Pesquisadores analisam preço da Cesta Básica em Santana do Ipanema

Sete mercados do município são analisados no período de duas vezes por semana; no final de cada mês, nota técnica é divulgada com o resultado


- Atualizado em
Equipe faz levantamento do preço da Cesta Básica em Santana do Ipanema | nothing
Equipe faz levantamento do preço da Cesta Básica em Santana do Ipanema

Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

Pesquisadores da Unidade de Santana do Ipanema da Universidade Federal de Alagoas realizam levantamento de preços da cesta básica no município. No período de duas vezes por semana e em dias consecutivos, sendo estes, alternados para cada semana, sete estabelecimentos comerciais da cidade são analisados por seis professores e 12 estudantes dos cursos de Ciências Contábeis e Economia. No entanto, quando um produto não é encontrado, ele acaba sendo coletado no estabelecimento mais próximo daquele que, normalmente, é analisado.

A metodologia utilizada é a mesma empregada pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese) que, segundo o professor Fabrício Rios, coordenador do projeto, utiliza a Estrutura de Despesa do Salário Mínimo para famílias que recebem até três salários e a Composição da Cesta Básica Mínima do Trabalhador, que tem por base uma cesta de 12 ou 13 alimentos a depender da região analisada, conforme definida pelo Decreto-Lei nº 399 de 1938.

Intitulado Acompanhamento do Custo da Cesta Básica no Município de Santana do Ipanema/AL, o projeto teve início por meio do Programa de Ações Interdisciplinares (Painter), em 2014. O Programa chegou ao fim, mas os pesquisadores decidiram seguir com a análise, cujos resultados obtidos são divulgados no final de cada mês por meio de uma nota técnica que revela, por exemplo, a variação de preços entre os produtos pesquisados e do valor total da cesta básica.

“A análise é extremamente importante para a população, pois permite verificar o impacto da variação dos preços dos alimentos (cesta básica) sobre o salário, diagnosticando se houve perda ou ganho do poder de compra. Em posse dessa informação, a população poderá recompor sua cesta de alimentos com produtos similares de menor preço”, explica Fabrício Rios.

A toque de comparação, os pesquisadores apresentam os dados da nota técnica do mês de janeiro quando o custo da cesta básica apresentou aumento de 3,71% em comparação ao último mês do ano de 2015. “O conjunto de produtos consumidos por um cidadão santanense passou de R$ 267,41 em dezembro para R$ 277,34 em janeiro deste ano. Dos 12 produtos analisados, oito registraram variação positiva e o que mais subiu foi o tomate: 26,40% de um mês para o outro”, revela Fabrício.

Além do tomate, outros produtos a registarem variações positivas em janeiro foram: feijão (12,29%), manteiga (6,98%), açúcar (5,41%), banana (4,75%), farinha (1,37%), arroz (1,10%) e café em pó (0,92%). O produto que registrou maior variação negativa foi à carne (4,73%), acompanhada do pão francês (3,75%), leite integral (0,54%) e óleo (0,31%).

“O aumento do preço do tomate se deu em virtude da elevação dos níveis de chuva que atingiram as regiões produtoras nos últimos meses de 2015, que afetou a produtividade ocasionando uma menor oferta do legume. Quanto ao feijão, segundo produto que apresentou a maior alta no preço, 12,29%, deve-se as mudanças climáticas dos últimos meses, que tem afetado consideravelmente a produção, reduzindo a sua oferta”, diz Fabrício.

De acordo com o pesquisador, com os aumentos registrados, quem recebe o piso nacional apresentou redução em seu poder de compra. “Em dezembro do ano passado, o comprometimento do rendimento líquido foi em média 36,89% passando para 38,26% em janeiro deste ano, ponderando por R$ 724,96 que é o salário líquido, deduzido os 8% da Previdência Social sobre o salário bruto de R$ 788,00. Por conseguinte, o tempo necessário para este trabalhador adquirir a cesta básica também aumentou, passando de 74 horas e 41 minutos em dezembro para 77 horas e 26 minutos em janeiro”, conclui o professor.

Confira em anexo a nota técnica com as informações registradas no mês de janeiro.