Ex-alunos intercambistas reencontram-se após 30 anos

Eles iniciaram seus estudos na Ufal entre 1975 e 1978, por meio de convênio com países latino-americanos

12/09/2014 15h37 - Atualizado em 12/09/2014 às 15h46
Reitor recebe a placa com o nome dos 22 ex-alunos

Reitor recebe a placa com o nome dos 22 ex-alunos

Pedro Barros - estudante de Jornalismo

Quem acha difícil reunir os amigos da infância deveria aprender com esse pessoal: 22 ex-alunos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) reencontraram-se nesta quinta-feira, 11, no prédio da Reitoria, situado no Campus A.C. Simões, em Maceió. Detalhe: eles vieram de vários países da América.

Os ex-intercambistas estudaram em diversos cursos de graduação em Alagoas por meio de um convênio feito entre a Ufal e países latino-americanos, nos anos de 1975 a 1978. Eles vieram de El Salvador, Panamá, Bolívia, Costa Rica, Paraguai, Venezuela, Nicarágua e Peru e aqui cursaram arquitetura, odontologia, contabilidade, economia, administração, medicina e agronomia.

Depois de se graduarem, houve aqueles que voltaram para a terra natal e os que partiram para outros países - além daqueles que decidiram ficar por aqui mesmo. A maioria deles não se via há mais de três décadas. "Assim que cada um partiu para um lugar diferente, perdemos contato. Só fomos nos reencontrando depois do surgimento da internet e das redes sociais, como Facebook e WhatsApp. Já faz quatro anos que estávamos organizando este encontro", contou o venezuelano José Abraham Pantoja.

José conheceu sua esposa, Luz Maria Alvarado, em Maceió, quando ela também era intercambista, vinda de El Salvador. O casal tem uma filha brasileira e hoje vive na Venezuela. Na época ela estudava Odontologia e ele, Agronomia. José se especializou em cana-de-açúcar na Ufal e já atuou na área em usinas alagoanas e em mais três países: Venezuela, El Salvador e Estados Unidos.

Visita ao reitor

A primeira visita do grupo foi ao reitor da Universidade, Eurico Lôbo. Os amigos elaboraram uma placa com os seus nomes e formações e trouxeram como presente um artefato da cultura pré-colombiana. A placa diz: "Agradecimento à nossa Alma-Mater, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por abrir e nos brindar seu apoio, colaboração, formação e valores".

"O conhecimento não tem fronteiras. A Universidade tem se empenhado em promover a internacionalização, essa troca de conhecimento entre os países, e isso tem sido cada vez mais reciproco. É muito gratificante ver a grandeza do ato de reconhecimento e agradecimento de vocês pela universidade. Estou confiante de que só a educação é verdadeiramente transformadora", falou o reitor. "É muito recompensador ver que a semente plantada aqui foi importante na sua vida pessoal e profissional e vocês a levaram elas para várias partes do mundo", complementou.

A coordenadora de projetos internacionais, Sandra Nunes, disse ter ficado surpresa com o ato dos ex-alunos. "Achei maravilhoso, a gratidão é sempre bela. Eles demonstraram que a Universidade foi fundamental na vida deles e é muito bom saber que isso está sendo levado para o mundo. Foi uma oportunidade de perceber que a internacionalização não vem de agora, mas faz parte da história da Ufal", disse.

Reencontro

Os ex-alunos vão passar mais alguns dias na capital para matar a saudade e rever a cidade depois de todos esses anos. A programação inclui a participação em uma missa, nesta sexta-feira, 17, às 17h, na Igreja de São Pedro.

O anfitrião do grupo foi o professor do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) José Teodorico de Araújo, que, na época, era colega de turma de alguns deles. "Espero que a próxima visita não demore tanto, pois já estou ficando velho", brincou. "O povo alagoano foi muito receptivo e aberto, fizemos muitos amigos aqui, que nos acolheram e nos ajudaram a entender o idioma", contou José Abraham. "A cidade não tinha o mesmo número de opções de lazer que hoje, mas ainda assim nos divertíamos muito", complementou Teodorico, sobre os momentos de lazer com os intercambistas.

"Maceió e a Universidade cresceram bastante, não são mais as mesmas. O aeroporto era bem pequeno e os prédios dos cursos da Ufal ficavam em vários lugares da cidade", lembrou Luz Maria. Eles elogiaram o crescimento, mas não abandonaram a nostalgia. "Se for para escolher entre a Maceió de hoje e aquela de 30 anos atrás, eu prefiro a daquela época", brincou o ex-aluno Valentino Galeano Benego.