9ª Edição da Bienal do Livro de Alagoas é iniciada nas ruas do Jaraguá

Com forte discurso e personagens literários tomando as ruas, começa o maior evento literário de Alagoas
Por Izadora Garcia, relações públicas
02/11/2019 20h42 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Início das atividades da 9ª Bienal do Livro de Alagoas aconteceu em Jaraguá, nas escadarias da Associação Comercial (Fotos: Renner Boldrino)

Início das atividades da 9ª Bienal do Livro de Alagoas aconteceu em Jaraguá, nas escadarias da Associação Comercial (Fotos: Renner Boldrino)

As ruas ladrilhadas do Jaraguá se encheram de cor e luz para dar boas vindas à 9ª Edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas. A solenidade de abertura, que aconteceu ao ar livre nas escadarias da Associação Comercial na noite de ontem (1º), encantou o público, mostrando a importância da valorização da arte e da cultura e realçando a beleza do bairro histórico.

A movimentação de pessoas, o varal de lâmpadas amarelas e a atmosfera de animação dada pela música ao longo da Rua Sá e Albuquerque relembraram os tempos em que o bairro concentrava a vida noturna de Maceió. E a revitalização do centro histórico é só mais uma das expectativas geradas pelo ousado projeto de trazer um evento do porte da Bienal em um novo formato.

A solenidade foi iniciada pela fala da diretora da Edufal, Elvira Barreto, que saudou o público, falando sobre a concepção do evento em um formato diferente. A coordenadora da 9ª Edição da Bienal Internacional do Livro também apresentou o vídeo institucional mostrando uma visão aérea do circuito literário, que tem cerca de um quilômetro e se inicia no Arquivo Público de Alagoas e é finalizado no charmoso Espaço Rex.

Compuseram a frente de honra a reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Valéria Correia; a secretária de Cultura do estado de Alagoas, Melina Freitas; o vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira; o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes; o diretor-presidente da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes); a secretária Municipal de Educação e reitora emérita da Ufal, Ana Dayse Dórea; e o presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), Vinicius Palmeira.

Representando o prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira falou sobre como o evento, que já era importante para o circuito cultural da cidade, ajuda no projeto de revitalização do bairro de Jaraguá. “Depois desse evento, que já é um sucesso, nossa cidade será vista como um cartão-postal cultural, da educação e da leitura. É algo que a nossa juventude e nossa população precisam”, avaliou.

A secretária estadual de Cultura, Melina Freitas, falou em nome do governador Renan Filho e parabenizou a Universidade pela realização do evento: “É uma honra e uma satisfação para o governo do estado fazer parte desse evento que reverberará o nome de Alagoas por todo o país. E parabenizo a Universidade pela ousadia e coragem de trazer a Bienal para as ruas”.

Reitora faz forte discurso em defesa da cultura, educação e democracia

A reitora da Ufal, Valéria Correia, encerrou as falas da noite com um forte e emocionado discurso sobre como foi entregar a Bienal na conjuntura atual do país e da Universidade. “Realizar este evento com o tema Livro aberto: leitura, liberdade e autonomia é muito caro aos tempos que estamos enfrentando”, enfatizou.

A gestora falou sobre a importância da Ufal para o povo alagoano, da evolução de sua qualidade acadêmica, atestada pelas recentes avaliações realizadas pelo MEC e por rankings internacionais, e sobre o processo de desqualificação que as instituições de ensino federais vêm passando.

“A Ufal abraça todo o estado de alagoas com seus quatro campi, abrangendo boa parte dos nossos municípios com seus projetos de pesquisa e extensão, servindo ao povo por meio do seu Hospital Universitário, suas bibliotecas, museus, equipamentos culturais, de sua produção intelectual e artística e de eventos como este. Entretanto, mesmo com sua qualidade atestada pelo povo, pelo conceito 4 do Inep e por rankings internacionais como o da Times Higher Education, a Ufal sofre com cortes no orçamento e com ataques a sua autonomia e liberdade de cátedra”, frisou. E completou “Conseguimos o desbloqueio parcial de recursos graças à pressão popular, vinda de um povo que atesta nossa importante e defende a Universidade. Vamos em frente”.

Durante o discurso, agradeceu a parceria com os órgãos municipais e estaduais, com o Sistema S e com a iniciativa privada, que foi fundamental para a realização do evento. Também homenageou os servidores e estudantes da Universidade que participaram direta da produção da Bienal.

“Não é fácil gerir uma instituição de ensino quando o próprio Ministério da Educação desqualifica suas 63 universidades federais. Mas estamos aqui, ao lado do povo, investindo em ciência, educação e cultura. E é nesse contexto que a Ufal entrega a 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que, com certeza, será um evento memorável”, finalizou.

Personagens dando vida ao Jaraguá

Ao final da solenidade, a apresentação surpresa encantou: uma Medusa fazendo malabarismo com fogo, uma emburrada beata Dorotéia andando apressada entre o público e personagens da literatura infantil como Peter Pan, a Bela, a Fera e Sininho correndo, animados, pelas escadarias da Associação Comercial.

Sob as estrelas e embalados pela contagiante percussão de Maracatu do Coletivo AfroCaeté, personagens, autoridades e plateia foram convidados a participar de um cortejo até a entrada do Espaço Armazém, que abrigará a feira de livros, para o corte da fita inaugural.

Durante os 10 dias de evento, a realização do evento espera receber aproximadamente 300 mil pessoas e garante novas surpresas. “Ficamos felizes em ver o público emocionado com as histórias saindo das páginas dos livros e colorindo Jaraguá, mas ainda tem mais novidades vindo por aí e quem vier conferir não vai se arrepender”, prometeu Adriana Manolio, uma das produtoras culturais responsáveis pela abertura.