Neab Ufal participa da programação do Dia da Consciência Negra

Lígia Ferreira representa a Universidade na extensa programação conjunta para celebrar a data
Por Lenilda Luna - jornalista
19/11/2019 13h26 - Atualizado em 19/11/2019 às 13h31
Lígia Ferreira representa a Ufal nas pautas do Dia da Consciência Negra

Lígia Ferreira representa a Ufal nas pautas do Dia da Consciência Negra

O estado de Alagoas é a terra do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência dos negros que não aceitaram a escravidão imposta pelos donos das terras no período colonial. O maior quilombo da América Latina chegou a ter cerca de 90 mil metros quadrados e mais de 50 mil habitantes. 

O líder mais conhecido, Zumbi dos Palmares, foi morto no dia 20 de novembro de 1965. Em homenagem à memória de todos os quilombolas, a data foi decretada feriado estadual em Alagoas em 1995. A partir de 2003, o Dia da Consciência Negra passou a ser feriado nacional. 

A programação no estado é extensa para celebrar a memória dos líderes quilombolas e reafirmar a luta contra o racismo que permanece até nossos dias. Lígia Ferreira, diretora do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros (Neab), representa a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) nas atividades relativas às questões étnico-raciais. 

Segundo Lígia, embora a discussão sobre a inserção das pessoas negras na sociedade, de forma igualitária,  seja uma reflexão permanente, é importante que a data seja celebrada. “O dia 20 de novembro faz com que a questão negra seja pauta, e possibilita que todas as pessoas reflitam sobre os aspectos étnico-raciais atualmente. É significativo refletir sobre o processo constitutivo do Estado brasileiro”, destaca Lígia. 

Calendário 

Neste ano, a participação do Neab já começou na segunda metade de outubro, com a realização do 5º Encontro Nacional de Núcleos de Estudos Afrobrasileiros (Neabs) e de  Núcleos de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas e Grupos Correlatos da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (Neabis), sediado no Campus Satuba do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). 

No início de novembro, aconteceu a 2ª  (Des)conferência Zumbi e Maninha Xukuru-Kariri: relatos de experiência acerca dos projetos de extensão étnico-raciais do Neab/Ufal, coordenada por Ligia dos Santos Ferreira, durante a 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. “Durante a Bienal, tivemos ainda a homenagem à Moçambique e o prêmio Dandara. Foram reconhecimentos importantes para a mulheres alagoanas e para a participação africana na nossa formação cultural”, destacou Lígia. 

No dia 12 de novembro foi realizada a 1ª Quilombada Geográfica, organizada pela professora  Maria Ester Viegas, com o objetivo de reunir geógrafos, sociólogos e antropólogos para analisar a “dimensão ideológica e política contida dentro dos conceitos que fundamentam a discussão quilombola”. O Neab  foi convidado a participar. 

Lígia Ferreira também foi convidada para o seminário realizado pelo Ministério Público Federal (MPF), na última segunda-feira (18), com o tema Novembro da Consciência Antidiscriminatória – 1º Seminário de Direito Antidiscriminatório do MPF/AL, no auditório do prédio sede da Procuradoria da República.

Já nesta quarta-feira, dia 20, as atividades acontecem na Serra da Barriga, centro do antigo Quilombo dos Palmares. “É o grande ápice da nossa reverência à ancestralidade. Teremos, esse ano, o primeiro slam na Serra, que foi uma proposta do Neab Ufal à Fundação Quilombo dos Palmares, aceita pelo presidente Vanderlei Lourenço. Será um diálogo das novas gerações em forma de combate poético, organizado pela artista Ticiane Simões”, explica Lígia. 

Ainda destaca-se, nas atividades do mês da Consciência Negra, a participação de Lígia Ferreira no documentário realizado pela BBC de Londres, sobre a líder quilombola Dandara, destacando a participação das mulheres negras nas lutas de resistência do século 17 e na atualidade. “Fiquei muito feliz em participar de um projeto internacional para resgatar a história de Dandara”, finalizou Lígia Ferreira. 

Confira também o podcast da Rádio Ufal com uma entrevista com a professora Lígia Ferreira.