Professores e alunos do Campus do Sertão visitam povos indígenas

Eles participaram da celebração dos 20 anos de resistência da etnia Kalankó
Por Ascom Ufal
30/07/2018 12h44 - Atualizado em 13/08/2018 às 08h48
Indígenas Kalankó, da Aldeia Januária. Fotos: Suzana Libardi

Indígenas Kalankó, da Aldeia Januária. Fotos: Suzana Libardi

O coordenador do Observatório de Estudos sobre a Luta por Terra e Território (Obelutte), Lucas Lima, e a coordenadora do Grupo de Leitura em Estudos da Infância (Glei), Suzana Libardi, professores do Campus do Sertão da Ufal proporcionaram aos seus alunos uma experiência diferente. Eles visitaram, na última quarta-feira (25), os indígenas Kalankó, na Aldeia Januária, em Água Branca/AL.

Foi um dia de celebração pelos 20 anos de resistência do povo Kalankó e realização da segunda edição de seus jogos indígenas. O evento contou com a presença de outras etnias, a exemplo dos Katokinn (localizados no município de Pariconha/AL) e dos Koiupanká (de Inhapi/AL), além de comunidades quilombolas e moradores do alto sertão de Alagoas.

Os professores explicam que os povos descendem da etnia Pankararu, situada em Tacaratu/PE, de onde vieram a partir do século 19, pressionados especialmente pelo conflito por terra na região. Desde então, lutam pela demarcação de seu território, enfrentando as oligarquias locais e desafiando a morosidade do Estado.

“A presença dos membros do Obelutte e do Glei na celebração dos Kalankó, além de prestar a solidariedade da Ufal à sua luta, deve-se aos projetos de extensão, aprovados pelo Edital Proccaext 2018/2019, que estão sendo executados na/com a comunidade”, disseram, e complementaram que a visita “estreita os laços da Ufal com os povos tradicionais do Sertão de Alagoas, ensejando um valioso espaço de troca de conhecimentos e apoio recíproco”.

Um dos projetos de extensão em atividade é o intitulado Povos tradicionais e sementes crioulas: a construção de um território autônomo no Sertão de Alagoas, que tem como objetivo geral a promoção de um espaço de reflexão junto aos Kalankó acerca da geopolítica mundial de alimentos, a atuação das corporações empresariais de sementes industriais e os riscos do desaparecimento das sementes crioulas, sensibilizando-os para a importância da criação de um banco comunitário de sementes crioulas no interior da tribo.

O outro projeto, intitulado Grupo Leitura em Estudos da Infância: o olhar de crianças de comunidades tradicionais tem como objetivo geral conhecer a perspectiva das crianças sobre sua comunidade/identidade indígena e dar suporte às atividades que a comunidade já realiza com sua geração mais nova, visando o fortalecimento da participação das crianças.