Instituto de Física será pioneiro no Brasil na pesquisa de dispositivos de vidro mais compatíveis com fibra ótica

Comunidade universitária recebeu o prédio dos laboratórios de Microtecnologia Aplicada


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O reitor Eurico Lôbo entrega novo prédio no Instituto de Física

O reitor Eurico Lôbo entrega novo prédio no Instituto de Física

Lenilda Luna - jornalista 

O reitor Eurico Lôbo inaugurou, na última terça-feira (20), ao lado de representantes da gestão, de diretores e professores do Instituto de Física e de representantes da Fundepes, o prédio onde serão instalados os Laboratórios de Microtecnologia Aplicada. Os equipamentos já foram comprados e serão instalados dentro dos padrões técnicos exigidos para as pesquisas que devem ser realizadas neste ambiente. Até mesmo uma "sala limpa", ambiente com controle das partículas suspensas no ar, será montada para eficiência dos experimentos que serão feitos. 

Segundo o professor Marcos Vermelho, autor do projeto dos laboratórios e coordenador das pesquisas em microtecnologia, desde 2007 o Instituto de Física está trabalhando para consolidar os projetos nessa área. "Fiz meu doutorado em microtecnologia aplicada e estamos nos dedicando às pesquisas, visando a atender, principalmente a área de telecomunicações. Atualmente, a tecnologia mais avançada para o fluxo de dados é a fibra ótica, mas a comunicação perde qualidade e velocidades porque os dispositivos eletrônicos são elaborados com material semicondutor. Aqui nesses laboratórios vamos desenvolver dispositivos fotônicos para complementar a fibra ótica com qualidade muito superior", afirma o pesquisador.

Essas pesquisas, de acordo com Marcos Vermelho, são realizadas pelas grandes industrias de telecomunicações internacionais, que produzem smartphones com cada vez maior capacidade de processamento e armazenamento de dados. "Mas os pontos de controle desse tráfego de informações ainda dependem muito de uma eletrônica de alto nível, muito cara, sofisticada e ainda lenta. Aqui no Brasil, o laboratório de microtecnologia da Ufal será o único a trabalhar com dispositivos feitos com vidro, que são mais compatíveis com a fibra ótica. Essa será um diferencial muito importante para a nossa universidade, que vai dar visibilidade às pesquisas desenvolvidas aqui", destaca o professor. 

Para concretizar o projeto dos laboratórios, o Instituto de Física concorreu e foi aprovado em editais do CT-Infra, linha de financiamento do Fundo de Inovação e Pesquisa (Finep) que tem o objetivo de modernizar e ampliar os laboratórios de pesquisa da Universidades e instituições Científicas. "Fomos aprovados em todos os editais que concorremos desde 2007. Para se ter uma ideia da relevância dessa pesquisa, também concorremos em dois editais temáticos para a área de energias renováveis e um para a área de telecomunicações, onde fomos o único projeto aprovado no norte e nordeste", relata Marcos Vermelho. 

Durante a solenidade de inauguração, a professora Nélia Callado, superintendente de Infraestrutura da Ufal, destacou o esforço conjunto da equipe para garantir a celeridade na execução do projeto. "Quando os projetos são aprovados, já iniciamos os trabalhos com defasagem de tempo e de recursos. Mas a equipe se desdobra e a Ufal complementa o que for necessário para alcançarmos êxito. Por isso, o momento de entregar a obra concluída é sempre de muita satisfação", destacou a superintendente. 

O reitor Eurico Lôbo também ressaltou a eficiência da equipe para superar as dificuldades e executar obras desse porte. "Parabenizamos aos integrantes do Instituto de Física porque elaboram os projetos, acreditam, correm atrás dos financiamentos, realizam pesquisas de relevância que alcançam aprovação nos editais de financiamento. Todos sabemos que estamos trabalhando com uma redução de 50% das verbas da universidade, isso representa mais de 40 milhões de reais a menos no orçamento. Mas podemos superar essas dificuldades com uma equipe focada e dedicada, como a que temos na Sinfra. Apesar dos cortes, estamos com 80 obras em execução nos campi da Ufal", destacou o reitor. 

Já o diretor do Instituto, professor Carlos Jacinto, comemorou a entrega do prédio e destacou o nível elevado de pesquisas que serão realizadas nele. Ele aproveitou a ocasião para agradecer à gestão da Universidade e também para fazer algumas reivindicações. "Com esse laboratório instalado no Instituto de Física, vamos precisar de reforço na segurança e também de contratação de técnicos de laboratório de pesquisa", solicitou o diretor.