Nova diretora assume o Museu Théo Brandão

Nadir Nóbrega é professora do curso de Dança Licenciatura desde 2010


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Nadir Nóbrega, nova diretora do MTB

Ascom MTB

O ano de 2016 trouxe para a professora do curso de Dança Licenciatura desde 2010, Nadir Nóbrega, um novo desafio: assumir a direção-geral do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore (MTB).

Nadir, que teve sua trajetória profissional sempre ligada à cultura popular e às comunidades de matrizes africanas, realizou, enquanto professora da Ufal, projetos de extensão em escola de samba, ponto de cultura, terreiros religiosos de matrizes africanas e no projeto Ode Ayê, do Neab (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros).

Baiana, de Salvador, Nadir, fez a graduação em Dança, Universidade Federal da Bahia (UFBA). O mestrado, o doutorado e o pós-doutorado foram realizados no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas (PPGAC), da mesma universidade.

Em 1991, Nadir publicou seu primeiro livro Dança Afro: Sincretismo de movimento, pela Editora da UFBA. Em 2007, é publicado o livro Agô Alafiju, Odara!, pela Fundação Pedro Calmon. 

Antes de começar a graduação, durante quatro anos, Nadir foi bailarina do grupo Brasil Tropical, em Salvador. Por conta desse trabalho, morou dois anos em Munique, na Alemanha, enquanto fazia apresentações com a companhia de dança por toda a Europa. Na copa de 1974, apresentou-se com o grupo na abertura da copa do mundo. No período em que cursava a graduação, participou do grupo de dança contemporânea da UFBA, ocasião em que atuou em vários festivais, com destaque para o 2º festival de Arte Negra, em Lagos, na Nigéria.

Em Salvador, Nadir foi fundadora e diretora do grupo de dança "Nós quem?" e diretora do Teatro Miguel Santana, onde aconteciam os ensaios do Olodum. Entre outras atividades na área cultural, realizou consultoria de dança para a Associação Cultural Olodum, por meio de um projeto da prefeitura de Salvador, em parceria com blocos afros e grupos religiosos/culturais.

Desafio no MTB e os novos rumos

Em pouco tempo de gestão, iniciado em março, a professora se mostra empolgada com o novo desafio. “Estou maravilhada porque vejo a importância do papel da arte enquanto veículo de comunicação que compreende o funcionamento do Museu como construção de identidade sociocultural”, destacou.

O convite para a direção do MTB aconteceu de forma inesperada. Enquanto estava finalizando o pós-doutorado, em Salvador, recebeu a notícia do professor Ivanildo Piccoli, coordenador de Assuntos Culturais da Pró-reitoria de Extensão  (Proex). “Quando surgiu o convite, fiquei surpresa e lisonjeada. E como sabia que o Picolli seria meu parceiro, aceitei porque acredito que iremos trabalhar de forma integrada com as graduações e pós-graduações, equipamentos e comunidades externas”, disse Nadir.

A aproximação com o MTB já existia anteriormente, quando fazia visitas com os alunos e frequentava eventos. “Sempre tive uma atuação positiva com o MTB. Sou admiradora desse museu, que tem um bom diálogo com as culturas populares”, destacou.

A nova diretora pretende incluir outros projetos no Museu, dando continuidade aos que já existem. “Apesar das dificuldades atuais da Universidade, faço questão de manter os eventos consolidados do Museu. Estamos acrescentando como proposta para somar a essa contribuição do papel sociocultural, o meu projeto de extensão, do curso Dança Licenciatura, o colóquio ‘Mestre Zumba: pensamentos afro-ameríndios’. O evento é anual e está programado para o final de 2016”, disse a professora.

Nadir explica que o projeto, que já foi iniciado em 2013, é uma forma de divulgar os valores éticos e estéticos de origem negra e indígena. “Começamos com a realização de palestras, apresentações artísticas e culturais, além de oficinas de bonecas de pano, figurino cênico e dança afro”, disse a gestora.

A diretora reforça que o projeto conta com a parceria do professor Edu Passos, do Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte), do professor José Acioly, do curso de Teatro Licenciatura e do antropólogo e cenotécnico da Escola Técnica de Artes, Jeamerson dos Santos.

A novidade do projeto é a parceria com a ONG “Olhe o Chico”, de Piaçabuçu. “Existe a possibilidade dessa parceria com a ONG ser estendida para o Museu”, explicou Nadir.

Com a mesma temática do colóquio, o MTB vai realizar o Fórum Zumba, Théo, Djavan e você. Com atividades mensais e quinzenais, o projeto inclui oficinas, exibição de filmes, grupo de estudo, palestras e apresentações artísticas. As palestras e apresentações serão na última quarta-feira do mês, das 17h30 às 22h. O grupo de estudo Outros Olhares vai se reunir, quinzenalmente, às terças-feiras, das 10h30 às 12h30. O cineclube Elegbá, será na última quinta-feira do mês, a partir das 18h30. A periodicidade dos eventos que integram o projeto poderá ser alterada, quando houver feriados e períodos de recesso acadêmico.

Outros eventos estão em fase de planejamento. “Existe uma proposta de realizar uma exposição na Biblioteca Central, recebemos a visita do Núcleo de Arte e Cultura da Secretaria Municipal de Educação (Semed) com a intenção de fazer uma exposição no MTB. No Museu, temos bolsistas, do Núcleo de Ação Educativa, desenvolvendo projetos para escolas”, contou Nadir.