Ufal prepara ações para o Dia Mundial de Combate à Hanseníase

Mobilização deve acontecer numa parceria com diversas universidades do Estado e outros colaboradores


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Reunião aconteceu na última quarta-feira

Reunião aconteceu na última quarta-feira

André Ferro – estudante de Jornalismo

Combate à Hanseníase, na Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no Campus A.C. Simões. A ideia do evento é integrar parcerias entre instituições, órgãos públicos e grupos de pesquisa e planejar atividades para sensibilização da população e dos profissionais da saúde sobre o diagnóstico e o tratamento da doença.

As atividades definidas vão acontecer em janeiro, em virtude do Dia Mundial de Combate à Hanseníase, celebrado no dia 25. Aluna do 10º período de Enfermagem pela Ufal, Fernanda Goes participa de diversos projetos na luta contra a doença e vê que um trabalho interdisciplinar e multiprofissional pode ampliar o alcance das ações.

“Aqui nós temos alunos de Enfermagem, Psicologia, Odontologia, enfermeiros e professores. Assim nós conseguiremos ampliar nosso campo de atuação. Não adiantaria, nós não conseguiríamos fazer nada individualizados. Nós temos que ampliar nosso campo de ação. De forma integrada, nós conseguiremos atingir a população para que a sociedade seja beneficiada com essas ações que serão planejadas no dia de hoje”, afirmou Fernanda.

Os participantes da reunião planejaram não apenas uma ação pontual no dia 25, mas outras que acontecerão durante todo o mês de janeiro. A equipe pretende levar para a população o conhecimento básico sobre a doença e oferecer a comunidade ações de saúde, buscando diagnosticar pessoas com a doença e encaminhá-las para tratamento.

A professora do curso de Enfermagem, Clodis Tavares, mestre e doutora na área de Saúde Pública, fala sobre a importância dessa conscientização. Segundo ela, a hanseníase é uma das doenças mais negligenciadas. Clodis coordena o projeto Hanseníase na Comunidade, que compreende muitos outros subprojetos sobre a temática e que buscam a conscientização, o diagnóstico e o tratamento da doença.

“Infelizmente tem muita gente doente que não sabe que está doente. É importante que sejam feitas ações de informação e saúde, desenvolvendo capacitação para os profissionais da atenção básica. A hanseníase, na maioria dos casos, é diagnosticada tardiamente e esses casos, mesmo tratados, precisam de um acompanhamento para que os problemas, as reações imunológicas e as sequelas sejam minimizadas. Para que o ex-portador e o portador possam reconhecer que precisam se cuidar para evitar as complicações da doença que é altamente incapacitante”, advertiu a professora.  

Conheça os sintomas

Os sintomas mais comuns da doença são as manchas de pele, esbranquiçadas e amarronzadas, placas, lesões de pele e o comportamento anormal do sistema nervoso. A transmissão se dá pelas vias aéreas superiores, geralmente no período noturno, já que o microrganismo é sensível à luz solar.  Muitas vezes, os sintomas podem ser confundidos com os da pitiríase, conhecida por pano branco, o que contribui para um diagnóstico tardio da hanseníase. Isso acaba por inviabilizar a cura sem sequelas. Embora a doença tenha cura, se ela não for tratada logo no início pode ocasionar danos permanentes ao sistema nervoso.

É de extrema importância que todos participem desta campanha, como conta a estudante Fernanda Goes, para que o assunto seja colocado em pauta e possamos criar um novo cenário para a doença no país. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil só perde para a Índia no número de casos da doença.

“Nós contamos com a participação da sociedade em geral. Todos podem participar e contribuir de alguma forma. Todos nós podemos ser multiplicadores da informação do que é a hanseníase”, convidou Fernanda Goes.