade transformadora da universidade.

José VieiraChapa 4 - José Vieira 

Licenciado em História e mestre em Sociologia pela UFS e doutor em História Social pela Ufba. Foi coordenador do curso de História do Campus do Sertão (Ufal). Atualmente é professor Adjunto 4 e vice-reitor da Universidade Federal de Alagoas. Foi diretor da Associação Nacional de História Anpuh-Seção Sergipe. Participa como um dos representantes da Ufal no Conselho Deliberativo Fundepes, no Conselho Deliberativo Sebrae/AL, no Conselho Estadual Fecoep e no Conedes, dentre outros. No campo da gestão, dentre as inúmeras atividades realizadas, destaca a organização do Caiite 2016 e da 70ª SBPC, um dos maiores eventos acadêmicos e culturais da América Latina, organizado pela primeira vez em Alagoas, em 2018.

Ascom: Tendo em vista à conjuntura econômica e fiscal adversa, como o candidato pretende enfrentar os possíveis contingenciamentos das verbas destinadas à Ufal?

Chapa 4: Penso que a postura mais sensata seja manter a comunidade acadêmica constantemente informada acerca dos valores contingenciados, bloqueados e liberados. Associado a essa postura de transparência e de diálogo, é fundamental otimizar a execução orçamentária, o reconhecimento de dívidas e de restos a pagar; condicionar novas despesas ao orçamento e buscar novas fontes de financiamento; priorizar os investimentos de capital  em ações de sustentabilidade, visando reduzir custos, aumentar a eficiência das ações institucionais e diversificar as fontes de energia; e propor parcerias em prol do desenvolvimento institucional. Além disso, captar recursos via emenda parlamentar e/ou Termo de Execução Descentralizada (TED). 

Ascom: Na sua proposta de ação, quais as prioridades para Ufal?

Chapa 4: Em primeiro lugar, a defesa institucional da universidade pública e gratuita. Em segundo, manter as contas da universidade em ordem; investir em ações de sustentabilidade e de eficiência energética; atuar de forma integrada de acordo com o PDI e obedecendo a critérios de governança; melhorar o ensino com base nos indicadores de qualidade; estimular a pesquisa e inovação junto a comunidade acadêmica; construir uma política extensionista empreendedora, inovadora e integrada à formação acadêmica; virtualizar os processos da instituição; tornar os serviços finalísticos mais eficientes; institucionalizar políticas em prol do desenvolvimento da Ufal; estimular capacitações voltadas às atribuições e objetivos do PDI; promover a gestão por competências (atribuições da unidade x perfil servidor), e,  investir em projetos de sustentabilidade, contribuindo para redução das despesas de custeio. 

Ascom: O que o candidato pretende fazer em relação à assistência estudantil?

Chapa 4: No atual cenário de desafios por que passam as universidades públicas brasileiras, nossa principal meta é manter a atual política de assistência estudantil de forma otimizada em relação aos recursos disponíveis. Executar todas as dimensões previstas com a utilização dos recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Garantir o pagamento das bolsas sem atraso.  Manter a relação de respeito, diálogo e independência com o movimento estudantil contribuindo, assim, para formação de cidadãos com autonomia, críticos e politizados. A este respeito, nosso plano de gestão destaca como ações estudantis: institucionalizar políticas em prol da permanência estudantil, apoiar participação de estudantes em eventos de natureza acadêmica, propor parceria com representação estudantil visando atuar em projetos relacionados à área acadêmica, dentre outros. 

Ascom: Qual o planejamento do candidato para a área de gestão de pessoas (servidores docentes e técnicos)?

Chapa 4: Temos o compromisso de estabelecer uma política de gestão de pessoas que valorize os talentos, que identifique os servidores mais comprometidos com a Universidade, e que estabeleça uma política de capacitação que potencialize as necessidades de formação dos nossos servidores com as demandas de cada setor da Universidade. Dentro desta perspectiva, queremos destacar a necessidade de articular mestrados in company  (turmas voltadas para o segmento técnico administrativo), sem esquecer da necessidade de políticas de estímulo à formação de educação básica e graduação dos trabalhadores terceirizados da Universidade. Estabelecer um sistema de pontuação para os técnicos que possuam uma postura proativa e que se envolvam nos projetos da Universidade. Nosso compromisso é com a valorização do corpo técnico, inclusive na indicação de pró-reitores administrativos.

Ascom: Em relação à expansão da Ufal, quais os planos do candidato?

Chapa 4: Temos compromisso redobrado, em razão de ser um professor de um campus fora de sede e por saber da importância da consolidação do processo de expansão e de interiorização. Por outro lado, temos consciência que o cenário atual por que passa a economia e a política brasileira não é favorável, mesmo assim, temos o compromisso com a consolidação deste projeto, que passa pela licitação e construção da sede da Unidade Educacional de Penedo e pela conclusão da construção das obras do prédio da Unidade Educacional de Santana do Ipanema, unidades que não possuem prédio próprio. Além disso, continuaremos na defesa da inclusão representativa das unidades educacionais e dos campi fora de sede junto ao Consuni, dando continuidade aos trâmites iniciados pelo Grupo de Trabalho liderado por mim, que iniciou o processo de inclusão dessas unidades e campi fora de sede como membros natos do Conselho Superior de nossa Universidade. 

Ascom: Candidata, qual a motivação da senhora para ser reitora da Ufal?

Chapa 4: Acredito ser o candidato mais preparado para promover a integração entre os campi fora de sede e o Campus A. C. Simões. Comecei minha vida profissional na Ufal como professor do curso de História do Campus do Sertão. Atualmente, como vice-reitor, tiver a oportunidade de conhecer cada setor administrativo da Ufal e de acompanhar a tramitação de importantes projetos. Hoje, me sinto preparado para trabalhar em defesa da universidade pública. Tenho a ampla consciência dos desafios que a Universidade enfrenta no tocante ao seu financiamento e posicionamento político. Penso e, acredito, que a universidade pública deve continuar incluindo sem excluir, defendendo o interesse das minorias, bem como, se integrando ao setor produtivo, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, social e institucional.