Ufal participa de workshop sobre a situação do bairro do Pinheiro

Evento aconteceu no Hotel Jatiúca e reuniu autoridades e especialistas envolvidos no caso
Por Izadora Garcia - relações públicas e Thamires Ribeiro - estagiária de jornalismo
15/02/2019 17h49 - Atualizado em 15/02/2019 às 17h50
Reitora destacou a importância de estudos das universidades públicas em situações como a do bairro do Pinheiro. Fotos: Izadora García e Anderson Macena

Reitora destacou a importância de estudos das universidades públicas em situações como a do bairro do Pinheiro. Fotos: Izadora García e Anderson Macena

Ontem (14), a reitora Valéria Correia participou, junto a uma comitiva da Universidade Federal de Algoas (Ufal), do workshop Situação Social, Geológica e Política: Plano de Ação para a Recuperação do Bairro do Pinheiro. O evento, mediado pelo Ministério Público Estadual (MPE), teve como objetivo trocar informações sobre a situação real do Pinheiro, com a participação de todos os envolvidos nas investigações e de representantes dos moradores e empresários do bairro.

Além da reitora e pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Alejandro Frery, também integraram a comitiva da Ufal a diretora do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (Ichca), Sandra Nunes, a professora de psicologia Maria Auxiliadora Teixeira Ribeiro, as professoras e geólogas Regla Toujaguez e Rochana Campos, e o professor Ricardo Sarmento, responsável pelo radar meteorológico.

Durante a manhã, o Serviço Geológico do Brasil, a Braskem, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e a Defesa Civil apresentaram resultados preliminares dos estudos sobre o problema. Os laudos sobre a origem e a gravidade da situação ainda não são conclusivos.

A Ufal, representada nas falas da reitora, Valéria Correia, e do pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Alejandro Frery, também apresentou suas propostas de contribuição para o bairro. A Universidade se propôs, nessa etapa, a participar das ações de cadastro de moradores, empresas e serviços, a construir um plano de mitigação de danos, a auxiliar na construção do plano para uma evacuação da população, bem como dos estudos geológicos e topográficos do bairro.

A criação de um Centro de Estudo de Pesquisas e Desastres, o CPED, para acompanhar o caso e outras situações emergenciais em Alagoas também foi proposta pelo pró-reitor. Além disso, a Universidade prestará assessoramento ao Escritório de Projetos e Processos, que adotará um formato similar ao desenvolvido pela Ufal durante a 70ª Reunião Anual da SCBP, em 2018. A ação é uma iniciativa do Ministério Público Estadual para integrar todas as informações referentes aos estudos realizados no bairro do Pinheiro.

Em uma etapa posterior, a Ufal poderá contribuir com o planejamento urbano do bairro, com assessoramento legal e econômico às vítimas do incidente.

“Problemas complexos não exigem respostas simples. E estamos diante de um problema bastante complexo. Deixo o espaço físico e nosso corpo acadêmico à disposição das autoridades. Nós somos socialmente referenciados, o que significa que nós existimos para atuar em prol da nossa população e que nossas pesquisas estão voltadas para o enfrentamento de desafios como este, de maneira independente, inclusive das intenções de mercado, o que é fundamental neste momento”, afirmou a reitora.

No período da tarde, os órgãos presentes no workshop discutiram o que foi apresentado para elaborar um comunicado oficial à sociedade e analisar as propostas de intervenção no bairro e o plano de ação conjunto para socorrer a população no caso de agravamento da situação. O procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, também ouviu representantes da Caixa Econômica Federal para orientar a população que está procurando o Ministério Público Estadual sobre indenizações e cancelamento de financiamentos.

O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, a Defesa Civil, a PM, as Forças Armadas, a Agência Brasileira de Inteligência, a OAB, o Serviço Geológico do Brasil, a Anatel, o Sebrae, a Associação Comercial de Maceió, a Algás, a Agência Nacional de Mineração, a Braskem, o Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, a Casal, a Eletrobras, a Caixa Econômica Federal, o Sindicato da Indústria da Construção e representantes do SOS Pinheiro e dos empresários do bairro também participaram do evento.

GT Pinheiro discute participação no caso

Desde o convite feito pelo procurador de justiça Antiógenes Marques, em janeiro deste ano, a Ufal está contribuindo com o caso por meio de um Grupo de Trabalho composto por especialistas da Universidade em diversas áreas como Comunicação, Psicologia, Serviço Social, Meteorologia, Geociências e Sensoriamento Remoto e Monitoramento Ambiental. O objetivo do GT é colaborar com o diagnóstico e recuperação do bairro do Pinheiro.

As rachaduras no bairro vêm surgindo desde 2018 após as fortes chuvas que caíram em fevereiro e um tremor de terra com magnitude de 2,5 na Escala Ricther que aconteceu em março. Desde então, estudos vêm sendo realizados no bairro.

Durante o segundo encontro do GT, que aconteceu durante a última quarta-feira (13), estiveram presentes pesquisadores do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema), do Centro de Tecnologia (Cetec), do Instituto de Psicologia (IP), da Faculdade de Serviço Social (FSSO) e do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), que puderam expor seus posicionamentos sobre a atual situação do bairro. Além desses, um representante dos moradores do Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, também esteve presente.

"Nós [universidade] fomos provocados pelos MPE e MPF e desde então decidimos montar e institucionalizar o grupo. E para isso, ampliamos o leque de convidados para participar e ajudar o bairro na fase de diagnóstico e recuperação do bairro. A Universidade não pode se furtar de colaborar", finalizou a reitora.