Classificados para professor da UAB começam a ser convocados este mês

Em entrevista, coordenador da Cied destaca lisura da seleção e fala sobre nova fase de transparência e desafios

05/04/2017 10h21 - Atualizado em 06/04/2017 às 14h54
Gustavo Madeiro, coordenador da Cied

Gustavo Madeiro, coordenador da Cied

Manuella Soares - jornalista

A equipe de professores que dedicam parte de sua jornada de trabalho para o ensino a distância na Ufal vai aumentar em breve. Depois de um processo seletivo pioneiro, 109 novos tutores foram classificados dentro das vagas ofertadas. De acordo com Gustavo Madeiro, da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied), eles serão chamados até o final do ano. Os aprovados com melhores classificações já assumem disciplinas a partir do dia 17 de abril.

Confira aqui a lista de aprovados que consta cerca de 20% de servidores técnicos e 15% servidores lotados nos campi do interior. Em entrevista à Ascom, o coordenador da Cied comemorou a transparência do processo seletivo e falou sobre os desafios do Ensino a Distância.

Ascom: Qual o balanço que a Cied faz desse processo?

GM: Avaliamos a realização do edital como um sucesso, e um grande passo em direção à transparência e institucionalização da EaD na Ufal. Pretendemos tornar tal procedimento um padrão para futuras ofertas.

Ascom: A lisura do edital foi bastante destacada pela Gestão. Como era a seleção anteriormente?

GM: Anteriormente, as bolsas eram distribuídas a partir de convites dos coordenadores aos professores, internos ou externos à Ufal. Num primeiro momento, tal procedimento podia ser justificado pelos exíguos prazos de uso dos recursos, pela falta de normatizações claras na lei de bolsas e, principalmente, por serem, no início da UAB, poucos cursos participantes, com a totalidade dos professores internos às unidades. No entanto, após um grande crescimento, houve diversas recomendações da procuradoria federal nos últimos anos destacando a necessidade de realização de seleção pública para distribuição das bolsas, independentemente da origem dos professores. 

Ascom: Qual o maior desafio que os novos docentes da UAB terão daqui em diante?

GM: Os docentes aprovados no Edital já começaram a ser convocados, para turmas que se iniciam ainda neste mês de abril. Esses professores terão uma grande experiência na Educação a Distância (houve aprovados que já foram professores, mas houve muitos novos professores e inclusive técnicos aprovados), mas também terão desafios que são novos à UAB, como a incerteza sobre a continuidade dos parâmetros de financiamento da Capes. Tais incertezas podem vir a prejudicar as atividades, que na EaD são fortemente sediadas nos polos do interior. Há um forte contingenciamento de recursos que afeta, por exemplo, os quantitativos de tutores para cada curso. Ou seja, há uma disputa inclusive política em torno da Universidade Aberta do Brasil, que está sob ameaça.

Ascom: Como o Ensino a Distância está sendo tratado na atual conjuntura política e econômica do país?

GM: Politicamente, estamos em um tempo de incertezas, e de grandes ameaças aos princípios de universalidade e qualidade da educação pública superior. De forma direta, diversos cortes no orçamento do MEC têm sido feitos, forçando revisões constantes nos parâmetros de financiamento, e levando à dificuldades administrativas e pedagógicas no desenvolvimento dos cursos. Não há política clara, de médio ou longo prazo, no que se refere à UaB. 

Ascom: Há previsão de novas contratações?

GM: Haverá a realização de um novo edital, desta vez de ampla concorrência, para preenchimento de vagas não ocupadas no primeiro edital. Fora isso, a realização de novos editais é dependente da aprovação de novas turmas pela Capes. Há quase 2,5 mil vagas pré-aprovadas para entrada no fim do ano, mas a maioria delas ainda depende de disponibilidade orçamentária.