Grupo Abí Axé Egbé participa da Semana de Direitos Humanos em Palmas

Evento acontece de 16 a 19 deste mês, na Universidade Estadual do Tocantins
Por Simoneide Araújo - jornalista colaboradora
17/10/2018 13h30 - Atualizado em 22/11/2021 às 09h05
Grupo Abi Axé em apresentação no Campus do Sertão. Foto: Arquivo Ufal

Grupo Abi Axé em apresentação no Campus do Sertão. Foto: Arquivo Ufal

A poucos dias de completar 5 anos de criação, o grupo de cultura negra Abí Axé Egbé, equipamento cultural da Universidade Federal de Alagoas, vai viajar para Palmas-TO para participar da Semana Nacional de Direitos Humanos, promovida pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins). O evento acontece de 16 a 19 deste mês e, durante esses quatro dias, o Abí Axé vai realizar várias ações políticas, educativas e artísticas a partir de trabalho pedagógico na perspectiva antirracista.

O convite para participar do evento em Palmas foi feito pelo professor da Unitins, Eduardo Lima, ex-docente substituto da Ufal. De acordo com o coordenador do Abí Axé, Gustavo Gomes, o grupo vai apresentar, no Tocantins, o que é feito no Campus do Sertão, em Delmiro Gouveia, e nos municípios próximos que compõem o sertão de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco.

Além de três apresentações artísticas, o Abí Axé, com seus 40 integrantes, vai promover mesa-redonda sobre educação, negritude e direitos humanos; coordenar o Simpósio Temático Educação e Direitos Humanos; e ministrar minicursos e oficinas também sobre educação, negritude e direitos humanos. “Aliado a isso, nossos integrantes vão apresentar pesquisas científicas que desenvolvemos na Ufal. Isso demonstra que o Abí Axé não é só para bater tambor. Em apenas cinco anos de existência, já tivemos vários TCCs [trabalho de conclusão de curso], voltados para a presença negra no Sertão, além de duas dissertações de mestrado, resultado de discussões, ou seja, viraram pesquisa a partir das discussões do Abí Axé, e uma tese de doutorado”, divulgou Gustavo.

Segundo o coordenador, o Abí Axé funciona como um grupo de estudo e debate. “Dentro dessa perspectiva, desenvolvemos um projeto de intercâmbio com vários artistas da cena cultural negra do Nordeste e, a partir dessa parceria, ganhamos 12 composições autorais, específicas para o Abí Axé”, disse.

Os integrantes

Atualmente o Abí Axé conta com 40 integrantes. Eles são alunos da Ufal e pessoas da comunidade em geral - alunos, professores e gestores da educação básica; membros de grupos e professores de capoeira; integrantes de terreiros de Candomblé e comunidades quilombolas; servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. De acordo com Gustavo, o grupo já formou mais cem integrantes nos últimos cinco anos.

Há bem pouco tempo, foi realizado o 2º Ciclo de Formação Docente do Abí Axé Egbé. “Nessa formação trabalhamos a temática experiências negras em Alagoas. Nosso foco maior foram professores da educação básica, mas também abrimos para toda sociedade, inclusive tivemos inscrições sociais para  terreiros, quilombos e movimentos sociais. Tivemos participantes de Maceió e de vários municípios alagoanos”, comemorou Gustavo.

Eventos

O Abí Axé atravessa divisas e participa de eventos diversos, entre eles, o carnaval multicultural de Recife e é tradição no carnaval do Sertão alagoano. “Estamos com agenda de apresentações marcada até dezembro. Vamos fazer diversas apresentações em Delmiro Gouveia-AL, Canindé do São Francisco-SE, Paulo Afonso-BA e Inhapi-AL”, destacou Gustavo.

Recentemente o grupo foi contemplado pelo edital da Secretaria de Estado da Cultura (Secult/AL). “Concorremos pela primeira vez e tivemos nossa proposta aprovada. Vamos participar do Festival Pôr do Sol Cultural 2018, em Maceió, mas a data ainda será definida”,  anunciou o professor.