Ufal abre novos cursos em 2020 no Centro de Ciências Agrárias

Cursos de Engenharia Elétrica e Tecnológico em Agroecologia terão oferta no próximo Sisu
Por Janyelle Vieira - estagiária de Jornalismo
21/11/2019 08h15 - Atualizado em 22/11/2019 às 09h48
Reunião da Câmara Acadêmica, na Sala dos Conselhos Superiores

Reunião da Câmara Acadêmica, na Sala dos Conselhos Superiores

A sessão ordinária do Conselho Universitário (Consuni), que aconteceu no último dia 12, aprovou dois novos cursos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Serão criados os cursos de Engenharia Elétrica e Tecnológico em Agroecologia, ambos vinculados ao campus da Ufal no Centro de Ciências Agrárias (Ceca). 

Engenharia Elétrica 

O Projeto Pedagógico do curso de Engenharia Elétrica foi elaborado por uma comissão composta por Engenheiros eletricistas e um físico com doutorado na área de Eletromagnetismo, com o objetivo de estimular uma formação generalista para o estudante, com disciplinas nas áreas de Telecomunicações, Eletrotécnica, Controle e Automação e Microeletrônica, além de Energias Renováveis e Eficiência Energética, propiciando uma formação alinhada com as atuais demandas do mercado. 

Segundo o coordenador do curso de Engenharia de Energia, Márcio Cavalcante, a implantação do curso de Engenharia Elétrica junto ao curso de Engenharia de Energia tem a intenção de viabilizar um Centro de Referência em Energias Renováveis, já que os profissionais da área atuam no desenvolvimento de projetos e pesquisas em Energias Renováveis e Eficiência Energética, duas temáticas essenciais à sustentabilidade. 

“Os Projetos Pedagógicos dos cursos de Engenharia de Energia e de Engenharia Elétrica foram elaborados com o intuito de promover uma boa sinergia entre estes cursos, apresentando uma coincidência em torno de 50% das Matrizes Curriculares. As atividades curriculares de extensão serão exatamente as mesmas, algumas delas dedicadas ao diagnóstico das potencialidades energéticas de comunidades rurais e urbanas, fomentando o desenvolvimento de sistemas energéticos para atender as demandas destas comunidades, além de ações de eficiência energética, para estimular a diminuição do consumo de energia ou o melhor uso dos recursos energéticos”, esclareceu Márcio Cavalcante. 

O novo curso será contemplado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no ano de 2020. Ainda segundo a coordenação, ao invés de duas entradas por ano para o curso de Engenharia de Energia, como acontece atualmente, será realizada uma entrada por ano para ambos os cursos, com uma turma de 40 alunos para o curso de Engenharia de Energia, e uma segunda turma de 40 alunos para o curso de Engenharia Elétrica. 

Cavalcante explica que o Ceca tem uma extensão territorial maior do que o Campus A. C. Simões, o que permitirá a implantação de usinas solares, aerogeradores e experimentos com cultivos de biomassa. “O Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) já desenvolve pesquisas importantes ao desenvolvimento de matéria-prima destinada à produção do etanol de primeira e segunda gerações, sendo uma das principais razões para o curso de Engenharia de Energia ter sido implantado no Ceca. A obra do Centro de Engenharia de Energias Renováveis já iniciou, e tem previsão de conclusão no final do próximo ano. Esta obra tem um custo estimado em R$2,5 milhões e atenderá aproximadamente 80% das necessidades de infraestrutura dos cursos de Engenharia de Energia e Engenharia Elétrica, contemplando em seu programa salas de aula, laboratórios, miniauditório e espaços de convivência para professores e alunos”, adiantou. 

Agroecologia 

Já o curso tecnológico em Agroecologia será ofertado na Unidade Acadêmica de Viçosa, que também é vinculada ao campus no Ceca. A unidade inclui salas de aula, biblioteca, laboratórios e setores produtivos vegetal e animal para a formação acadêmica. Serão ofertadas 60 vagas, com uma entrada anual, também disponíveis no Sisu de 2020. 

Segundo docentes do curso, a preocupação com a sustentabilidade ambiental tem ganhado força nos últimos anos, sob pressão da sociedade civil, empresas e poder público. Nesse contexto de busca e construção de novos conhecimentos, a Agroecologia surge como um novo enfoque científico, capaz de dar suporte a uma transição de estilos de agriculturas sustentáveis e, portanto, contribuir para o estabelecimento de processos de desenvolvimento rural sustentável, impulsionando uma mudança no meio rural e na agricultura. 

“O curso provê uma formação interdisciplinar, alicerçada em sólidos conhecimentos das ciências agrárias, humanas e biológicas, buscando fornecer formação científica aos egressos, no sentido de proporcionar, para além da utilização de técnicas e conceitos agroecológicos já existentes. O objetivo é formar profissionais que possam integrar o conhecimento acadêmico às múltiplas formas de conhecimento local para propor estratégias de intervenção e capacitar esses profissionais a desenvolver trabalhos pautados no diálogo com as populações humanas envolvidas, de modo a possibilitar a participação das mesmas em todas as etapas das atividades realizadas”, esclarecem os docentes do curso. 

O Tecnólogo em Agroecologia possui competências para atuar em diversas áreas, englobando a interface das ciências agrárias, humanas e biológicas. Ainda segundo os professores, o profissional da área pode participar das várias etapas da produção sustentável de alimentos e outros produtos agropecuários, além de avaliar o estado de conservação dos agroecossistemas e os impactos das atividades antrópicas, selecionando as técnicas de manejo mais adequadas do ponto de vista socioambiental e produtivo.