Workshops promovem trocas de experiências no Festival de Cinema de Alagoas

Editais, produção e distribuição audiovisual fazem parte de discussões de realizadores

05/11/2015 18h18 - Atualizado em 05/11/2015 às 18h54
Ramon Coutinho (à direita) com realizadores de filmes participantes da Mostra Competitiva do Festival

Ramon Coutinho (à direita) com realizadores de filmes participantes da Mostra Competitiva do Festival

Jhonathan Pino - jornalista, enviado especial

Penedo -Produção e Distribuição de filmes de Baixo Custo deu início aos workshops do Festival de Cinema Universitário de Alagoas, nesta quinta-feira (5). No Centro de Cultura e Extensão Universitária, o representante do Coletivo Urgente de Audiovisual (Cual), Ramon Coutinho, conversou com realizadores sobre as experiências vivenciados no Estado da Bahia.

Orçamentos limitados e editais de fomento a indústria cinematográfico foram os temas mais conversados pelos que ali estavam no workshop. A maior parte deles eram jovens, ainda universitários e selecionados para a Mostra Competitiva do Festival. Eles estavam reunidos com Ramon para tentar compreender que possibilidades existentes para difusão de seus filmes. “Eu comecei a produzir cinema porque encontrei pessoas que gostam de cinema. O histórico de Salvador é bem difícil”, introduziu o facilitador.

Durante toda a conversa, Ramon tentou difundir um valor essencial para que se pudesse produzir cinema diante de situações adversas: a amizade. “No Cual há um grupo de pessoas com afinidades, sejam elas afetivas, ou estéticas, que tentam atuar diante de uma realidade carente de cinema”, explicou.

O coletivo do qual Ramon faz parte é composto de publicitários, jornalistas, historiadores e alguns egressos do curso Interdisciplinar em Artes com Concentração na Área de Cinema da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Eles se reuniram com a proposta de um pensar mais crítico para todo o processo da realização de cinema e evidenciar possibilidades de uma produção com baixos custos.

Na ocasião, o facilitador colocou algumas de suas impressões sobre o mercado audiovisual brasileiro e falou da dificuldade em colocar seus filmes para serem exibidos nas salas de cinema espalhadas pelo país. “Eu acredito que a gente está na fase de formar um mercado. As atuais escolas de cinema estão formando para um outro mercado, pois esse que aí está não é nosso. Eu não estaria no audiovisual atualmente se eu vivesse desse mercado atual”, pontuou Ramon.

O convidado ainda ressaltou é necessário que os realizadores deixem de querer ser fenômenos do cinema, com grande penetração nacional e pensem em formas mais regionais para a produção de conteúdo. “Há uma soma de fatores que eu vejo que podem fazer diferença. São pequenas ações locais. Eu não acredito na grande solução, que é o financiamento federal, por meio da imposição de cotas para as salas de exibição. Acho que a gente pode produzir uma quantidade enorme de filmes incríveis pequenos, mas relevantes para um determinado local e baratíssimos para que sejam distribuídos em mercados menores”, acredita Ramon.

No sábado, 7, acontece o próximo workshop do Festival, que será facilitado pelo membro da Comissão de Avaliação, Seleção e Fiscalização da área Cinema e Vídeo (Casf), Ernani Viana. A atividade inicia às 9h, no Centro de Cultura e Extensão Universitária, onde será abordado o Financiarte: considerações sobre o segmento Cinema e Vídeo em Caxias do Sul (RS). 

Veja programação completa do Festival aqui.

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