Ufal sedia evento nacional sobre Juventudes Contemporâneas

Em parceira com a UFPB, o evento acontece entre 16 e 18 de novembro

30/10/2017 11h10 - Atualizado em 22/11/2017 às 12h11
Arte de divulgação

Arte de divulgação

Cairo Martins - estagiário de Jornalismo

Com o tema Desafios e experiências em transformação, o Laboratório da Cidade e do Contemporâneo (LACC) da Ufal realiza o segundo Seminário Juventudes Contemporâneas. A atividade, entre os dias 16 e 18 de novembro, no Campus A.C. Simões, em Maceió é uma parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas em Etnografias Urbanas (Guetu) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

Todas as atividades do evento são abertas ao público. Para os que desejam receber o material do seminário e o certificado de ouvinte, é necessário se inscrever e pagar uma taxa que varia por modalidade. As inscrições para participantes continuarão abertas até o dia 16 de novembro, primeiro dia do seminário. Para saber mais detalhes e valores, clique aqui.

De acordo com os organizadores, o evento tem a finalidade de reunir pesquisadores que desenvolvam trabalhos sobre a temática da juventude visando o fortalecimento entre as instituições de ensino do Nordeste. Para além do intercâmbio científico, o seminário se propõe a buscar parcerias com órgãos estaduais de Alagoas diretamente relacionados às políticas para a juventude, como coletivos e movimentos sociais. “Tivemos um prazo para submissões de trabalhos que já se encerrou. Teremos 50 autores de todo o Brasil apresentando seus trabalhos de pesquisa sobre a temática da juventude”, informa o coordenador-geral do evento, professor João Bittencourt.

Nesta edição, a programação conta com mesas-redondas, minicursos, oficinas, mostra de filmes, apresentações culturais, e quatro sessões temáticas para apresentação de trabalho que vão abordar Juventudes, gênero e sexualidade; Juventudes, trabalho e educação; Juventudes, violência e direitos humanos; Juventudes, espacialidades e sociabilidades.

O evento tem apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) e da Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude do Estado de Alagoas. 

Para inscrições e mais informações, basta acessar o site do evento

Importância do Sejuve considerando o contexto dos jovens em Alagoas

Ao falar sobre a importância da promoção do Sejuve, o coordenador-geral do evento, professor João Bittencourt, justifica que o seminário “é uma possibilidade da construção de um espaço para a problematização de questões referentes ao universo juvenil brasileiro, especialmente, nordestino e alagoano”. “Sabemos que não é possível falar de juventude como se esta fosse simplesmente uma fase biológica, uma espécie de condição universal experienciada por todos aqueles que estão dentro de um recorte etário específico. Para nós, cientistas sociais, a juventude é uma experiência social, histórica e cultural de extrema complexidade, que não pode ser reduzida a uma fase da vida com características específicas”, destaca o pesquisador.

O docente do Instituto de Ciências Sociais (ICS) alerta que, nos últimos anos, a juventude alagoana, sobretudo, a negra e pobre, tem se tornado notícia em todo o país em decorrência dos números alarmantes da violência urbana. “Alagoas e Maceió lideram as estatísticas de assassinatos praticados contra jovens, o que significa afirmar que jovens negros, do sexo masculino e pertencentes às camadas economicamente desfavorecidas da população vivem numa condição de extrema vulnerabilidade”, aponta. “Esse dado por si já justifica a importância de pensarmos o problema da juventude no Estado, porém, não se pode e nem se deve reduzir a juventude alagoana ao problema da violência, mesmo sabendo que essa situação também está no cotidiano familiar, dentro das escolas, nas festas e circuitos de lazer, etc. A ideia é apresentar as diversas experiências de juventude; aquilo que compreende os desafios e as expectativas de ser jovem no Brasil, no nordeste e em Alagoas”, acrescenta.

Pesquisando sobre juventude há mais de 10 anos, professor João Bittencourt   trabalha com o tema das sociabilidades juvenis, especialmente, a produção de vínculos em contextos urbanos e de lazer. “Alguns chamam de ‘estudos sobre formação das identidades juvenis’, eu prefiro chamar de ‘estudos dos processos de identificação juvenil’, que nada mais é do que as diversas experiências de engajamento dos agentes jovens em grupos, a exemplo de gangues, bandos, coletivos, associações, entre outros, com destaque para os sentidos de pertencimento e de solidariedade que eles constroem coletivamente”, explica. “Atualmente, estou desenvolvendo uma pesquisa sobre a participação de jovens alagoanos em coletivos que mesclam atuação cultural e política”, informa.

O coordenador do evento ressalta que, além do problema da violência, as questões de educação, trabalho, arte, lazer, gênero, sexualidade e outras presentes na agenda jovem contemporânea também farão parte das discussões. “Buscamos criar sessões temáticas que abarcassem de maneira ampla as principais questões enfrentadas pelos jovens no mundo contemporâneo, seus principais problemas, obstáculos e desafios”, esclarece.

Segundo ele, há poucos eventos específicos sobre juventude no país e é importante colocar Maceió e a Ufal no roteiro dos eventos nacionais sobre o tema. “Esta já é a segunda edição do seminário. O primeiro foi em 2012. Para essa edição, fizemos uma parceria com o Guetu [Grupo de pesquisas em Etnografias Urbanas], da UFPB [Universidade Federal da Paraíba], na pessoa do professor Marco Aurélio Paz Tella. A ideia é construir uma rotatividade do Sejuve, a terceira edição acontecerá na UFPB”, adianta.