Ufal busca apoio da AMA para resolver situação de transporte para universitários

Problema pode inviabilizar processo de expansão da Universidade porque universitários não têm condições de pagar passagem

10/02/2015 16h28 - Atualizado em 10/02/2015 às 16h37
Presidente da Uveal, Hugo Wanderlley, reitor Eurico Lôbo, prefeito Marcelo Beltraão, professora Ruth Vasconcelos e Cesar Teixeira, superintendente

Presidente da Uveal, Hugo Wanderlley, reitor Eurico Lôbo, prefeito Marcelo Beltraão, professora Ruth Vasconcelos e Cesar Teixeira, superintendente

Simoneide Araujo – jornalista

A Universidade Federal de Alagoas busca parceria da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) no sentido de consolidar seu processo de interiorização. Em reunião, nesta terça-feira, 10, com o presidente do órgão, Marcelo Beltrão, o reitor Eurico Lôbo relatou o problema enfrentado pelos alunos do interior que não dispõem de transporte público regular para se deslocar até a Universidade e, por isso, não têm direito nem à meia-passagem.

Também participaram da reunião a coordenadora de Política Estudantil da Ufal, Ruth Vasconcelos, o presidente da União dos Vereadores de Alagoas, Hugo Wanderley, e o superintendente da AMA, Cesar Teixeira. O reitor entregou documento ao prefeito Marcelo Beltrão, que trata da solicitação dos estudantes da Unidade de Palmeira dos Índios que moram em Arapiraca e na região circunvizinha.  

Eurico Lôbo fala da importância do processo de interiorização da Ufal na formação do jovem, que não precisa mais ir para capital. “A interiorização representa a inserção dos nossos jovens do interior na Universidade, o que vai definir seu futuro profissional. É um processo de inclusão e de mudança de realidade por meio da educação”, ressaltou.

O reitor também apresentou o investimento da Universidade para garantir a permanência dos alunos nos cursos de graduação. “Em 2014, investimentos 23 milhões de reais em bolsas, dentro da política e assistência estudantil. Desse montante, a maioria vai para atender alunos em vulnerabilidade econômica. Eles precisam do dinheiro para se manter na Universidade. Sem o transporte público eles têm de gastar mais da metade do valor da bolsa só com passagem. Por isso, precisamos encontrar uma saída urgente, senão poderemos ter sérios problemas com evasão”, completou.

De acordo com a professora Ruth Vasconcelos, o que a Ufal pretende com essa intervenção junto aos prefeitos é viabilizar a permanência dos estudantes em sala de aula. Ruth se refere, principalmente, à situação dos quase 600 alunos da Unidade Educacional de Palmeira dos Índios, após a Prefeitura de Arapiraca ter suspendido o transporte que garantia o deslocamento dos estudantes da cidade para Palmeira.

Ruth lembra que o corte do transporte vai inviabilizar a permanência dos alunos em sala de aula. “Quase 60% dos nossos alunos da Unidade de Palmeira residem em Arapiraca. Esse único dado seria suficiente para justificar o empenho da Prefeitura de Arapiraca para fornecer o transporte”, destacou.

O presidente da AMA disse estar sensível à situação posta pela Universidade e se colocou à disposição para buscar uma solução para o problema, mas propôs uma ação conjunta nas três esferas do Executivo para resolver a situação. “Os municípios sozinhos não têm condições de assumir essa demanda, mas vamos conversar com os governos estadual e federal para encontramos uma saída”, ponderou.

O reitor Eurico Lôbo se comprometeu a enviar outro documento com as demandas de transportes dos alunos do interior. Ele também vai marcar uma agenda com o secretário-chefe do Gabinete Civil, Fábio Farias, e com o secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa. O objetivo é traçar um plano conjunto para solucionar o problema da falta de transporte para os universitários do interior.