7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas abre as portas para o público

Evento ocorre de 20 a 29 de novembro, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso

21/11/2015 12h10 - Atualizado em 21/11/2015 às 17h06
As autoridades presentes à abertura da Bienal

As autoridades presentes à abertura da Bienal

Myllena Diniz - estudante de Jornalismo

Palavras, sons e imagens se misturam no universo de sentidos da 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, aberta ao público na noite de sexta-feira (20). Nesta edição, o maior evento literário e cultural do Estado homenageia os 200 anos de Maceió, com programação para todas as idades, até 29 de novembro, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no Jaraguá.

A Bienal deste ano abriu suas portas ao som da musicalidade alagoana, nas vozes de Eliezer Setton e Júnior Almeida. Entre o público, autoridades locais, patrocinadores, apoiadores, artistas, intelectuais, professores e a sociedade em geral prestigiaram o primeiro dos dez dias da programação. O evento promete uma semana inteira de palestras, cursos, oficinas, apresentações culturais, bate-papos, encontros com autores e exposições de livros para todos os gostos.

Realizada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio da Edufal e da Fundepes, do Governo do Estado e da Prefeitura de Maceió, a Bienal alagoana consagra-se como a única, em todo o Brasil, a ser promovida por uma instituição pública de ensino. Durante a abertura do evento, o reitor Eurico Lôbo destacou o papel da academia na promoção do conhecimento e no estímulo à leitura.

"A Bienal é um patrimônio da sociedade alagoana, que já nos impõe a responsabilidade pela sua continuação. Esse é um momento valioso para o Estado de Alagoas e nós reafirmamos nosso compromisso com a manutenção do evento. O sucesso da Bienal vem do carinho e do amor que a equipe organizadora empreende em suas ações", salientou.

Na linha de frente da organização do evento está a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal), sob o comando da diretora Stela Lameiras. Professora de Letras e amante da Literatura, ela escolheu a palavra alhures - cujo significado é "em outro lugar" - para expressar a alegria pela realização de mais uma Bienal.

"Hoje, eu optaria por essa palavra, porque ela nos convida a ir mais longe. Ela parece se revestir de um sentido alado e é isso que Bienal representa. Construímos mais sonhos, fomos mais ambiciosos e caminhamos na direção de um universo de sentidos. Afinal, é isso o que esperamos para essa sétima edição", destacou Stela Lameiras.

Reconhecimento

Entre as autoridades presentes na abertura da 7ª Bienal de Alagoas, estava o governador do Estado, Renan Filho. O gestor ressaltou o potencial do povo alagoano e a importância do investimento em projetos de incentivo à cultura. "Com amor, organização e a capacidade dos alagoanos, mostramos que as coisas aqui também podem dar certo. A Bienal é um exemplo disso, ao expor Alagoas para o Brasil e o mundo com o que temos de positivo. É muito importante para o Estado organizar, com todos os seus entes e instituições, um evento dessa magnitude", avaliou Renan Filho.

Quem também participou do momento foi o vice-prefeito de Maceió, Marcelo Palmeira. Ele reforçou o apoio ao evento e enfatizou: "queremos que essa Bienal fique na história, como a mais frequentada e a mais comentada".

Também prestigiaram o evento os secretários de Comunicação e de Cultura do Estado, Ênio Lins e Mellina Freitas, respectivamente; bem como os secretários municipais de Educação, Ana Dayse Dórea, e de Comunicação, Clayton Santos. Além deles, estiveram presentes o presidente da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), Crisógono Rodrigues, e o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), João Vicente Lima.

Homenagem ao Dia da Consciência Negra

Além de dar voz ao mundo da literatura e do conhecimento, a 7ª Bienal de Alagoas também levanta reflexões sobre questões históricas e sociais. Neste ano, o evento teve início na mesma data em que é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil, 20 de novembro.

