Ufal sedia 6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária

Reitora abriu o evento com a participação de movimentos sociais
Por Sara Graziele - estagiária de Jornalismo
17/04/2019 13h26 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Reitora e representante dos movimentos na mesa de abertura. Foto: Renner Boldrino

Reitora e representante dos movimentos na mesa de abertura. Foto: Renner Boldrino

Na manhã desta terça-feira (17), foi realizada a abertura da 6ª Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura), no auditório da Reitoria da Ufal, Campus A.C Simões. Com o tema Lutar e Construir a Reforma Agrária Popular, a solenidade contou com intervenções performáticas, leitura de poemas, e mesa composta por representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da reitora, Valéria Correia.

A professora Roberta Traspadini, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) foi a responsável pelo debate na palestra de abertura da Jornada. Durante a solenidade, foi discutido o papel central da Reforma Agrária para o acesso universal da população a uma alimentação mais saudável.

Em sua fala, Valéria frisou o quanto julga importante a aproximação do debate promovido pelos movimentos sociais com o ambiente universitário. “É uma oportunidade de desmistificar o que são esses movimentos, porque existe uma ideia de que são ‘sem sentido’. O debate sobre alimentação saudável está no eixo desses movimentos e da sociedade, independente da classe. Então eu diria que a luta dos trabalhadores do campo e dos movimentos agrários é uma luta da sociedade. Movimentos que, inclusive, tem colaborado com a Universidade. Esse encontro serve para oxigenar os dois lados e mostrar essa face humanitária e universal desses movimentos”, ressaltou. 

Reforma e Pesquisa 

A troca de conhecimento e vivências permitidas pelo encontro entre a universidade e os movimentos de Reforma Agrária traz riqueza e reconhecimento para ambos, como no caso da pesquisa para a o Trabalho de Conclusão de Curso da estudante Aline Oliveira da Silva. A concluinte da pesquisava o tema no Pibic e, em janeiro deste ano, apresentou o trabalho intitulado A experiência do assentamento lameirão: de 1989 a 2014. Com o material, a estudante foi aprovada no processo de seleção de mestrado em História, na Ufal, onde continuará sua formação acadêmica. 

Para Aline, o processo de pesquisa de suas origens é essencial e motivo de orgulho. “Referenciar a luta dos meus pais, das pessoas do meu assentamento, é uma forma, também, de me identificar com essa luta, de dizer de onde venho. Nos deixa mais forte referenciar a nossa luta e o meio acadêmico também precisa de pesquisas que falem das narrativas, histórias e memórias da classe trabalhadora, das experiências de resistência, das ações ativistas que os trabalhadores rurais sem terra fazem há três décadas. É um processo de resistência, mas, também, de identificação”, relata Aline. 

A professora responsável, Elaine Nunes, enfatizou a importância do evento. “Nosso propósito é demonstrar apoio e solidariedade aos movimentos sociais e demais organizações da sociedade que lutam pela democratização da estrutura agrária, social, econômica, política e educacional brasileira”, disse. A Jornada continuará a proporcionar espaços de vivência e discussão até o dia 31 de maio. Para mais informações, acesse a página do evento no Facebook e confira as orientações contidas na carta convite clicando aqui.