Pesquisa sobre saúde pública é selecionada em programa internacional

Professor da Ufal vai coordenar projeto em Alagoas por meio de cooperação entre Confap e Conselho Britânico

16/03/2018 12h02 - Atualizado em 16/03/2018 às 12h11
Professor Cláudio Torres de Miranda vai coordenar a pesquisa em Alagoas. Foto Renner Boldrino

Professor Cláudio Torres de Miranda vai coordenar a pesquisa em Alagoas. Foto Renner Boldrino

Marina Costa e Danielly Bezerra - estudantes de Relações Públicas

No mês de fevereiro foi realizada a Chamada Pública Fapeal/Confap-Conselho de Pesquisa Médica: Redes de Pesquisa em Sistemas de Saúde, que selecionou oito propostas de todo o Brasil a respeito do tema da saúde pública. Um dos projetos selecionados foi o intitulado O fortalecimento da capacidade do sistema brasileiro de saúde para apoiar a saúde mental de jovens, coordenado em Alagoas pelo pesquisador e professor da Ufal, Cláudio Torres de Miranda.

O  projeto surgiu a partir de um convite da também professora Sara Evans Lacko, da Escola de Economia Britânica, e que ganhou com eles o intuito de fortalecer o sistema de saúde como um todo, ampliando a atenção para os jovens, além de apoiar os esforços de prevenção de possíveis transtornos mentais, como depressão, bipolaridade, ansiedade, psicóticos e muitos outros.

Em entrevista, o professor Cláudio Miranda enfatiza que “os problemas de saúde mental são muito sérios, causam uma incapacidade grande ao longo da vida e cerca de metade dos casos em adultos poderiam ser prevenidos se fossem detectados na adolescência”.

A criação dos sistema que irá intervir nessa faixa etária oportuniza um melhor desenvolvimento da criança e do adolescente, gerando uma melhor qualidade de vida para elas e também “representando economia futura, uma vez que substitui o possível investimento em tratamentos”, como explicou o professor.

O projeto

Um trabalho de base já realizado em quatro regiões brasileiras registrou que apenas 20% das crianças que precisavam de atenção e atendimentos específicos eram, de fato, assistidas. Com base nesse estudo, o projeto também pretende melhorar a capacidade limitada de acompanhamento, aumentar a precaução e ampliar essa porcentagem.

O projeto possui três atividades principais, iniciando com a coleta de evidências por meio da análise de dados sobre a atenção à saúde mental. Os objetivos dessa etapa são trazer uma  estimativa regional do impacto econômico que os problemas de saúde mental da criança e do adolescente podem trazer e também uma projeção das necessidades de serviços necessários para tratar a saúde mental dos jovens.

Em seguida, o projeto conta com uma revisão bibliográfica das intervenções que já foram testadas por outros pesquisadores brasileiros e mostraram eficazes, com a verificação de como foram feitas as intervenções e de como foi realizada a colaboração intersetorial.

Miranda explica que após saber as necessidades e os recursos existentes, pretende-se unir esses dados para elaborar ferramentas que serão disponibilizadas na internet, para livre acesso. Essa etapa ocorreria simultaneamente ao treinamento de pessoal, além de reuniões com diversos profissionais de saúde e da educação, para que possam discutir o que seria mais eficiente para aquela região.

A última fase marca uma intervenção piloto para testar o funcionamento prático do recurso, além da criação de um centro de pesquisa e treinamento para dar continuidade ao projeto. Ao todo, são 36 meses de duração e envolverá R$ 2,5 milhões, sendo 85% desses recursos provenientes da Inglaterra.