Lapis afirma que El Niño afetará economia do Nordeste em 2019

O fenômeno meteorológico será de intensidade fraca ou moderada, segundo professor da Ufal
Por Ascom Ufal com informações do Lapis
26/11/2018 07h25 - Atualizado em 26/11/2018 às 12h46
Registro do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites

Registro do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites

O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realiza o monitoramento permanente das condições climáticas do Nordeste. De acordo com o recente boletim divulgado, em algumas regiões do oceano Pacífico, já está configurado um El Niño, do tipo Modoki, com intensidade fraca ou moderada. 

O El Niño Oscilação Sul (ENOS) é um fenômeno que ocorre quando as condições das águas superficiais do oceano Pacífico estão mais quentes que o normal (El Niño) ou mais frias que a média (La Niña).

Segundo o coordenador do Lapis, professor Humberto Barbosa, existem dois tipos de El Niño, com intensidades e impactos diferentes no clima global e regional: o El Niño Modoki ou o El Niño Canônico.

“Se o aumento das temperaturas ocorrer apenas em algumas regiões do Pacífico, configura-se o El Niño Modoki. É o que está acontecendo agora. Somente algumas estão mais aquecidas que o normal. As consequências no Brasil é de muita chuva no Sudeste e chuvas em torno ou abaixo da média no Sul e Nordeste”, completa.

Já quando o aquecimento das águas abrange todas as regiões do Pacífico, configura-se o El Niño Canônico ou clássico. Os impactos desse fenômeno no clima das regiões brasileiras são bem mais graves: enquanto sobre o Sul, geralmente ocorrem muitas chuvas, no Nordeste, o El Niño Canônico provoca seca extrema. Na região Sudeste, a influência maior é no aumento das temperaturas, não influenciando no volume de chuvas.

As atuais projeções do Lapis indicam que, somente no verão de 2019, o aquecimento será em todo o Pacífico, quando ocorrerá uma configuração mais canônica ou clássica do El Niño. Os indicadores oceânicos mostram que, no período de janeiro a março de 2019, o fenômeno estará em seu ápice e, desta vez, com águas aquecidas em toda a extensão do Pacífico Equatorial. Com isso, haverá alteração no padrão de chuvas e temperaturas para o Brasil neste verão e ao longo de todo o primeiro semestre do ano que vem.

“A partir de fevereiro de 2019, caso seja confirmada a intensificação do El Niño, será fundamental que o oceano Atlântico Sul esteja aquecido, para minimizar os impactos do El Niño sobre as chuvas do Nordeste”, ressalta Barbosa.

Impactos no setor produtivo

O monitoramento contínuo das condições climáticas do Semiárido brasileiro é importante para o planejamento das principais atividades econômicas da região e para facilitar a tomada de decisão por parte dos gestores de políticas nos municípios.

“O setor produtivo ligado à agricultura, pecuária, indústria e comércio tem grande interesse nesse tipo de informação meteorológica. Por isso, o Lapis atualiza diariamente as informações de monitoramento por satélites, especialmente sobre a influência do fenômeno El Niño no clima do Nordeste brasileiro”, explicou o professor Humberto.

Para mais informações sobre o assunto acesse aqui.