Ufal doa cerca de 1.500 livros para a Biblioteca da Mell

Títulos vieram de doações da comunidade acadêmica e da Edufal

05/06/2015 12h53 - Atualizado em 05/06/2015 às 14h17
Diretora do Arquivo Público se envolveu emocional e profissionalmente na causa

Diretora do Arquivo Público se envolveu emocional e profissionalmente na causa

Thyeres de Medeiros – estudante de Jornalismo

No Sertão de Alagoas, a Biblioteca da Mell está ganhando forma. A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) fez a entrega de aproximadamente 1.500 títulos, na última quarta (3), para que a garotinha de apenas 7 anos possa realizar seu sonho: dividir conhecimento com as crianças daquela região onde vive. Os livros foram pela comunidade acadêmica e pela Editora da Ufal (Edufal), que, além de contribuir com a campanha sendo um dos pontos de entrega, também doou títulos próprios.

Os livros foram levados para o Arquivo Público de Alagoas, onde passarão por processo de higienização e de catalogação. A diretora do Arquivo, Wilma Nóbrega, ressalta que a comunidade também pode participar deste processo. "Toda ajuda é bem-vinda. Os interessados passarão por uma instrução básica e já podem desempenhar as funções, sempre acompanhados de um dos nossos bibliotecários", convocou Wilma.

Para ser um voluntário no processo de higienização ou catalogação dos livros, deve-se entrar em contato pelo e-mail nobregawm@gmail.com ou pelo telefone 98801-3509. “Apoiei inicialmente como uma mãe emocionada com a causa. Só depois uni minha profissão de bibliotecária e de diretora do Arquivo à campanha”, contou.

Com essa doação da Ufal, já se somam, aproximadamente, 8 mil livros de diversas categorias. O primo da Mell, Leonardo Rocha, lembra que apesar de muitos livros terem sido doados, o lugar físico da biblioteca ainda preocupa. "Já temos o projeto arquitetônico para o sítio da vó da Mell, em Mata Grande-AL. Depois que tudo for limpo e catalogado, precisamos colocá-los à disposição para todos em um lugar aconchegante, que estimule a leitura ", explicou Leonardo.

A Biblioteca

Apesar da campanha ter dado bons resultados, há preocupações depois que a biblioteca começar a funcionar. Ainda segundo a diretora do Arquivo, será necessário envolver a comunidade para a biblioteca funcionar plenamente. "O processo de higienização precisa ser feito com frequência. Pretendemos juntar a comunidade não só no processo de leitura, mas também na sua construção”, disse Wilma.

Ela também comenta que até mesmo quem não sabe ler pode ajudar com o projeto. “Somos poucos e esses processos são demorados. Enquanto uns leem as informações dos livros para catalogá-los, outros fazem a higienização”, lembrou.

A inciativa

A ideia veio depois que a menina Mell escreveu uma cartinha para a sua tia Fafá. Com uma caligrafia muito bem-feita para a idade, a menina fala para a tia que sonha montar uma biblioteca no sítio, porque é difícil ir até a cidade buscar livros e na escola não tem biblioteca. 

A carta foi divulgada pela cantora Wilma Araújo e logo a notícia se espalhou nas redes sociais. A imprensa deu destaque e várias pessoas, em todo o Brasil, resolveram ajudar. A princípio, Mell pretendia arrecadar uns 300 livros para colocar na estante da avó. 

O projeto da menina conta com o apoio da Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos e do Arquivo Público para organizar e catalogar a grande quantidade de livros que está arrecadando. A Ufal abraçou a causa e disponibilizou vários postos para entrega das doações, em Maceió e no interior.