Segundo dia de expedição teve pesquisa em terras assentadas e exposição

Integrantes da expedição liderada pela Ufal receberam jantar em agradecimento aos trabalhos, na cidade de Piranhas
Por Manoel Oliveira Jr. - enviado especial da Ascom Ufal
20/11/2019 10h12 - Atualizado em 20/11/2019 às 10h40
Pesquisadores coletaram dados com agricultores familiares. Foto: Rafael Navas

Pesquisadores coletaram dados com agricultores familiares. Foto: Rafael Navas

A maior expedição científica já realizada nas águas do Rio São Francisco seguiu em seu segundo dia. Com direito a calorosa recepção com fogos de artifício, banda filarmônica e a presença de autoridades municipais, a expedição chegou por volta das 11h40 à cidade de Piranhas.

A embarcação ficou ancorada durante o resto do dia e os pesquisadores realizaram trabalhos em terra, visitando assentamentos da comunidade ribeirinha do Baixo São Francisco, com a finalidade de coletar dados acerca da agricultura familiar, segurança alimentar, qualidade do alimento produzido e utilização ou não de agrotóxicos.

O estudante do curso de Engenharia Florestal da Ufal, Guilherme Netter, é um dos membros da equipe de pesquisa e relata: "Em Piranhas, a visita ocorreu no Assentamento Gastone, que, apesar de situado no Sertão, trabalha com a produção de abelhas, desenvolvendo o Projeto Arajuba, voltado à apicultura. No assentamento, também são produzidas raízes como palma, macaxeira, batata doce e abóbora; trabalham com a produção de geleias de palma, de pequi e de outras frutas nativas. O projeto desenvolvido no assentamento consegue produzir mel praticamente o ano inteiro, e em tempos de boa produção chegam a ter cinco colheitas de mel no ano, uma quantidade bastante considerável, principalmente nas condições em que se encontram. Cada apicultor tem uma área de 10 a 14 hectares, em média".

Guilherme conta que o principal problema do assentamento é quanto ao abastecimento de água, "apesar de estarem situados a poucos quilômetros do Rio São Francisco, devido à política de uso das águas do rio, o abastecimento do assentamento ocorre através de carros-pipa oferecidos pela prefeitura. A falta de água gera dificuldade na produção de flores utilizadas nas caixas de abelhas.

O Projeto Arajuba também é desenvolvido em outros municípios, como Pão de Açúcar, que será visitado pela equipe de terra do assentamento neste terceiro dia da expedição.

Durante a tarde, ocorreu a exposição fotográfica Olhares Ambientais: Conhecer para preservar e defender, organizada por Márcio Campêlo e que reúne imagens das faunas terrestre e aquática de Alagoas, com imagens cedidas por 14 fotógrafos, integrantes do grupo Passarinheiros de Alagoas. Estudantes de escolas municipais de Piranhas também visitaram a embarcação da expedição, podendo ver a exposição fotográfica e alguns dos trabalhos realizados pelos pesquisadores.

Já à noite, a equipe foi recebida pela prefeita de Piranhas, Maristela Sena, para um jantar em agradecimento aos trabalhos realizados. Em entrevista à Rádio Ufal sobre a expedição, a prefeita falou sobre a importância do projeto e disse que pretende trabalhar todos os dados coletados em Piranhas pelos pesquisadores para aplicação no desenvolvimento das comunidades ribeirinhas, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida dessas famílias.