A resistência negra ao longo dos séculos foi lembrada por meio de intervenções artísticas e discursos oficiais. "Abrir as portas da Bienal hoje traz um significado muito especial. A gente atravessa o tempo e o espaço, para um momento que precisa ser lembrado, valorizado, recuperado. Trata-se de uma história a reconstruir e a ressignificar", refletiu Stela Lameiras.

Na mesma noite, a atriz Elisa Lucinda também falou sobre o assunto. Ela arrebatou a plateia ao abordar uma questão séria por meio de um discurso irreverente, sem abandonar a consciência política. Entre canções e poemas, reflexões acerca do preconceito racial e do empoderamento das palavras.
"É incrível o aeroporto de Maceió levar o nome de Zumbi, é maravilhoso quando a gente afirma nosso lugar e se posiciona com mais força no mundo. Por outro lado, muitos jovens negros ainda são assassinados no Brasil, confundidos com criminosos. Eu acredito que o empoderamento por meio da palavra pode mudar isso. A palavra é uma carta e, como uma boa carta, pode mudar o jogo", apontou a atriz.

A Bienal e seus benefícios para o Estado de Alagoas

Fabiana Barros - jornalista

Ao chegar ao Centro de Convenções um pouco antes da abertura da Bienal, as autoridades alagoanas ressaltaram a importância do evento para o desenvolvimento do estado.

Segundo o governador Renan Filho, a Bienal do Livro é um evento que fortalece o Estado e movimenta a economia. Ele destacou que a capital alagoana está com os hotéis lotados e que o centro de convenções climatizado tem plenas condições de receber os alagoanos e os turistas que desejam prestigiar a Bienal. “Quando abrimos um livro, abrimos a porta e a janela para o mundo”, comentou o governador, acrescentando que um evento desse porte integra as pessoas e estimula a troca de ideias.

O reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Eurico Lobo, classificou a Bienal como um “patrimônio da sociedade alagoana”. Segundo o reitor, a realização da Bienal é um momento de muita alegria, pois a equipe da Editora Universitária (Edufal) conseguiu levar o projeto adiante e concretizou mais uma edição da Bienal garantindo a sequência do evento.

Para o vice-prefeito Marcelo Palmeira, a Bienal veio para coroar os 200 anos da cidade de Maceió. “Os amantes da leitura terão a oportunidade de vir aqui”, comentou. Ele acrescentou que milhares de estudantes da rede pública municipal de ensino irão visitar a bienal que acontecerá até o próximo dia 29 de novembro e a entrada é franca.

O diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), João Vicente Lima, que representou o presidente da entidade, professor Fábio Guedes, ressaltou que Alagoas tem uma tradição de grandes escritores e autores importantes para o País. Segundo ele, somente esse fato já justifica o evento. “Desde o primeiro momento, encampamos a ideia”, afirmou. Para ele, a celebração durante a Bienal do Livro dos 200 anos de Maceió, comemorado no próximo dia 5 de dezembro, é oportuna e justa.

O diretor presidente da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), Crisógono Rodrigues, destacou as presenças das autoridades que prestigiaram a abertura do evento e dos vários autores reconhecidos que passarão pela Bienal Alagoas, além do grande público, para demonstrar a importância do evento. “A Fundepes se sente honrada em participar desse momento ímpar. Em eventos como este, a Fundepes estará sempre presente”, afirmou.

A 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, edição 2015, é uma realização da Prefeitura de Maceió, Governo do Estado de Alagoas, Fundepes, Edufal e Ufal. Além do patrocínio cultural da Imprensa Oficial, Gráfica Moura Ramos, Braskem, Fapeal, Sesc, Senac, Sebrae Alagoas, Unopar e Ceap.

O evento conta com o apoio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Organização Arnon de Mello, Ifal, Pajuçara Sistema de Comunicação, Instituto Zumbi dos Palmares, Detran-AL, Hotel Ponta Verde e Maceió Shopping.