Secretário de cultura da Bahia faz palestra na Ufal

Albino Rubim foi o palestrante convidado para a aula inaugural do curso de gestão de políticas culturais

10/12/2013 16h40 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h29
Mesa de abertura do seminário: Eduardo Lyra, Osvaldo Viegas, Rachel Rocha, Albino Rubim e Elder Maia

Mesa de abertura do seminário: Eduardo Lyra, Osvaldo Viegas, Rachel Rocha, Albino Rubim e Elder Maia

Manuella Soares - jornalista

O Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade Federal de Alagoas, por meio do Programa de Pós-graduação em Sociologia (PPGS) e apoio da Pró-reitoria de Extensão (Proex), deu início, oficialmente, nesta segunda-feira, 9, às atividades do curso de extensão em Gestão de Políticas Culturais.

A vice-reitora Rachel Rocha abriu a aula inaugural que teve a presença do secretário de Estado da Cultura de Alagoas, Osvaldo Viegas, do pró-reitor de Extensão, Eduardo Lyra, do diretor do ICS, Evaldo Mendes e do coordenador do curso, Elder maia, além do palestrante convidado Albino Rubim, secretário de Cultura da Bahia e professor da UFBA.

Rubim falou sobre políticas culturais e economia da cultura, destacando a importância da relação entre esses dois conceitos. “Política cultural não é só desenvolvida pelo Estado, mas por grupos e organizações civis também. Um grande avanço que tivemos foi o reconhecimento que a população tem necessidades culturais e que elas têm que ser satisfeitas”, disse, e acrescentou: “É preciso haver política como meio e cultura como fim”.

O professor da UFBA também sugeriu uma reflexão sobre os problemas encontrados na aplicação das leis de incentivo à cultura, nas quais as empresas ficam isentas de impostos quando os recursos são destinados a projetos culturais.

“Alguma coisa está errada, porque quando se faz um balanço, 95% é dinheiro público e apenas 5% é capital das empresas. A lei cria distorções imensas, principalmente em relação a grande concentração dos projetos em algumas regiões, em especial, no eixo Rio-São Paulo. E apenas 10% dos projetos aprovados conseguem ser financiados porque os critérios são de acordo com os interesses das empresas”, criticou, justificando que esses paradoxos geram cada vez menos preocupação com o mercado cultural.

Sobre o curso

O curso de extensão em Gestão de Políticas Culturais, promovido pela Ufal, iniciou em novembro e tem conclusão prevista para fevereiro de 2014, com 43 estudantes inscritos. O objetivo é qualificar profissionais, estudantes e artistas que, de alguma forma, já estão envolvidos com a cultura.

“O curso vai atualizar a discussão teórica e empírica sobre as políticas culturais no Brasil. Nós identificamos um que há conhecimento ainda bem precário sobre temas atuais como a institucionalização do Plano Nacional de Cultura, a formalização do Sistema Nacional de Cultura e as transformações do Pró-cultura, que é a antiga Lei Rouanet e demais aspectos sobre economia criativa, por exemplo”, Comentou o professor Elder Maia, coordenador do curso.

O secretário de cultura de Alagoas, Osvaldo Viegas, parabenizou a iniciativa da Ufal e lembrou os esforços para promover a cultura. “Estamos no processo de construção do Sistema Nacional de Cultura, então mais investimentos e transformação de recursos vão possibilitar melhores condições. Em Alagoas já temos muitos municípios engajados em ações culturais, por isso, um curso como este vai colaborar com a formação de profissionais para trabalhar na área”, ressaltou Viegas.

De acordo com o professor Elder Maia, a ideia é criar, posteriormente, um curso de especialização a distância ou presencial, por isso, os professores do ICS avaliaram como positiva a presença dos secretários de cultura de Alagoas e da Bahia para pensar em parcerias institucionais. Para este curso de extensão, piloto, os concluintes farão um estudo pontual de casos que eles vivenciam e os melhores trabalhos serão publicados na revista científica da Proex.