Mostra Nacional leva produção e elenco para Festival de Penedo

Mini Kerti deu início aos bate-papos entre produtores e público na Praça 12 de Abril

04/11/2015 18h34 - Atualizado em 05/11/2015 às 21h14
Mini Kerti participou de bate-papo mediado pelo professor Otávio Cabral

Mini Kerti participou de bate-papo mediado pelo professor Otávio Cabral

Jhonathan Pino - jornalista, enviado especial

Penedo - A Mostra Nacional do Festival de Cinema Universitário de Alagoas teve início com a exibição do longa-metragem Muitos homens num só, ficção dirigida por Mini Kerti e estrelada por um elenco com nomes conhecidos do grande público, como Caio Blat, Alice Braga e Vladimir Brichta. Na terça-feira (3), após a exibição, realizada na Praça 12 de Abril, em Penedo, o público pôde conversar com a diretora, num bate-papo conduzido pelo professor Otávio Cabral, do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Apesar de não ter percorrido muitos festivais, o primeiro longa-metragem de ficção de Mini ganhou dez troféus no Cine PE, quando apresentado em 2014. Em Penedo, em conversa com o público, a diretora disse que foi um desafio produzir um filme de época com poucos recursos. Ela lembrou que o roteiro teve origem na obra Memórias de um Rato de Hotel, biografia de Dr. Antônio, pseudônimo para Arthur Antunes Maciel, um gaúcho de família respeitável que ficou famoso no Rio de Janeiro do início do século 20, pelas práticas de roubos e de uma vida cheia de amores.

O longa já havia participado de festivais na Inglaterra e na Espanha e deve ir para o Festival de Cinema de Los Angeles ainda este ano, mas Mini destaca que não há diferenças entre participar de eventos maiores ou menores. “O legal é você está em contato com o público e ver como ele reage, independente de qual seja o público. Estar em contato com cineastas, sejam eles quais forem; com pessoas trocando ideias, o importante é participar, mostrar seus filmes e ouvir o que as pessoas têm a dizer, porque as vezes o que você acha do seu filme não é o que o outro acha. Às vezes você se surpreende porque o outro tem uma impressão nova”, frisou.

Mini comenta que essa é a primeira vez que participa de um festival de cinema universitário e nunca havia conhecido outro no Brasil. “Mas eu acho legal essa ideia, porque é onde você está aprendendo. Eu me lembro que quando eu era garota, tinha um festival que acontecia em frente a minha casa e tinham seções para assistir pela crítica de manhã e à noite para o público. Então, o que é que eu fazia: como pela manhã tinham três gatos-pingados, eu aproveitava para matar aula e entrava no cinema e assistia a uns três filmes, escondida. Por isso que eu acho que nessa época universitária é uma época em que você está se formando, você não está exercendo uma profissão ainda. Eu acho que é um momento que você ouve um monte de coisas e se alimenta daquilo; vai aprendendo e tendo uma visão crítica do que vai sendo feito”, disse.

A diretora ainda fala do dilema que existe entre fazer algo experimental e a pretensão de atingir maior público. “Eu acho que são duas maneiras que você consegue inovar. Uma delas é quando você não tem muito dinheiro: quando está começando, ou mesmo não tem grande compromisso com o público. O outro jeito é quando você tem muita grana e aí consegue experimentar porque vai fazer coisas tecnológicas tão incríveis que o dinheiro vai te proporcionar novas experiências, mas de outro jeito”, comentou Mini.

A Mostra Nacional tem prosseguimento nesta quarta-feira, com a exibição de quatro curtas do Coletivo Urgente Audiovisual (Cual), além da presença de um dos representantes do coletivo baiano, Ramon Coutinho. Na quinta-feira, 6, haverá a exibição de mais dois curtas, seguido de um bate-papo com a atriz de um deles, Cida Almeida. A mostra acontece sempre a partir das 21h, na Praça 12 de Abril. Confira a programação completa aqui.

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