SBPC Alagoas também debateu antropologia e políticas de conhecimento

Estudiosos discutiram sobre ciência e tecnologia a partir de uma orientação antropológica e etnográfica
Por João Paulo Rocha - estagiário de Relações Públicas
02/08/2018 09h35 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Mesa de debate sobre antropologia e políticas de conhecimento. Foto: Jardel Rodrigues

Mesa de debate sobre antropologia e políticas de conhecimento. Foto: Jardel Rodrigues

Ocorreu durante a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), a mesa Antropologia e políticas do conhecimento: experiências e desafios a partir dos estudos sociais de ciência, que teve como objetivo abordar os estudos da ciência e da tecnologia a partir de uma orientação antropológica e etnográfica.

A ação contou com a participação de Ednalva Neves, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB); e Guilherme Sá, da Universidade de Brasília (UNB), mediados por Débora Allebrandt, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Os estudiosos levantaram na discussão a antropologia da ciência e da tecnologia através de construções teóricas e novas propostas metodológicas, apresentando reflexão por suas trajetórias de pesquisas pensadas como políticas do conhecimento, guiadas a partir dos desafios teóricos e metodológicos dos estudos sociais das ciências.

Na mesa, Débora explicou sobre sua pesquisa que aborda a reprodução assistida em uma interface dos estudos sociais das ciências com família e parentesco, adentrando em seu projeto atual que trata de tecnologia e desigualdade. 

A pesquisadora salientou a importância de cada um presente, ressaltando que Ednalva Neves é uma das referências mais importantes da antropologia da ciência, pois publicou no Brasil um dos primeiros livros sobre o tema, intitulado  Antropologia e ciência: uma etnografia do fazer científico na era do risco, e tem projeto atual sobre anemia falciforme na Paraíba, trabalhando com diagnóstico e aconselhamento genético de pessoas que com a doença.

Já Guilherme Sá, presidente da Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (Esocite), falou um pouco sobre os desafios metodológicos da antropologia da ciência no país. Em 2013 publicou sua tese de doutorado No mesmo galho: antropologia de coletivos humanos e animais, onde recebeu o Prêmio Marcel Roche de melhor obra científica latino-americana na área de ciência e tecnologia.

Ao término da mesa, Débora aproveitou para convidar todos a participarem do evento Desigualdade e Políticas da Ciência, que ocorre de 3 a 5 de outubro, na Ufal, e será promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Gênero, Saúde e Direitos Humanos, do qual faz parte. “No evento continuaremos debatendo sobre o tema abordado aqui na mesa, pois trata de algo tão pouco estudado aqui no estado de Alagoas. Assim, será possível causar um impacto muito positivo na formação dos nossos estudantes”, finalizou a professora.