Feira Orgânica e Agroecológica é reinaugurada na Praça da Paz

Atividade transcorre semanalmente, às quartas-feiras, das 7h às 12h, no Campus A. C. Simões
Por Diana Monteiro - jornalista
18/10/2018 09h50 - Atualizado em 28/03/2022 às 16h37
Feira será montada todas as quartas na Praça da Paz, na Ufal

Feira será montada todas as quartas na Praça da Paz, na Ufal

Uma variada programação na manhã desta quarta-feira (17) marcou  a reinauguração da conhecida Feira Orgânica e Agroecológica da Universidade Federal de Alagoas, que passa a ocupar, semanalmente, às quartas-feiras, das 7h às 12h, a Praça da Paz, vizinha ao antigo Restaurante Universitário (RU), do Campus A. C. Simões. O novo local vem atender a solicitação da equipe do projeto de extensão multidisciplinar Colhendo Bons Frutos, visando garantir melhor estrutura e conforto para camponeses e consumidores da comunidade universitária. 

A mudança de local foi aprovada pelos agricultores e pela comunidade e culminou com a comemoração do Dia Mundial da Alimentação, 17 de Outubro. Paralela à feira, uma programação específica marcou a passagem da importante data e proporcionou atividades como roda de conversa, exposição e oficina de bico singeleza, leitura e literatura de cordel pelas mulheres camponesas, momentos de reflexão e degustação. As atividades foram  conduzidas por professoras do Laboratório de Nutrição em Saúde Pública (Fanut), equipe do projeto Colhendo Bons Frutos e Associação das Produtoras Agroecológicas da Zona da Mata Alagoana (Aproagro). 

A agricultora Silvaneide Laurino Alves, oriunda do município de Murici, que participa do projeto de extensão desde o início, considerou o novo local mais organizado e espaçoso, inclusive para a comercialização dos produtos e conforto dos clientes. “A mudança foi muito positiva e agora a feira está com cara de feira”, disse satisfeita, tecendo parabéns à equipe do projeto.

Compartilhando a mesma ideia, Sindivaldo Laurino Alves também aprovou o novo espaço e conectado com atividade, orgulha-se do certificado de agricultura orgânica que adquiriu em 2013, quando participou de um  treinamento promovido pela Secretaria de Agricultura do Estado. Há apenas dois anos no projeto da Ufal, Seu Naldo, como é conhecido, é um dos 35 moradores do Assentamento Flor do Bosque, localizado no município de Messias. 

Fiel consumidora dos produtos da Feira Orgânica e Agroecológica, Quitéria Bezerra, que presta serviços no Instituto de Geografia Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema),  declarou que a mudança de local veio para beneficiar agricultores e clientes. 

Atividade 

Criada em 2013, a Feira Orgânica e Agroecológica da Ufal é composta por agricultores familiares de assentamentos da Zona da Mata de Alagoas e disponibiliza em suas bancas alimentos produzidos em base agroecológica, livre de agrotóxicos. “A feira incentiva o consumo consciente e sustentável de alimentos de pequenos produtores, fortalece suas raízes no campo, contribui para a expansão da produção e biodiversidade, preservando seus recursos naturais”, destacou a coordenadora do projeto Colhendo Bons Frutos, Maria Alice Araújo Oliveira, da Faculdade de Nutrição (Fanut) .

Na roda de conversa com foco na temática Agricultura familiar e agroecologia: avanços e desafios, Alice Araújo destacou que o alimento saudável é o alimento agroecológico. “Encontros como este têm sempre uma simbologia e mostram acima de tudo um pouco da relação do ser humano com a terra e preservação do planeta, tudo dentro do contexto da segurança alimentar”, disse.

A professora Vanda Hirai, da Faculdade de Serviço Social (FSSO), parceira do projeto e também participante da roda de conversa, enfocou os aglomerados urbanos dizendo que concentram mais de 80% da população mundial. “Fico a analisar para onde vai a nossa civilização. Na geografia brasileira são tantas maravilhas para o cultivo, mesmo no Nordeste que consegue ter capacidade produtiva com a implantação de projetos de irrigação”, enfatizou. 

Comemoração 

Alice Araújo ressaltou que o Dia Mundial da Alimentação é em alusão à fundação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, criada em 16 de outubro de 1981. Nesta data busca-se a conscientização e ação global para aqueles que sofrem com a fome e a necessidade de garantir a segurança alimentar. 

No Brasil, o direito ao acesso de alimentação de qualidade é assegurado pela lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, art. 2º. Segundo a lei, a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a segurança alimentar e nutricional da população.